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DATA DA PUBLICAÇÃO 07/10/2010 | Geral
Vizinha de cemitério em Sorocaba acha perna humana no jardim
Parece cena de filme de terror: de madrugada, a dona de casa ouve um barulho no jardim, abre a porta e se depara com um cachorro preto arrastando uma perna humana. O ritual se repete outra vez, meses depois, mas é um cão vermelho que rói os ossos do pé de um homem. As cenas são reais e aconteceram em Sorocaba, a 99 km de São Paulo, num espaço de dois anos, a mais recente em março último. Quem se deparou com elas foi a dona de casa Vilma Romero, de 43 anos, vizinha do Cemitério Santo Antônio, na zona oeste, administrado pela prefeitura.

Os ossos foram retirados da sepultura destinada a partes de corpos extraídas em cirurgias que exigem amputação. Apesar de uma lei municipal obrigar a prefeitura a cercar os cemitérios com muros de pelo menos 2,20 m, o Santo Antônio é protegido apenas por um alambrado, e mesmo assim cheio de buracos. Na primeira vez, a mulher chamou a polícia. Depois do segundo episódio, ela procurou a Justiça.

Na semana passada, uma decisão do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) confirmou a sentença de primeira instância e condenou a prefeitura a construir o muro, sob pena de multa diária de R$ 1 mil, e a indenizar a mulher. Na medida cautelar, o valor da reparação pedida pela advogada da dona de casa, de R$ 50 mil, não foi contestado pelo município. A ação principal ainda será julgada.

Vilma conta que se preocupa com a saúde da família.

- O que me interessa não é o dinheiro e sim a construção do muro. Tenho uma filha de 12 anos e um netinho de três, imagine se eles pegam uma doença.

A casa com jardim à frente, no bairro Vitória Ville, é separada do cemitério apenas por uma rua. Ela conta que ficou tão assustada que passou a ter pesadelos e tomar remédios. À noite, tem medo de sair de casa.

- Já pensei em colocar grade, mas acho desaforo, a prefeitura é que tem obrigação de cercar o cemitério.

A moradora contou que a sepultura fica perto do alambrado e que, muitas vezes, os funcionários deixam os membros sem cobrir com terra.

- Passam de carro e jogam pernas e braços, como se fossem pedaços de pau, às vezes cai fora do buraco e os cachorros pegam.

De acordo com a advogada Eliana Rosa, a indenização é devida porque a mulher sofreu danos morais. Além das fotos dos membros humanos arrastados para o jardim, ela juntou fotografias mostrando cães escavando as covas e cavalos pastando sobre os túmulos - o cemitério, do tipo parque, não tem sepulturas de alvenaria. Segundo ela, o juiz que analisou o caso em Sorocaba encaminhou peças do processo para o Ministério Público.

A prefeitura informou que já entrou com recurso. E que também abriu licitação para construir o muro, a um custo de R$ 378 mil. As obras devem ser concluídas em 90 dias. A prefeitura informou ainda ter mudado o local para sepultar membros amputados.

Por Gilson Hanashiro/Agência Bom Dia/AE - R7
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