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DATA DA PUBLICAÇÃO 05/04/2017 | Cidade
Zezé do Scorpions, de Mauá e do Brasil
Zezé do Scorpions, de Mauá e do Brasil Zezé:
Zezé: "Isso aqui é o que me dá alegria de viver, estar do lado do meu povo, da minha gente, como eu gosto disso". Foto: Andris Bovo
Torcedora é querida por jogadores, diretores e toda a comunidade do Zaíra

Não é incomum ver a história sempre contada a partir do ponto de vista dos vencedores.

Os “grandes”, os que atingem as tais metas, que conseguem aval para festas, glórias e outras consagrações. Mas no futebol de várzea essa premissa não é verdadeira.

Em um mundo que insiste em ser real, nas coisas da bola marrom sempre há espaço para todas as histórias, independente de qualquer outro conceito da meritocracia capenga e segregacionista que tentam enfiar goela abaixo do povo todo.

Nesse contexto e só nesse contexto onde está o futebol de várzea é possível contar a história de Zezé, a Dona Zezé do Zaíra, a torcedora símbolo do Scorpions, de Mauá.

Scorpions, futebol de várzea e os amores de Zezé

“Cheguei em São Paulo em 1982 vindo da minha cidade, Elesbão Veloso, no Piauí, direto para Mauá, para o Zaíra. Ali comecei minha vida, arrumei o primeiro trabalho e em 1988 veio o Scorpions com meu irmão Afonso Madeira. Estou no Scorpions desde sempre”, conta Zezé Madeira.

Enquanto esperávamos pela entrada em campo do Scorpions, que enfrentaria o Vila Junqueira, de Santo André, pela decisão da Copa Amizade de futebol de várzea, acompanhei Zezé nas suas primeiras andanças pelo campo do Juá. Dado momento ela me pede pra esperar um pouco enquanto caminha aos vestiários:

“Vou lá dar uma palavra para os meninos.”

E vai. Ao longo dos 29 anos do Scorpions, Zezé é linha de frente, querida por jogadores, diretores, por toda a comunidade do Zaíra. Após a sua entrada em campo com o time, ao se dirigir para o lugar onde fica a torcida do Scorpions, constatamos toda essa bem querença de sua gente. A todo instante ela era parada, cumprimentada e saudada pelos seus.

“Isso aqui é o que me dá alegria de viver, estar do lado do meu povo, da minha gente, como eu gosto disso, seu repórter.”

Crepúsculo de lágrimas

Começa o jogo.

A partida é igual, dura, disputada gota a gota de suor. Ao longo dos ataques do Scorpions, Zezé vai junto. Grita, empurra, orienta, reza e torce, torce muito. Ao longo de todo primeiro tempo foi assim e na virada, no intervalo ela vai a campo. Abraça quase todos os jogadores e tem uma palavra a dar a cada um. Todos a ouvem com carinho.

Na volta para a arquibancada com o começo do segundo tempo, ela me entrega uma garrafa de gatorade:

“Beba que você precisa se hidratar.” Me emociona o carinho e aceito o gatorade.

Com o tempo o Vila Junqueira melhora. Passa a mandar no jogo e acha o primeiro gol. Zezé fica triste, mas não se abala. A sua vida de tantas lutas não faz com que fraqueje assim tão facilmente. Vem o segundo gol dos adversários; Zezé fica triste mas segue empurrando time. Vem o apito final.

Mesmo com a derrota e as lágrimas que molham seu olhar esverdeado, ela segue junto de seu time. Abraça jogadores, os consola e ao término se despede de mim. A abraço comovido.

São de pessoas grandiosas como Zezé que se faz a vida nas periferias do ABCD. Vê-la e ter o prazer de conhecê-la é uma honra.

Obrigado Zezé.

Por Marcelo Mendez - ABCD Maior
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