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DATA DA PUBLICAÇÃO 02/04/2015 | Cultura
''Velozes e Furiosos 7’' é tolo, mas tem belo tributo a Paul Walker
Ator morreu antes de acabar filmagens; cena final deve fazer fãs chorarem.

Roteiro absurdo fica em segundo plano; estreia é nesta quinta-feira (2).


O mocinho morre no final – e isso é o que se tem de mais notável em “Velozes e Furiosos 7”, em cartaz a partir desta quinta-feira (2). Mas nada de estragar o filme de ninguém aqui. Estamos falando, agora, da vida real. O que acontece é que Paul Walker, o astro da franquia “Velozes e Furiosos”, morreu em acidente automobilístico ocorrido em dezembro de 2013. E a tragédia é manifestada em todo gesto e toda frase dos atores deste novo capítulo. Paul Walker, inclusive, aparece, porque já tinha gravado cenas antes da morte. E há o principal: a homenagem que ele ganha na sequência final do filme é mesmo muito comovente.

Ali veremos Vin Diesel ao volante de um possante invejável qualquer. Vin Diesel, sua caprichada voz de barítono e suas três expressões faciais (a saber: expressão compenetrada; expressão tensa; e expressão a um só tempo compenetrada e tensa).

Pois bem, o tributo derradeiro fica a cargo deste ator tão econômico e carrancudo. E o fato de ele aparentar ser meio vazio de recursos só contribui: excluída a capacidade de atuação, resta a verdade – e nós acreditamos em cada palavra sentida que Vin Diesel dedica ao colega Paul Walker.

E o filme propriamente dito, que tal? “Velozes e Furiosos 7” é, francamente, um absurdo, com passagens sem o menor cabimento: em dado instante, um carro de R$ 11 milhões é surrupiado e, na fuga, salta entre edifícios altíssimos. Adiante, haverá uma colisão de leve, destas comuns no trânsito. Só que entre um carro e um helicóptero...

Mas esse absurdo dependente da descrença é o lado positivo da coisa. É justamente esta falta de compromisso com o verídico que faz a fama (e os resultados) de blockbusters anabolizados nos músculos, nos efeitos especiais e nos motores. Quem não quiser que não compre. (E muita gente quis comprar: a franquia “Velozes e Furiosos” já arrecadou por enquanto mais de US$ 2 bilhões, superior ao faturamento de “Duro de matar” e de “Rocky”, por exemplo.)

Ademais, o espectador que não aprecia este gênero hiperativo que existe para entreter, alienar e lucrar pode se aproveitar do humor involuntário e se sentir mais inteligente. Todos ganham, sobretudo os produtores.

Então o que há de errado? Precisamente a sensação de que já vimos este filme – e ele era melhor. Insensatez por insensatez, lá está “True lies”, do James Cameron, como exemplo de boa superprodução delirante à base de testosterona.

Além disso, faz tempo que “Velozes e Furiosos” largou mão de ser um filme de carros e rachas para ser essencialmente uma série de ação, explosões e embates físicos. Assim, se avaliarmos “Velozes e Furiosos 7” em seus próprios termos – comparando com os episódios anteriores (em especial com o cult “Velozes e Furiosos” que inaugurou a saga em 2001, e com o quinto e o sexto) –, ele fica sendo um pouco inferior.

O, vá lá, conceito por trás deste novo filme é similar ao do antecessor, por sinal. Ou seja, brincar de fazer um “Os Vingadores” envenenado em que, no lugar de super-heróis, há sujeitos versados no MMA das ruas; e, no lugar de superpoderes, têm supercarros. Lembra ainda “Os mercenários” sem autoironia – pena.

O roteiro parece sem pé nem cabeça porque é para ser desse jeito mesmo, tudo se sucedendo meio sem mais nem menos. A lógica do entretenimento é mercantil, não cinematográfica. Se tem patrocinador nos Emirados Árabes, escreve-se uma cena em que a turma faça um turismo por lá e arrebente alguns locais.

E assim a banda toca, o carro acelera (ou voa...), o Vin Diesel dá soco etc. Para manter as coisas acessíveis, funde-se o motor do automóvel, se preciso for. Desde que se evite fundir o cérebro da audiência com indesejáveis elaborações intelectuais na hora de fazer ligação direta entre causas e consequências.

Uma boa notícia é a manutenção dos diversos famosos que já frequentaram “Velozes e Furiosos”. O teor deste sétimo segue a trilha do sexto, com Dom Toretto (Diesel) exaltando a família, que tem Dwayne “The Rock” Johnson, Michelle Rodriguez, Ludacris, Tyrese Gibson, Ludacris e Jordana Brewster. As novas aquisições do elenco são Kurt Russell e Jason Stanthan.

À exceção deste último e de The Rock, todos em cena fazem uma compreensível cara de “o que eu estou fazendo aqui, afinal?”. “Ah, sim, homenagem a Paul Walker, então tudo bem.” E tudo bem mesmo.

É uma dúvida que talvez o próprio fã compartilhe quando a história fica cansativa. E então eis que “Velozes e Furiosos 7” se justifica na simplória mas absolutamente sincera e bela tomada final. Uma estrada, dois carros, dois amigos e, lá na frente, uma bifurcação. É uma cena bastante simbólica, vai ter choro no cinema.

Por Cauê Muraro - G1, em São Paulo
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