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DATA DA PUBLICAÇÃO 28/02/2011 | Política
Vídeos de automutilação que circulam na web podem estimular distúrbio
Pulsos abertos e lâminas ensanguentadas surgem na tela, ao som de piano. Letras vermelhas gritam: "Antes de encostar pela primeira vez a gilete em sua pele, reflita".

Vídeos sobre automutilação como esse já foram vistos mais de 2 milhões de vezes no YouTube, segundo estudo publicado na "Pediatrics".
A pesquisa, feita por psicólogos das universidades de Guelph e McGill, no Canadá, analisou os cem vídeos do gênero mais vistos no site.

Para os autores, mesmo quando adotam um tom de autoajuda, essas imagens podem estimular o comportamento em jovens predispostos a ferir o próprio corpo.

Na automutilação, a pessoa, em geral um adolescente ou um adulto jovem, se fere para aliviar sintomas de angústia e depressão, mas sem o objetivo de se matar.
"Há uma alteração no nível de consciência, é como se eles se anestesiassem", explica o psiquiatra Álvaro Ancona de Faria, da Unifesp.

O comportamento é também um dos critérios para diagnosticar portadores de personalidade borderline, distúrbio caracterizado por alta impulsividade e dificuldades nas relações.

Jackeline Giusti, psiquiatra do ambulatório de transtornos do impulso do HC, concorda com os autores do estudo: os vídeos podem estimular a mutilação, independentemente da mensagem. "Só mostram pessoas tristes, não apontam saídas."

No estudo da "Pediatrics", 14 dos cem vídeos analisados mostravam jovens filmando a própria mutilação.

O transtorno não se confunde com "body-art" (que vai do piercing à suspensão por ganchos), explica Giusti. "No body-art há um desafio com preocupação estética, de se mostrar. Na automutilação a pessoa se fere para aliviar sentimentos ruins."

Marcas escondidas

"É como se o mundo fosse agressivo e a pessoa tivesse que devolver essa agressividade, se rasgando em público para mostrar o tamanho do sofrimento", diz Faria.

Mas a maioria se mutila só e esconde as feridas sob mangas ou munhequeiras.

"Não contam para os outros porque não querem que lhes tirem a sensação de bem-estar", diz Giusti. Uma hipótese para o efeito anestésico é que, nessas pessoas, a liberação de endorfina na hora do dor é maior, daí o alívio.

No Orkut, há 11 comunidades sobre automutilação, a maior tem 600 membros. O mais comentado dos tópicos é: "Como vocês fazem para esconder os cortes?".

Para Giusti, comunidades e vídeos podem ser um jeito de o jovem tratar da questão que não expõe a ninguém.
Faria vê risco de banalização do comportamento pela internet. "Não é normal se automutilar. É doença."

Por Guilherme Genestreti - Folha Online, São Paulo
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