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DATA DA PUBLICAÇÃO 03/07/2015 | Economia
Vendas de veículos zero têm pior resultado em oito anos
Vendas de veículos zero têm pior resultado em oito anos Foto: Denis Maciel/DGABC
Foto: Denis Maciel/DGABC
Em meio ao cenário de crise econômica, o setor automobilístico contabilizou, no primeiro semestre, o pior resultado de vendas no País para o período desde 2007. Na metade inicial de 2015, foi comercializado 1,269 milhão de automóveis e picapes zero-quilômetro, 19,7% menos que os emplacamentos feitos de janeiro a junho de 2014.

Os números, divulgados ontem pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), não são nada animadores e, por causa do mau desempenho, a entidade das concessionárias de marca revisou, novamente, para baixo suas projeções para o fechamento de 2015. No mês passado, estimava que o número de licenciamentos dessas duas categorias de veículos no ano todo seria 18% menor que em 2014 e, agora, já calcula que a redução será de 23%.

A falta de confiança do consumidor em entrar em financiamento (mais de 60% das compras de carros são feitas a prazo) e a pouca disposição dos bancos em oferecer crédito colaboram para os números ruins do setor, segundo o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção. A cautela da população é ainda mais acentuada no Grande ABC, por causa do desemprego crescente e do grande número de pessoas em lay-off (suspensão temporários dos contratos de trabalho), avalia o presidente do Sindicodiv-SP (Sindicato dos Concessionários de Veículos no Estado de São Paulo), Octávio Vallejo. Só na fábrica da Volkswagen de São Bernardo, mais 2.350 ficarão suspensos por até cinco meses a partir de segunda-feira.

Para Assumpção, o resultado teria sido ainda pior se não tivesse ocorrido o Festival do Consorciado Contemplado – que foi do início de maio até 15 de junho, por meio do qual foram oferecidas condições especiais, para os que tinham cotas de consórcio contempladas e que ainda não haviam utilizado suas cartas de crédito. Estimava-se, no lançamento do evento, que havia 240 mil consorciados nessa situação e que poderiam alavancar resultados do setor.

Para os próximos meses, o dirigente considera que a lei que facilita a retomada do bem por parte do banco deve começar a fazer efeito, estimulando o setor bancário a financiar de 20% a 25% mais que hoje. Apesar dessa avaliação, a perspectiva é de manutenção, ou na melhor das hipóteses, leve crescimento das vendas no segundo semestre, na comparação com a primeira metade deste ano, segundo a economista Maria Tereza Fernandes, da MB Associados. “Achamos que chegamos ao fundo do poço”, disse a consultora.

CAMINHÕES - Se as vendas de automóveis e comerciais leves derraparam, as de caminhões foram ladeira abaixo. Foram licenciadas, nos primeiros seis meses, 37,4 mil unidades novas desses veículos comerciais, 42% menos que no mesmo período de 2014. Para o fechamento de 2015, a Fenabrave estima que serão comercializados 75.380, o que representará retração de 45% em relação aos números do ano passado.

Assumpção cita que até houve alguma melhora na liberação de recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o que explica a ligeira alta (de 3,09%) nas vendas de caminhões em junho ante maio. No entanto, o dirigente diz que, como a economia vai mal, não há carga para transportar.

CONCESSIONÁRIAS - Com as fracas vendas de carros zero, muitas concessionárias tiveram dificuldades de se manter e, ao todo, 492 deixaram de operar entre janeiro e junho no País. Esse panorama foi, em parte, compensado pela abertura de 250 revendas no mesmo período, o que se traduz em saldo de 242 lojas a menos, segundo levantamento realizado pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), que aponta que há cerca de 7.900 estabelecimentos autorizados no Brasil. A redução no número de concessionárias significou também 12 mil empregos a menos. O presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção, estima que, em meio à conjuntura de margens de lucro negativa, haverá mais fechamentos e os cortes no segmento podem chegar a 20 mil.

O número de revendas de marca também vem encolhendo no Grande ABC. Eram 106 em atividade no ano passado e agora são 95, de acordo com a Sincodiv-SP (Sindicato dos Concessionários de Veículos no Estado de São Paulo). Segundo o diretor do Sindicato dos Comerciários do ABC, Jonas José dos Santos, há informações de que mais lojas em dificuldades podem fechar as portas em breve. Ele estima que há hoje 4.000 empregos no setor na região.

Entre as marcas que diminuíram a presença no Grande ABC um exemplo é a Peugeot. Loja na Avenida Dom Pedro 2, em Santo André, interrompeu operações nesta semana. Consultada, a montadora informou que sua rede está sendo reestruturada no País, para que esteja em linha com o novo posicionamento da marca, em que os estabelecimentos terão melhores instalações e serviços de alta qualidade para o consumidor. A empresa informa ainda que os clientes contam com filial em São Bernardo e São Caetano.

Por Leone Farias - Diário do Grande ABC
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