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DATA DA PUBLICAÇÃO 10/10/2012 | Cidade
Volatilidade do ser
Um dos mais expressivos nomes do teatro italiano, Luigi Pirandello (1867-1936) sempre teve como alvo as ironias entre a vida e a ficção e o caráter volúvel humano. Não é diferente em 'O Homem, a Besta e a Virtude', montagem sua que exibe flerte com a tradicional commedia dell'arte. Em temporada popular, a peça, com ingressos a R$ 10, será exibida em Santo André, amanhã, e em Mauá, na sexta. Com identificação, alunos e professores da rede pública não pagam ingresso.

Tudo está em suspeição. A metalinguística encenação dirigida por Marcelo Lazzaratto ambienta uma trupe buscando interpretar o texto. Cinco atores se revezam em 11 personagens. Começam usando máscaras inspiradas em Picasso. Apresentam o homem fragmentado, o que ele é e o que finge ser. "Funciona como um prólogo", conta Débora Duboc, idealizadora da montagem e intérprete de todas as personagens femininas. "O Pirandello mesmo fala que a vida é uma grande mascarada", completa.

Então começa a história. A Senhora Perella, mulher de um capitão do mar, está há anos sem ter relações sexuais com o marido. Arruma como amante o professor do filho e engravida. Mas precisa encontrar um meio de transar logo com seu homem, antes que ele embarque para mais uma viagem e volte quando ela estiver barriguda. Começa então sequência de cenas cômicas.

"É excelente comédia que esconde uma boa tragédia. É a coisa do tombo da casca da banana, que tanto pode ser trágico quanto engraçado. O Pirandello utiliza o riso para que a gente possa olhar para nós mesmos", afima a atriz.

"O que na vida a gente esconde, no teatro pode mostrar", pensa Débora, que escolheu o espetáculo pelo tema e pela popularidade da encenação, "um teatro de praça para a vovó, o pai, a criança e o garoto de piercing", define ela.

A hipocrisia das relações é o pano de fundo. A relatividade da percepção que temos do outro e do mundo é endossada a cada instante pela corda bamba das situações em que transitam os personagens. "Eles são extremamente humanos, íntimos da gente. As pessoas se veem de alguma forma na fragilidade deles. Não têm maniqueísmo, certo e errado. Tirando a criança que vive em estado de sinceridade, todos estão tentando sobreviver."

Até o cenário é volátil, muda conforme a ambientação com o uso dos mesmos objetos que estão em cena. "A mesma coisa em dois pontos de vista."

Para Débora, a escravização que as máscaras sociais impingem é uma lição a ser compreendida: "Tudo a gente aprende: afeto, violência, ética, desonestidade. Na peça a gente vê a fragilidade do que a humanidade criou para si e fala sobre buscar outros caminhos, condizer mais com a sua história e realidade."

O Homem, A Besta e A Virtude - Teatro. Amanhã, às 21h. No Teatro Municipal de Santo André - Praça 4º Centenário. Tel.: 4433-0789. Sexta, às 19h. No Teatro Municipal de Mauá - Rua Gabriel Marques, 353. Tel.: 4555- 0086. Ingr.: R$ 10.

Por Thiago Mariano - Diário do Grande ABC
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