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DATA DA PUBLICAÇÃO 08/06/2016 | Economia
Venda da Pirelli para grupo chinês é concluída
Venda da Pirelli para grupo chinês é concluída Foto: Claudinei Plaza/DGABC
Foto: Claudinei Plaza/DGABC
Pouco mais de um ano após ser anunciada, a venda da Pirelli ao grupo ChemChina (China National Chemical Corporation) foi concluída no início do mês. Durante esse período, a transação passou por avaliação de órgãos antitruste nacionais e internacionais, que aprovaram o negócio. Os termos fiscais e contábeis da empresa resultante da fusão são retroativos a 1º de janeiro.

O conglomerado chinês adquiriu 26,2% das ações da multinacional italiana por 7,1 bilhões de euros (o que, na época, correspondia a cerca de R$ 24,4 bilhões) e passa a ser acionista majoritária da Pirelli, que é a quinta maior fabricante de pneus no mundo.

Apesar da transferência de controle, a subsidiária brasileira da Pirelli garante que não haverá mudanças no plano de negócios e que, portanto, não afetará as operações nas fábricas de Santo André, Campinas (Interior de São Paulo), Feira de Santana (Bahia) e Gravataí (Rio Grande do Sul). Quando a transação foi anunciada, em março de 2015, o temor era de que uma ou mais plantas fossem fechadas no País.

Por meio de sua assessoria de imprensa no Brasil, a Pirelli garante, inclusive, que o CEO (sigla em inglês para diretor executivo), o italiano Marco Tronchetti Provera, será mantido no cargo pelos próximos cinco anos. Entretanto, a presidência internacional do grupo já está sob comando do chinês Ren Jianxin, que também preside a ChemChina. O site mundial da fabricante de pneus informa que, do grupo de 14 pessoas que compõem a diretoria executiva, seis são chineses.

Em relação aos empregos, a Pirelli garante que não haverá cortes decorrentes da troca no controle acionário. Entretanto, não descartou a necessidade de promover ajustes de mão de obra em razão da crise econômica pela qual o País atravessa. O último balanço da Anip (Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos) mostra que, no acumulado entre janeiro e abril, a venda de pneus para montadoras teve queda de 25% em relação ao mesmo período do ano passado. Já a comercialização de unidades para reposição caiu 3,2%.

Como consequência da queda na produção, a fábrica da Pirelli em Santo André demitiu pelo menos 120 trabalhadores desde o fim de 2015, quando a empresa alterou a jornada de trabalho e reduziu de quatro para três o número de turmas de serviço. Atualmente, a unidade do Grande ABC possui aproximadamente 1.700 funcionários. No ano passado, a companhia chegou a lançar mão de medidas como férias coletivas e lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho) para tentar diminuir os estoques. A direção sempre ressaltou que tais providências nunca tiveram ligação com o negócio envolvendo a ChemChina.

Outra fabricante de pneus localizada na região é a Bridgestone, que é detentora da marca Firestone. No início de maio, a empresa também reduziu uma turma de trabalho, o que culminou na eliminação dos colaboradores com contrato por tempo determinado. A planta tem hoje cerca de 3.500 funcionários.

Funcionários temem cortes em massa
Natália Scarabotto - Especial para o Diário

Operários da Pirelli estão receosos sobre o futuro da empresa em Santo André. A falta de informações sobre a aquisição pelo grupo ChemChina gera incertezas sobre postos de trabalho.

“Falam que a fábrica pode ficar até 2020, outros falam que vai haver demissões. Mas os superiores não fazem reunião com a gente, não nos informam de nada. A gente vem para o serviço com a incerteza do que vai ser amanhã”, comenta um funcionário que trabalha no local há dez anos.

“Se houver cortes de funcionários, estamos perdidos. Não sei fazer outra coisa, tenho 53 anos e trabalho aqui há mais de 30. Se eu for demitido, vou viver fazendo o quê?”, questiona outro empregado preocupado.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Borracheiros da Grande São Paulo, Marcio Ferreira, a Pirelli ainda não procurou a entidade para comunicar oficialmente sobre a transação e informar sobre possíveis desdobramentos.

Apesar do temor no chão de fábrica, Ferreira está confiante de que o negócio não causará desligamentos em massa. “Houve recentemente processo de demissões, mas que é culpa do governo e da crise. Esse cenário está destruindo o parque industrial que temos. A Pirelli já trabalha com um número reduzido de funcionários. Se depois desse negócio com a ChemChina cortassem mais, teriam que fechar a unidade.” Ele também demonstra otimismo de que o grupo chinês possa fazer investimentos na operação brasileira.

Procurada, a Pirelli assegura que, desde o início das negociações, os trabalhadores sempre foram informados sobre a situação por meio da intranet.

Por Fábio Munhoz - Diário do Grande ABC
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