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DATA DA PUBLICAÇÃO 23/03/2016 | Saúde e Ciência
Vacinas começam a chegar nos postos do Grande ABC
Vacinas começam a chegar nos postos do Grande ABC Foto: Marina Brandão/DGABC
Foto: Marina Brandão/DGABC
Após quatro meses de atraso, os postos de saúde do Grande ABC começam a ser abastecidos com as vacinas que estavam em falta. Por enquanto, somente Santo André, Mauá e São Caetano estão em dia com as doses. Diadema e Ribeirão Pires ainda seguem sem a grade completa de imunizações nas unidades de saúde. São Bernardo e Rio Grande da Serra não responderam.

O Ministério da Saúde, responsável pela aquisição das doses, atrasou o repasse das vacinas ao Estado, que faz a distribuição aos municípios, alegando indisponibilidade nos mercados nacional e internacional. A previsão inicial da Secretaria de Estado da Saúde era que a situação fosse normalizada em toda a região até o dia 15 deste mês.

Em Diadema, as vacinas que continuam com estoque reduzido são Hepatite A, Hepatite B, DTP (difteria, tétano e coqueluche) e Dupla Adulto (difteria e tétano). A Tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e catapora) está com estoque zerado e sendo substituída pela SCR (sarampo, caxumba e rubéola) e vacina contra catapora para se obter a mesma proteção. Segundo a Prefeitura, “a população tem sido orientada a aguardar e/ou entrar em contato para saber se a dose está disponível”.

Em Ribeirão Pires, o estoque reduzido é de Hepatite A e Hepatite B. E o estoque zerado também é de Tetraviral. “As vacinas estão sendo remanejadas nas unidades de saúde. As últimas informações do Ministério da Saúde é que seriam regularizados os estoques até o final de março”, disse a administração por meio de nota.

Em compensação, Mauá e Santo André receberam o carregamento no dia 16. Na primeira cidade, que estava com problema no abastecimento de DTP, Hepatite A, Hepatite B, Dupla Adulto e DTPa desde o final de 2015, a entrega nos postos deverá ser regularizada até o dia 24. Já o município andreense afirma que todas as 33 unidades da rede de atenção básica estão abastecidas. Entre as vacinas em falta em Santo André estavam Hepatite A, Rotavírus, Pentavalente e DTPa.

O Diário acompanha o desabastecimento de vacinas na região desde o início de fevereiro, quando o Ministério da Saúde afirmou que os atrasos eram “pontuais e que o Brasil tem mantido, apesar disso, altos índices de cobertura vacinal (cerca de 90%)”.

No dia 18 do mesmo mês, a Pasta confirmou que algumas das vacinas que estavam indisponíveis no mercado já estariam com a distribuição regularizada no SUS (Sistema Único de Saúde). O Estado, por sua vez, disse que o Ministério entregou, em média, 42,1% da quantidade ideal de vacinas de Hepatite A, Tetraviral, Dupla Adulto e DTPa previstas mensalmente no segundo semestre de 2015, causando desabastecimento nos postos. “Os quantitativos enviados pelo órgão federal em fevereiro não cobrem a demanda reprimida do Estado, sobretudo em relação às vacinas para Hepatite B e Dupla Adulto.”

Em relação às doses de Hepatite A, o Estado afirma que nenhuma vacina foi entregue entre novembro e dezembro de 2015 e janeiro deste ano. “Das 63,3 mil doses necessárias mensalmente, foram entregues em média apenas 41,1 mil.”

Já a Tetraviral, das 62 mil imunizações ditas necessárias pelo Estado, foram entregues 39,9 mil, sendo que não houve, segundo a Secretaria, entrega nos meses de setembro e dezembro de 2015. “O Governo Federal tem orientado e enviado a tríplice viral para aplicação simultaneamente com a de varicela (monovalente), em substituição à tetravalente.”

Ainda de acordo com o Estado, na entrega da vacina Dupla Adulto houve um déficit mensal de, em média, quase 65%. Das 473,9 mil doses mensais, foram entregues 171,7 mil. “Não houve abastecimento nos meses de janeiro, julho e novembro de 2015 e janeiro de 2016.”

A vacina com maior déficit nos estoques, segundo a Secretaria de Estado, é a DTPa. “O Ministério da Saúde enviou apenas 2,1 mil doses no ano passado, sendo que a necessidade média mensal do Estado é de 730 mil. Além disso, o imunobiológico não é entregue desde abril de 2015. Também conforme orientação da Pasta, a DTP vem sendo substituída pela pentavalente”. A normalização desta vacina deverá ser só a partir de abril.

Mães relatam saga em busca de vacinas
A enfermeira Daniele Bassi Zavanella, de Santo André, passou por apuros quando precisou vacinar seu bebê de seis meses no dia 11. A procura era pela vacina contra poliomielite e pentavalente. “Chegando no posto de Camilópolis, a atendente me disse que não tinha VOP (Vacina Oral contra Poliomielite). E não podia dar a penta porque precisava aplicar as duas juntas. E que não tinha previsão de chegar. Eu não podia esperar porque ia quebrar todo o ciclo de vacinas dele.”

Após ligar em outros postos ainda na sexta-feira, Daniele encontrou as imunizações em São Caetano, onde foi logo na segunda-feira. “Expliquei que não tinha na minha região. Me atenderam super bem e fizeram as vacinas.”

Quem passou pela mesma situação foi a bancária Carolina Leite dos Santos ao tentar vacinar o filho de dois meses também contra poliomielite e rotavírus. “Em Santo André, fui no posto do Jardim Alvorada, Vila Luzita e Centro, nenhum tinha as vacinas. Liguei para vários postos em São Bernardo e também não tinha. Acabei pagando a rotavírus particular e a consegui a de polio em São Caetano. Pago todos os meus impostos em dia, o mínimo que espero é que tenham as vacinas no posto de saúde quando meu filho precisar. Ele não tem imunidade ainda, se eu não tivesse achado ia colocar nas mãos de Deus?”

A Secretaria de Estado da Saúde afirmou que a VOP sairá de circulação a partir do dia 31 de março, em consonância com a determinação do Ministério da Saúde e com as alterações de imunização que ocorrem em nível mundial. A partir deste dia, passará a ser aplicada apenas a VIP (Vacina Inativa Poliomielite), bivalente, para crianças de dois, quatro e seis meses. “Isso permitirá que as crianças sejam imunizadas mais precocemente, pois a VOP (trivalente) se destinava à crianças na faixa de 15 meses a 5 anos; as crianças mais velhas serão imunizadas na campanha realizada no mês de agosto, com os reforços de vacinação contra a poliomielite. O estoque da VIP está regular.”

Por Caroline Garcia - Diário OnLine
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