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DATA DA PUBLICAÇÃO 29/08/2016 | Política
Vitória nos Legislativos é tarefa maior que vestibular na região
 Vitória nos Legislativos é tarefa maior que vestibular na região Foto: Montagem/DGABC
Foto: Montagem/DGABC
O número de candidatos do Grande ABC tentando uma das 142 cadeiras do Legislativo cresceu 15% em relação à última eleição e fez com que conquistar uma das vagas nas sete câmaras da região se tornasse missão mais difícil do que ser aprovado no processo de seleção para a UFABC (Universidade Federal do ABC).

De acordo com levantamento feito pelo Diário com base em informações do site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), são 22,2 pleiteantes por vaga, enquanto que em 2012 eram 19,2. Neste ano, ao todo, 3.153 pessoas estão em busca de uma cadeira à Câmara somando as sete cidades – na última eleição, o número chegou a 2.726.

O valor proporcional supera a quantidade de interessados que querem entrar em uma universidade pública. Só na UFABC eram 5.312 inscritos para os 435 lugares do curso de Ciências e Tecnologia no campus de São Bernardo, sendo 12,21 por vaga – na UFABC, o processo de seleção é por meio do SiSU (Sistema de Seleção Unificada). Na USP (Universidade de São Paulo), por sua vez, a procura dos 10.961 indivíduos por uma das 448 vagas da faculdade de Direito neste ano gerou expectativa de 24,47 candidatos por cadeira, pouco mais do que o observado nos Legislativos do Grande ABC.

A cidade onde o número cresceu mais em relação a 2012 foi Rio Grande da Serra, o menor município da região, com 43.974 habitantes. Serão 200 candidatos à vereança no local, enquanto no pleito passado eram 160 – um aumento de 25%. Em segundo lugar está a vizinha Ribeirão Pires, com crescimento de 22% quatro anos depois, indo de 318 para 388 pleiteantes. Em contrapartida, São Bernardo, cidade mais populosa do Grande ABC, com 765.463 munícipes, é a que obteve o menor crescimento, com 15,46%, pulando de 621 candidatos para 717.

Para a cientista política da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo Jacqueline Quaresemin, o aumento pode ser visto como algo positivo. “A carreira política é uma posição nobre na sua essência, porque busca pensar e apresentar soluções para os problemas sociais. Antigamente tinha uma mística que envolvia vocação. Hoje ela é cada vez mais atrativa não somente pelo status do cargo, mas principalmente pelo poder que exerce na sociedade e, claro, pelos ganhos financeiros. Certamente deve haver candidatos realmente preocupados com políticas públicas ou com a situação das cidades e da política de modo geral, e se candidatam para tentar mudar, contribuir com tal processo”, explicou a professora.

De acordo com a pesquisadora, outro ponto importante é verificar se os postulantes estão atendendo a demandas específicas de grupos com menos visibilidade e inserção política, por exemplo. “A política tem de representar a diversidade de opiniões, categorias profissionais e classes sociais existentes na sociedade brasileira. No caso específico do Grande ABC, tem de verificar se o aumento de candidaturas amplia a participação política, principalmente das classes trabalhadoras, sempre menos representadas em tal instância, ou se busca perpetuar os que sempre estiveram na política”.

Vale frisar que o número de cadeiras não subiu em relação a 2012: são 21 em Santo André, 28 em São Bernardo, 19 em São Caetano, 21 em Diadema, 23 em Mauá, 17 em Ribeirão Pires e 13 em Rio Grande da Serra – a última alta na quantidade de vagas ocorreu em 2011.

Na região, veteranos marcam presença e defendem trajetória

Leandro Baldini - Diário do Grande ABC

A disputa pelas 142 cadeiras nos Legislativos da região novamente terá a presença de nomes históricos da política, que, ao longo das últimas décadas, se perpetuaram em seus mandatos. Dentre os casos de maior longevidade parlamentar destacam-se os vereadores de Santo André José de Araújo (PSD), que foi eleito pela primeira vez em 1972, e José Montoro Filho, o Montorinho (PT), que renova legislatura desde 1988. Na lista também está José Ferreira (PT), de São Bernardo, vereador na ativa mais antigo do petismo no País – desde 1982.

Em Mauá, Admir Jacomussi (PRP) tem oito mandatos no Parlamento, eleito pela primeira vez em 1972. Foi presidente da Câmara, mas deixou o Legislativo em duas oportunidades. “Minha experiência tem sido fundamental nesta Legislatura e tenho convicção de que continuará sendo importante nos próximos quatro anos”. Na semana passada, esse quadro sofreu baixa, com a retirada de Milton Capel (PV), de Diadema, que conquistou por nove vezes seu lugar na Câmara, desde 1976.

Chamados de dinossauros, eles defendem seus trabalhos e garantem disposição para o futuro. “Tenho trabalho ativo, que ajuda muito a população. E isso é fundamental, porque auxilia o Executivo”, destacou Zé Ferreira. “Sempre tive muita vontade de ajudar o povo e isso vai continuar. Já fui oposição e hoje ajudo o governo do prefeito (Luiz) Marinho (PT).”

O argumento defendido pelos veteranos foi endossado pelo cientista político e diretor nacional do Voto Consciente, Humberto Dantas. “Esses políticos têm uma maneira diferente dos demais. Transformam seus gabinetes em comitês e fazem trabalho com campanha por quatro anos. Por isso, sempre se reelegem. Conseguem fazer um trabalho de destaque, independentemente do governo em questão”, analisou.

Por Vitória Rocha - Especial para o Diário
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