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Região supera média brasileira em gestão das áreas de risco
DATA DA PUBLICAÇÃO 21/11/2012 | Setecidades
Vítimas da violência no ABCD não eram fichadas na polícia
Vítimas da violência no ABCD não eram fichadas na polícia Do total de mortes registradas neste mês na onda de violência que inclui a Região, mais de 60% foram de pessoas comuns. Foto: Agência Brasil
Do total de mortes registradas neste mês na onda de violência que inclui a Região, mais de 60% foram de pessoas comuns. Foto: Agência Brasil
Das 23 pessoas que morreram na Região neste mês, 15 eram cidadãos, sete suspeitos e um PM

A guerra a céu aberto entre os criminosos do PCC (Primeiro Comando da Capital) e o Estado fez, somente no mês de novembro, 23 vítimas no ABCD. O número apontado por especialistas como alto é ainda mais assustador ao ser analisado. De acordo com levantamento do ABCD MAIOR, em novembro morreram sete suspeitos em supostas troca de tiros com a polícia ou executados por rivais, um policial militar e 15 civis. Isso significa que 63,6% das mortes na Região foram de pessoas sem relação direta com o confronto entre policiais e PCC.

O exemplo mais emblemático da morte de inocentes ocorreu na última quinta-feira (15/11), em São Bernardo, quando o bebê Pedro Henrique Patrocínio Mango, de 1 ano e oito meses, morreu nos braços da mãe, Tamires Santos Silva Mango, após ser baleado por suspeitos de um Fiat Pálio preto, na estrada Galvão Bueno. “Esse foi um crime covarde, onde uma vítima totalmente inocente acabou sendo sacrificada em meio a esta guerra”, afirmou o presidente da Fundação Criança de São Bernardo e especialista em direitos humanos e segurança pública, Ariel de Castro Alves.

Para Alves, o levantamento do ABCD MAIOR mostra a gravidade da guerra urbana vivenciada nas ruas da Região Metropolitana de São Paulo. “A morte de civis é evidente, assim como a falta de esclarecimentos dos crimes”, destacou. Alves acredita que a impunidade é o maior problema da situação. “À medida que os crimes ocorrem e ficam impunes, isso favorece a ocorrência de mais crimes”, comentou.

Mudanças - Especialista em trabalhos socioeducativos com crianças e jovens em situações de risco e vulnerabilidade social, Alves explicou que as mortes trouxeram mudanças na periferia, onde ocorre a maioria dos assassinatos e chacinas. “As pessoas mudaram os itinerários, os horários e os hábitos. O clima é de medo e terror, pois ninguém sabe explicar como começou essa crise e nem como ela terminará”, avaliou. A maioria das mortes desta onda de violência ocorreu em Santo André e São Bernardo.

Para Alves, a situação só se resolverá quando os crimes forem esclarecidos. “É necessário o serviço de inteligência e de investigação da Polícia Civil. O problema é que atualmente a Polícia Civil está sucateada pela política de militarismo implantada pelo governo estadual”, criticou.

Região tem déficit de 1.300 policiais

Os prefeitos do ABCD cobram, através do Consórcio Intermunicipal, o aumento do efetivo das polícias na Região. De acordo com o coordenador do GT de Segurança e secretário de São Bernardo, Benedito Mariano, esta antiga reivindicação poderia ajudar a combater a onda de violência.

“Em 2010 entregamos um balanço para o governador que indicava déficit de 800 policiais militares e 300 civis no ABCD. Em 2011 reforçamos esse pedido e fomos atendidos com o reforço de apenas 300 PMs. Isso não é suficiente. Além disso, dos 27 distritos policiais da Região, somente nove atendem 24 horas”, afirmou.

Para Mariano, o aumento dos índices de homicídios no ABCD, que vinham em queda nos últimos três anos, é um sintoma grave para o atual sistema de segurança. “Acredito que o caminho é a integração entre os governos estadual e federal no setor de inteligência. Somente com o entendimento das causas da onda de violência é que se pode prender e punir os responsáveis”, afirmou o secretário.

No ponto de vista municipal, Mariano indica o aumento do efetivo das Guardas Civis Municipais como forma de auxiliar na prevenção à violência.

Más condições - Já para o deputado federal Vicentinho (PT), uma das causas são as más condições de trabalho dos policiais paulistas. “Um policial de São Paulo recebe 50% menos do que um policial de Sergipe. Essa é uma situação insustentável.”

De acordo com Vicentinho, os parlamentares que representam o Estado de São Paulo na Câmara de Deputados estão preparando um debate junto à população para levantar informações e ouvir sugestões para combater a escalada da criminalidade. O evento, no entanto, ainda não tem data para acontecer. (Angela de Paula)

Por Claudia Mayara - ABCD Maior
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