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DATA DA PUBLICAÇÃO 13/07/2016 | Veículos
Volkswagen Golf 1.6 flex: primeiras impressões
Volkswagen Golf 1.6 flex: primeiras impressões Volkswagen Golf 1.6 (Foto: André Paixão/G1)
Volkswagen Golf 1.6 (Foto: André Paixão/G1)
Versão de entrada, menos potente, tem desempenho apenas suficiente.

Fama de boa dirigibilidade se mantém, mas preço é alto.


Desde que começou a ser produzido no Brasil, no começo do ano, o Volkswagen Golf passou a ter uma nova versão de entrada, Comfortline.

Nela o consagrado motor 1.4 turbo foi substituído pelo 1.6 aspirado (sem turbo) usado no Fox e na Saveiro. Para alguns fãs, a mudança poderia colocar em jogo a boa reputação do hatch de origem alemã, que é uma referência em prazer ao dirigir.

O G1 experimentou o Golf Comfortline com câmbio manual durante uma semana. São 120 cavalos e 16,8 kgfm de torque, ou 20 cv a menos do que no 1.4 a gasolina que acompanhava o hatch no lançamento, em 2013, e 30 cv a menos do que a versão flex, que também é produzida em São José dos Pinhais (PR) desde janeiro.

Menos refinado
Segundo a fabricante, o único Golf aspirado à venda no país acelera de 0 a 100 km/h em 10,4 segundos com câmbio manual e 11,6 segundos com câmbio automático. São tempos bem inferiores aos das versões turbinadas.

O 1.4 cumpre a mesma prova em 8,3 segundos e 8,6 segundos com câmbio manual e automático, respectivamente. Vale lembrar que este motor turbo entrega 25,5 kgfm de torque já em 1.500 rotações por minuto, enquanto o 1.6 oferece apenas 16,8 kgfm, e ainda em altas 4 mil rpm.

Inferior também é a arquitetura da suspensão do hatch. Enquanto o modelo importado vinha com suspensão traseira multilink, mais refinada, a versão brasileira tem um eixo de torção convencional. É mais robusto, porém que não deixa a dirigibilidade tão apurada.

Também foram deixados de lado os faróis e as lanternas com luzes de LED, substituídos por lâmpadas convencionais, e o sistema start-stop, que desliga o motor temporariamente em situações como o sinal vermelho. A tampa do porta-malas trocou a sigla TSI pela MSI, característica de motores aspirados da Volkswagen.

Para uma versão que se propõe a ser de entrada, o Golf Comfortline tem tabela de preços bem "salgada". Com câmbio manual, custa R$ 76.590, e, com transmissão automática de 6 marchas, sai por R$ 81.990. Isso sem contar opcionais, que podem elevar os preços até mais de R$ 100 mil – valor impensável para qualquer veículo com motor 1.6 aspirado.
Central multimídia e ar-condicionado de duas zonas são itens opcionais no Golf (Foto: André Paixão/G1)
Central multimídia e ar-condicionado de duas zonas são itens opcionais no Golf (Foto: André Paixão/G1)

Bom, só com opcionais
De série, o Golf mais "barato", R$ 76.590, tem, além dos básicos ar-condicionado, direção, vidros e travas elétricos, apenas airbags laterais, de cortina e joelho, para o motorista (além dos 2 frontais obrigatórios), controles de tração e estabilidade, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros e central multimídia (com menos recursos do que a vendida como opcional).

A versão avaliada era equipada com os pacotes Comfort (R$ 4.470) e Exclusive (R$ 9.215), fechando a conta em R$ 90.275.

Os dois kits incluem ar-condicionado de duas zonas (temperaturas diferentes para motorista e passageiro), bancos de couro, controle de velocidade de cruzeiro, retrovisor interno antiofuscante, rodas de liga leve de 17 polegadas, sensores de luz e chuva, volante multifuncional e central multimídia com tela sensível ao toque de 6,5 polegadas e possibilidade de espelhar conteúdo do celular.

Lento, mas ainda Golf
Com um preço nada convidativo, motor mais fraco e suspensão traseira menos refinada, o Golf Comfortline pode deixar uma impressão de ser um mau negócio, certo?

De fato, ele não se parece com a versão 1.4 turbo, mas deixa uma boa sensação após alguns quilômetros ao volante.

O hatch mantém a mesma boa dirigibilidade pela qual ficou conhecido, mas com algumas concessões. Não há respostas tão vigorosas quanto as que o motor 1.4 turbo proporciona, mas o desempenho é suficiente para o trânsito cheio de anda-e-para das grandes cidades.

Em estradas, é preciso explorar bem a transmissão manual de 5 marchas, referência em precisão de engates justos e bom escalonamento. É que o motor só “acorda” acima das 3 mil rpm.

Fechando o pacote de mudanças dinâmicas, a suspensão traseira com eixo de torção não representa prejuízo no cotidiano. Apenas em uma tocada bem mais agressiva, e com um motorista com sensibilidade mais apurada, é possível notar a diferença entre o sistema que deixou de ser oferecido e o atual.

Mercado
Os hatches médios tem perdido força no Brasil. Somados, os 5 competidores do segmento emplacaram 12,3 mil unidades no 1º semestre de 2016, de acordo com a federação dos concessionários, a Fenabrave. É menos da metade das vendas do Toyota Corolla, do Honda HR-V ou do Jeep Renegade, para citar modelos com preços semelhantes.

Ainda que em baixa, o Golf é o líder deste grupo, com 3.852 unidades. Em outro quesito, custo-benefício, porém, ele não está entre os melhores. Pelos R$ 90 mil cobrados pela Volkswagen na unidade avaliada, é possível comprar versões mais completas de qualquer rival.

O Ford Focus, que mais se aproxima em dirigibilidade, custa R$ 86.890 na versão SE Plus com motor 2.0, câmbio automatizado e nível semelhante de equipamentos.

O Chevrolet Cruze Sport6 mais completo, também com motor mais potente e câmbio automático, é só R$ 1.115 mais caro.

Correndo “por fora”, o Peugeot 308 tem motor 1.6 turbo, câmbio automático e custa R$ 86.490, enquanto o Hyundai i30, "lanterninha" do segmento, traz motor 1.8 e transmissão automática e parte de R$ 80.776.

Conclusão
O Golf continua sendo um hatch extremamente prazeroso na condução, apesar de o motor 1.6 não ser referência em esportividade e desempenho. Ainda bem que a posição de dirigir é excepcional, “encaixando” o corpo do motorista com precisão na cabine, e o acabamento é impecável, com ótimos materiais e desenho moderno.

Pena é a Volkswagen saber das qualidades de seu produto e cobrar até R$ 100 mil por um hatch médio com motor 1.6 aspirado, enquanto o mercado oferece boas opções por bem menos.

Por André Paixão - G1, em São Paulo
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