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DATA DA PUBLICAÇÃO 14/09/2016 | Economia
Vendas do comércio são as piores desde 2009
Vendas do comércio são as piores desde 2009 Foto: Denis Maciel/DGABC
Foto: Denis Maciel/DGABC
O varejo da região atingiu,nos primeiros seis meses de 2016, faturamento de R$ 15,364 bilhões. Trata-se do pior resultado para o semestre desde 2009, quando foram arrecadados R$ 14,916 bilhões, durante o auge da crise econômica internacional. Na comparação com o acumulado de janeiro a junho do ano passado, houve redução de 2,9%, que representa R$ 458 milhões a menos nos cofres dos comércios do Grande ABC, segundo dados da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) cedidos com exclusividade ao Diário.

Considerada a inflação oficial do País dos 12 meses terminados em junho, de 8,84%, segundo o IPCA (Índice de Preços do Consumidor Amplo), a queda é ainda maior, e chega a 10,78%. Para igualar o poder de compra do primeiro semestre de 2015, as vendas do acumulado de 2016 deveriam totalizar R$ 17,220 bilhões.

“O comércio tem forte relação com o comportamento de renda e crédito. Com o desemprego batendo recordes na região, a renda disponível para consumir no varejo cai substancialmente. E a oferta de crédito também diminui, devido ao maior risco de calote, quando os juros sobem. Mesmo quem tem acesso a financiamento tem tido receio de tomar o empréstimo devido à insegurança na economia”, afirma o economista Ricardo Balistiero, coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia.

De fato, em junho a taxa de desemprego atingiu 16,9%, de acordo com pesquisa do Seade/Dieese, somando 243 mil pessoas. O índice foi o mais alto para o mês desde 2005, quando ficou em 17,9%.

Considerando só o comércio varejista, no primeiro semestre 4.068 empregados com carteira assinada foram demitidos. Houve queda de 3,6% ante igual período em 2015, e o total de trabalhadores do segmento passou a 109,6 mil.

NO MÊS - Em junho, o varejo ensaiou retomada, ao apresentar alta de 4,2% frente ao mesmo mês em 2015 e faturar R$ 2,7 bilhões. Porém, quando se desconta a inflação, se tem queda de 4,26% ante as vendas do ano passado.

O comércio foi aquecido principalmente pelo setor de supermercados (6,8%), lojas de vestuário, tecidos e calçados (17,7%) e eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (21,5%). É válido lembrar que o consumo no mês é aquecido, geralmente, pelo Dia dos Namorados.

Segundo o assessor econômico da FecomercioSP Guilherme Dietze, o ramo supermercadista já apresenta bons resultados há alguns meses por se tratar de primeira necessidade para a população. “O segmento já vem em uma linha positiva desde o início do ano, por ser essencial. Em momento de crise, as pessoas não deixam de comprar nos supermercados.”

Por outro lado, as receitas das farmácias e perfumarias têm queda de 23,6%. As vendas das concessionárias também recuaram, 5,8%.

Apesar do aumento no faturamento mensal, Dietze acredita que não se trata de crescimento, mas de recuperação. “É um efeito estatístico. No ano passado, em comparação a 2014, houve queda de 22%. A base de comparação está muito fraca.”

No mês, o emprego apresentou estabilidade ante maio, com saldo de 16 trabalhadores a menos. Na comparação com junho de 2015, houve queda de 3,5%. Os setores com maior retração em relação ao mesmo mês do ano passado foram: lojas de vestuário, tecidos e calçados (-8,1%, ou demissão de 33 pessoas), lojas de móveis e decoração (-7,4% ou contratação de oito) e de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (-7,1%, admissão de 56). Dos nove ramos analisados, oito apresentaram queda e apenas o setor de supermercados apresentou estabilidade.

PROJEÇÃO - A FecomercioSP tem a expectativa de que o varejo encerre o ano empatado com 2015. “O cenário já mostra clientes e empresários mais confiantes, e isso pode gerar aumento de consumo.”

Na avaliação de Balistiero, o comércio só deve começar a reagir em 2017. “Se a (Operação) Lava Jato não pegar mais gente no governo (de Michel) Temer, e ele tiver liberdade para para trabalhar, a confiança na economia deve ser restabelecida nos próximos meses.”

(Colaborou Soraia Abreu Pedrozo)

Por Vinícius Claro - Especial para o Diário
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