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Níveis de radiação seguem altos ao redor da usina nuclear de Fukushima
DATA DA PUBLICAÇÃO 16/03/2011 | Internacional
Vento afasta radioatividade do Japão, mas risco de contaminação ainda preocupa
Os ventos que sopram sobre o nordeste do Japão afastam para o oceano a radioatividade que paira sobre a região de Fukushima, onde um complexo de reatores nucleares foi severamente afetado pelo terremoto e pelo tsunami da última sexta-feira (11), indicou nesta terça-feira (15) uma porta-voz da Organização Meteorológica Mundial (OMM), ligada à ONU (Organização das Nações Unidas).

Maryam Golnaraghi, coordenadora do programa de redução de riscos em desastres nucleares, disse que as condições meteorológicas favorecem a dispersão dos dejetos radioativos liberados após seguidas explosões em três dos reatores.

- Todas as condições meteorológicas estão levando [a radioatividade] para o mar, sem implicações para o Japão ou outros países próximos.

As condições "vão variar à medida que os sistemas meteorológicos evoluam", explicou Golnaraghi.

- Ainda não poderemos dizer, ao longo dos próximos dois ou três dias, o que vai acontecer.

Mais cedo, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) havia alertado, em comunicado, para a emissão direta de substâncias radioativas na atmosfera.

- As autoridades japonesas informaram hoje à AIEA às 4h50 [0h50 de Brasília] que a piscina de depósito de combustível usado do reator número 4 da central de Fukushima Daiichi estava em chamas, e que emitia radioatividade diretamente na atmosfera.

Após o incêndio, que já foi controlado pelas equipes de Fukushima, as medições de radioatividade no local estavam acima do recomendado, embora o governo japonês tenha tipo que os níveis estão declinando constantemente.

Segundo o porta-voz do governo japonês Yukio Edano, a preocupação agora é com os reatores 5 e 6 de Fukushima, que registraram uma leve alta da temperatura nesta terça-feira.

- Observamos uma leve elevação da temperatura nos reatores 5 e 6.

Essas duas unidades estavam desligadas para manutenção no dia do terremoto. Para especialistas, o aquecimento pode ser causado por um problema no sistema de resfriamento.

Alerta chegou perto do máximo

O alerta de que a radiação nos arredores da usina poderia causar riscos à saúde foi disparado nesta terça-feira depois do incêndio em um dos reatores. O alerta de risco nuclear no local foi elevado para o nível 6, em uma escala que vai até 7.

Edano pediu que as pessoas permaneçam dentro de casa para que não sejam expostas a qualquer radiação que possa escapar da usina.

Questionado sobre a situação das pessoas que vivem mais longe, Edano disse que a quantidade de material radioativo que poderia se espalhar para essas áreas distantes "é mínima".

- Nós queremos que todos mantenham a calma. Podemos continuar com nossas vidas cotidianas.

Esta é a pior crise nuclear enfrentada pelo país desde o bombardeio das cidades de Hiroshima e Nagazaki, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), e está sendo considerada uma das maiores ameaças atômicas mundiais desde Chernobyl, na Ucrânia, há 25 anos.

O governo do Japão pediu às 47 administrações regionais que enviem relatórios sobre os níveis de radiação em em todas as áreas do país.

França diz que risco é alto

Para o ministro das Relações Exteriores da França, Alain Juppé, o risco nuclear no Japão é "extremamente elevado. O diplomata disse, em entrevista à rádio Europe 1, que conversou diretamente com o ministro das Relações Exteriores do Japão.

- A situação é extremamente grave. À noite, falei com o ministro japonês [das Relações Exteriores, Takeaki Matsumoto], que nos repassou todas as informações de que dispõe. O risco é extremamente elevado.

Juppé disse, ainda, que estava "muito preocupado" com a situação e ofereceu ajuda aos japoneses.

- Os japoneses devem nos dizer como podemos ajudar.

Mortos passam de 2.700

Ao menos 2.722 pessoas morreram e 3.742 estão desaparecidas devido ao terremoto e ao tsunami que atingiram o nordeste do Japão, segundo o último boletim divulgado nesta terça-feira pela polícia japonesa.

As autoridades do país asiático estimam que o número final de vítimas seja muito maior, pois em alguns dos municípios afetados pode haver milhares de vítimas ainda não contabilizadas.

Não entrou na conta, por exemplo, metade dos 17 mil habitantes da cidade de Minamisanriku, na Província de Miyagi, embora não se descarte que muitos possam ter se refugiado em localidades próximas.

No litoral de Miyagi foram encontrados cerca de 2.000 corpos, e outros 200 ou 300 cadáveres foram localizados em sua capital, Sendai, mas esses dados não foram incluídos no balanço oficial.

Também é desconhecido o paradeiro de 8.000 residentes do povoado litorâneo de Otsuchi, na Província de Iwate.

Por R7, com agências internacionais
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