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DATA DA PUBLICAÇÃO 20/05/2010 | Internacional
Vazamento de petróleo nos EUA completa um mês sem solução à vista
Desde o dia 20 de abril, um volume mínimo equivalente ao de dez piscinas olímpicas (23,8 milhões de litros) cheias de petróleo já vazou nas águas do golfo do México, após a explosão e o afundamento da plataforma de exploração Deepwater Horizon, pertencente à empresa britânica British Petroleum (BP). Nesta terça-feira (19), o óleo chegou a um manguezal na Louisiana e entrou em uma corrente marítima, que pode levar a poluição para ainda mais longe.

Não faltam números para ilustrar os 30 dias de desastre. A explosão matou 11 operários que trabalhavam na plataforma. Todos os dias, o poço danificado a 1,5 mil metros de profundidade vaza 795 mil litros (5.000 barris) de petróleo, de acordo com as estimativas mais otimistas. Um executivo da BP já disse que o volume pode ser até dez vezes maior.

Quatro Estados - Louisiana, Mississippi, Alabama e Flórida - foram afetados de alguma forma pela maré negra. Ao menos 600 espécies animais estão ameaçadas na região. A indústria pesqueira e o turismo da costa sul dos EUA perdeu bilhões de dólares. Os custos da BP com a limpeza do oceano e das praias podem chegar a R$ 24,6 bilhões (US$ 14 bilhões), sem contar processos judiciais.

Nesta terça-feira, o óleo chegou à foz do rio Mississipi, contaminando manguezais do Estado. O repórter Felipe Solari, do programa Legendários, da TV Record, está na região e conta que algumas áreas de mangue estão completamente tomadas pelo petróleo.

- Estive em manguezais completamente tomados pelo petróleo. A imagem é impactante, mas sob o ponto de vista mais analítico, essas pequenas ilhas de manguezais estão servindo de filtro para que esse petróleo não chegue em abundância à costa.

Solari diz que várias manchas se espalham pela superfície do mar explica que o petróleo que atinge a vegetação e os animais torna impossível a respiração.

- O petróleo boia, sem se misturar com a água, como azeite. Ver aquele líquido pastoso e marrom claro - ele sai do tubo preto, mas logo fica marrom -, colocar a mão nele é uma sensação estranha. Olhando para o mar vemos as pequenas manchas, e em cima da água aquele óleo, como se fosse uma piscina cheia de bronzeador na superfície. Andando mais pra dentro da vegetação você vê como ele se prende as folhas e tampa qualquer tentativa de respiração, tanto de plantas quanto de animais.

Meteorologistas disseram que uma "pequena porção" da parte mais leve e brilhante da mancha já entrou na chamada corrente do Lazo, que pode levar o material para as ilhas Key, na Flórida, para Cuba. Alguns cientistas alertam para o perigo do petróleo chegar à corrente do Golfo, o que poderia levar a substância até a Europa.

Empresa não consegue conter vazamento

Para governo, ambientalistas, pescadores e moradores, o que mais preocupa é que, um mês após a explosão da Deepwater Horizon, os técnicos da BP tiveram pouquíssimo sucesso nas tentativas de contenção do vazamento. Somente no último sábado (15), a empresa conseguiu ligar o poço a um navio na superfície, que bombeia volume equivalente a 20% do total derramado no mar, sempre de acordo com fontes da petrolífera britânica.

Mesmo com esses números alarmantes, o "desastre sem precedentes", como classificou o presidente dos EUA, Barack Obama, parece não preocupar tanto assim os executivos da empresa britânica. Na última terça-feira (18), o conselheiro da BP Tony Haywars declarou ao canal Sky News que o impacto do vazamento para a fauna e a flora da região do golfo do México e da costa dos EUA é "muito modesto".

- Acredito que o impacto ambiental deste desastre tem sido muito, muito modesto.

A Casa Branca não acredita que o pior vazamento desde o acidente com o petroleiro Exxon Valdez - que em 1989 derramou quase 40 milhões de litros de petróleo na costa do Alasca - seja assim tão modesto. Por isso, Obama mobilizou o efetivo da Guarda Costeira e dos serviços de proteção ambiental dos EUA para trabalhar na contenção da maré negra. O presidente americano também encaminhou ao Congresso um projeto para endurecer a legislação sobre compensações por danos em casso de vazamentos de petróleo, que atualmente limita os pagamentos a R$ 130 milhões (US$ 75 milhões).

De acordo com Solari, a preocupação com o impacto da mancha de petróleo sobre as vidas dos moradores da região é o principal tema de discussão.

- Uma preocupação é geral: até que ponto esse desastre vai afetar diretamente a vida das famílias que vivem da pesca aqui?

Mancha pode chegar à Europa

Não bastasse o impacto do vazamento de petróleo na costa sul dos EUA, especialistas dizem que a maré negra pode chegar até a Europa, se atingir a corrente marítima do Golfo do México.

Correntes marítimas são cursos de água de temperaturas e densidade diferentes que se movimentam no oceano. A pesquisadora Villy Kourafalou, da Universidade de Miami, disse ao jornal espanhol El País que o líquido pode ser arrastado, a princípio, pela corrente marítima do Lazo, que atua localmente no golfo do México, até a Florida. De lá, o petróleo pode cruzar o oceano de maneira diluída até os países europeus.

Por R7
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