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DATA DA PUBLICAÇÃO 15/06/2012 | Setecidades
Usuários da Região sofrem com a superlotação dos trens
Usuários da Região sofrem com a superlotação dos trens Trens lotados causam transtornos à população. Foto: Luciano Vicioni
Trens lotados causam transtornos à população. Foto: Luciano Vicioni
Espremidos nos vagões, brigando por espaço, passageiros enfrentam até arrastões durante as viagens na Linha 10 da CPTM

Única linha de trem disponível para os usuários do ABCD, a Linha 10-Turquesa da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) enfrenta diariamente a superlotação, principalmente nos horários de pico. Com até sete pessoas dividindo um metro quadrado, fica difícil conseguir segurar-se nas barras instaladas ao longo dos vagões. Atualmente, cerca de 410 mil pessoas utilizam a Linha 10 por dia. De acordo com projeção feita pela CPTM, a expectativa é de atender 3,3 milhões em 2014.

Para a maioria dos usuários, a viagem é desconfortável e até mesmo perigosa. Nesta segunda-feira (11/06), por volta das 11h30, um grupo de cinco rapazes aproveitou o momento em que o vagão estava mais vazio na Estação da Luz e surpreendeu os passageiros com um arrastão. Os bandidos agrediram diversas pessoas com socos e tapas, levando bolsas e celulares. Após duas paradas, o grupo saltou do trem sem ser pego pelos agentes de segurança.

De acordo com usuários, esta tem se tornado uma ação constante, principalmente entre 11h e 14h, quando o baixo número de pessoas no vagão permite a movimentação dos bandidos. No entanto, a principal queixa de quem usa o transporte ferroviário todos os dias é a superlotação. Nos horários de pico, muitas vezes não se consegue embarcar no primeiro trem devido à falta de espaço, o que ocorreu com a reportagem do ABCD MAIOR.

“Pego o trem há dois anos e sempre é lotado. E quando chove, fica muito lento”, descreveu o metalúrgico Gleidson Erick Martinez Rocha, 28 anos. Assim como ele, a assistente contábil Juliana Fernandes, 25, que enfrenta há mais de um ano as viagens entre Mauá e a Estação Tamanduateí, afirma que o espaço quase nulo dentro do vagão incomoda. “Ficamos espremidos, não dá para se mover”, reclamou.

Em 1999, a Câmara do ABC listou entre as prioridades do Planejamento Regional Estratégico a implantação de trens de alta qualidade. No entanto, 13 anos depois da assinatura do documento, a realidade é outra.

Baldeação
A baldeação na Estação Brás para chegar até a Luz também é um dos motivos de reclamação dos usuários. Em abril, um mês após conclusão das obras de modernização na via férrea da Estação Luz, a CPTM decidiu manter o Brás como destino final da Linha 10. Com isso, manteve-se a necessidade de baldeação entre as duas estações por meio da Linha 11-Coral.

O novo modelo operacional foi adotado após pesquisa realizada por amostragem com cerca de 403 mil pessoas. O estudo indicou que 55,7% dos usuários avaliam como ótimo e bom o serviço prestado na Linha Turquesa. Outro motivo seria o crescimento da demanda de usuários na Estação Luz, por onde circulam 465 mil passageiros por dia, com a entrada em operação da Linha 4-Amarela do Metrô. “Depois desta mudança, houve uma piora significativa. Está cada vez mais lotado”, advertiu a assistente administrativa Amanda Coelho, 21.

Em nota, a CPTM afirmou que a adequação operacional realizada nas estações Luz e Brás foi necessária para atender com maior segurança os passageiros que circulam na Estação da Luz. A decisão levou em consideração aspectos técnicos, já que intervenções na Estação da Luz, que é um patrimônio histórico, são restritivas. “As medidas adotadas, visando a reorganização das linhas, melhoraram consideravelmente a circulação de pessoas no interior da centenária estação”, apontou o texto.

Estações receberão obras

A Linha 10-Turquesa terá todas as suas estações modernizadas, de acordo com a CPTM. A exemplo da estação Tamanduateí, outras também serão adaptadas ou reconstruídas. As estações Ipiranga, Utinga e Prefeito Saladino estão com contrato assinado para revisão do projeto básico e elaboração dos projetos executivos. Já Mauá, Rio Grande da Serra, Ribeirão Pires, Guapituba, Brás e São Caetano estão em processo de licitação para elaboração de projetos e as estações.

As novas estações terão plataformas cobertas, escadas rolantes e todos os itens de acessibilidade (elevadores, piso e rota táteis, comunicação em Braille, corrimãos e rampas adequadas), além de banheiro público comum e exclusivo para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

Para diminuir o desconforto dos usuários, a companhia destaca que, desde 2006, foram adquiridos 105 novos trens: 72 foram entregues e os demais entrarão em operação até 2013.

Metrô e Expresso ABC estão no papel

A primeira fase da Linha 18-Bronze do Metrô de São Paulo, que atenderá moradores de São Bernardo, São Caetano e Santo André, só deve entrar em operação em 2015.

A obra terá quase metade do seu custo bancada com recursos do governo federal. Em abril deste ano, a presidente Dilma Rousseff anunciou o investimento de R$ 1,7 bilhão, valor incluído no programa PAC Mobilidade Urbana Grande Cidades.

O valor total está estimado em R$ 4 bilhões. O monotrilho terá 19 quilômetros, 20 estações e capacidade de transportar aproximadamente 270 mil passageiros por dia.

Já o primeiro trecho entre São Paulo e Santo André do Expresso ABC, lançado em 2006 e desde então no papel, deve ser entregue, de acordo com a CPTM, em 2014. Orçado em R$ 1,5 bilhão, terá 25,2 km, ligando a Capital a São Caetano, Santo André e Mauá.

No ano passado, o Expresso ABC obteve aprovação preliminar no Conselho Gestor das Parcerias Público-Privadas, que autorizou o aprofundamento dos estudos e definição de modelagem para que o projeto seja submetido à aprovação final do conselho gestor. Serão instalados cinco trilhos paralelos, dois para servirem a linha 10 – Turquesa (que vai da Luz a Rio Grande da Serra), um para os trens de carga e outras duas para o Expresso ABC.

Curitiba é vista como solução

O Bus Rapid Transit (na tradução, “trânsito rápido de ônibus”), modelo de transporte coletivo de média capacidade utilizado em diversas cidades do mundo e colocado em prática em 1979 em Curitiba, no Paraná, é apontado como uma das soluções para diminuir a superlotação do sistema ferroviário pelo professor do departamento de Engenharia Civil do Centro Universitário da FEI (Fundação Educacional Inciana), Creso de Franco Peixoto.

“O VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos) é um bom modelo, mas deve custar cerca de US$ 50 milhões por quilômetro, enquanto o BRT custa US$ 15 milhões por quilômetro. Portanto, é uma solução mais razoável economicamente”, lembrou. O sistema constitui-se de veículos articulados ou biarticulados que trafegam em corredores específicos ou vias elevadas. Uma das diferenças frente ao trólebus são as plataformas de embarque que permitem ao usuário validar os bilhetes ou cartão fora do veículo. “Isso poupa tempo da viagem”, explicou.

Em outubro do ano passado, a Metra, concessionária desde 1997 do Corredor ABD (trólebus), anunciou que pretendia instalar catracas nas paradas ainda no primeiro semestre de 2012, mas até agora o modelo não foi implementado.

Por Angela de Paula - ABCD Maior
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