DATA DA PUBLICAÇÃO 25/05/2011 | Saúde e Ciência
Uso incorreto de lentes de contato prejudica até mesmo estudantes de Medicina
Pesquisa desenvolvida pela disciplina de Oftalmologia da Faculdade de Medicina do ABC, em Santo André (SP), indica que mais de 50% dos estudantes de Medicina usuários de lentes de contato já tiveram problemas oculares em decorrência do mau uso, como olho vermelho, ceratite (não especificada em infecciosa ou não infecciosa) e infecções. Além disso, quase 70% têm intenção de realizar cirurgia para correção de grau. Também foram relatados diversos casos de adaptação inadequada, aquisição de lentes de contato em óticas ou farmácias e complicações oculares graves nesses usuários considerados diferenciados.
O estudo teve por objetivo analisar o nível de conhecimento de usuários de lentes de contato entre estudantes de Medicina da FMABC levando em conta itens como cuidados, formas de uso, complicações e aquisição das lentes. Dos 600 estudantes do 1º ao 6º ano do curso, 61 (10,2%) usavam lentes de contato. Todos responderam a questionário com 31 questões sobre o tema. Apesar de a maioria (70,5%) estar satisfeita com as lentes de contato, 67% esperam a estabilização do grau para realização de cirurgia corretiva.
A maioria dos estudantes referiu ter obtido o produto em casas de ótica (50%), sendo que em 61,8% desses estabelecimentos a receita do grau não foi solicitada. Menos da metade (45%) adquiriu as lentes no consultório oftalmológico. “O que mais nos chamou atenção foi que um trabalho realizado em 2006 com estudantes de medicina apontou que apenas 18,6% adquiriram lentes em farmácias, casas de óptica e internet. Em nosso trabalho, 55% admitiram ter comprado as lentes nesses estabelecimentos”, alerta o professor Titular de Oftalmologia da FMABC e um dos autores do trabalho, Dr. José Ricardo Rehder, que acrescenta: “Devemos atentar para o fato de que os entrevistados são estudantes de Medicina, portanto, indivíduos esclarecidos e que deveriam ter mais atenção ao cuidado e manuseio de suas lentes”.
Quanto ao modo de uso das lentes, a grande maioria respondeu usá-las todos os dias durante a semana, porém por tempo maior que o recomendado, de no máximo 12 horas por dia. Em 42,6% dos casos a higienização das lentes era feita somente antes da colocação, quando o correto (38%) é antes e depois do uso. Quase 43% dos entrevistados respondeu trocar de estojo anualmente, sendo que o preconizado pelos médicos oftalmologistas é que a troca seja trimestral ou realização de boa assepsia do estojo a cada 6 meses.
Popularização: O uso de lentes de contato aumentou muito nos últimos anos. Um dos fatores foram as diversas indicações na Oftalmologia – hoje boa parte dos pacientes pode ser considerada eventual usuária de lentes de contato. Outro estímulo foi a modernização dos métodos de fabricação, que resultou em produtos com alta transmissibilidade de oxigênio, resistência e baixo custo. São materiais que causam cada vez menos danos à fisiologia ocular e com desenhos cada vez mais compatíveis com a topografia corneana.
Em contrapartida, com maior número de usuários, o número de infecções oculares também cresceu. Estima-se que nos últimos 40 anos, a taxa de infecção tenha aumentado em mais de 400% devido ao aumento do número de usuários. “O uso de lentes de contato pode alterar a fisiologia da córnea, facilitando o aparecimento de infecções. A formação de depósitos sobre as lentes leva ao desenvolvimento de reações inflamatórias e infecciosas”, explica Dr. José Ricardo Rehder.
O comportamento inadequado de usuários em relação a cuidados de limpeza, desinfecção, utilização de soluções guardadas por tempo excessivo, higiene das mãos e do estojo das lentes, uso por períodos mais longos do que o recomendado e falta de controle médico regular têm sido apontados como causas de complicações e de insucesso na adaptação.
O estudo teve por objetivo analisar o nível de conhecimento de usuários de lentes de contato entre estudantes de Medicina da FMABC levando em conta itens como cuidados, formas de uso, complicações e aquisição das lentes. Dos 600 estudantes do 1º ao 6º ano do curso, 61 (10,2%) usavam lentes de contato. Todos responderam a questionário com 31 questões sobre o tema. Apesar de a maioria (70,5%) estar satisfeita com as lentes de contato, 67% esperam a estabilização do grau para realização de cirurgia corretiva.
A maioria dos estudantes referiu ter obtido o produto em casas de ótica (50%), sendo que em 61,8% desses estabelecimentos a receita do grau não foi solicitada. Menos da metade (45%) adquiriu as lentes no consultório oftalmológico. “O que mais nos chamou atenção foi que um trabalho realizado em 2006 com estudantes de medicina apontou que apenas 18,6% adquiriram lentes em farmácias, casas de óptica e internet. Em nosso trabalho, 55% admitiram ter comprado as lentes nesses estabelecimentos”, alerta o professor Titular de Oftalmologia da FMABC e um dos autores do trabalho, Dr. José Ricardo Rehder, que acrescenta: “Devemos atentar para o fato de que os entrevistados são estudantes de Medicina, portanto, indivíduos esclarecidos e que deveriam ter mais atenção ao cuidado e manuseio de suas lentes”.
Quanto ao modo de uso das lentes, a grande maioria respondeu usá-las todos os dias durante a semana, porém por tempo maior que o recomendado, de no máximo 12 horas por dia. Em 42,6% dos casos a higienização das lentes era feita somente antes da colocação, quando o correto (38%) é antes e depois do uso. Quase 43% dos entrevistados respondeu trocar de estojo anualmente, sendo que o preconizado pelos médicos oftalmologistas é que a troca seja trimestral ou realização de boa assepsia do estojo a cada 6 meses.
Popularização: O uso de lentes de contato aumentou muito nos últimos anos. Um dos fatores foram as diversas indicações na Oftalmologia – hoje boa parte dos pacientes pode ser considerada eventual usuária de lentes de contato. Outro estímulo foi a modernização dos métodos de fabricação, que resultou em produtos com alta transmissibilidade de oxigênio, resistência e baixo custo. São materiais que causam cada vez menos danos à fisiologia ocular e com desenhos cada vez mais compatíveis com a topografia corneana.
Em contrapartida, com maior número de usuários, o número de infecções oculares também cresceu. Estima-se que nos últimos 40 anos, a taxa de infecção tenha aumentado em mais de 400% devido ao aumento do número de usuários. “O uso de lentes de contato pode alterar a fisiologia da córnea, facilitando o aparecimento de infecções. A formação de depósitos sobre as lentes leva ao desenvolvimento de reações inflamatórias e infecciosas”, explica Dr. José Ricardo Rehder.
O comportamento inadequado de usuários em relação a cuidados de limpeza, desinfecção, utilização de soluções guardadas por tempo excessivo, higiene das mãos e do estojo das lentes, uso por períodos mais longos do que o recomendado e falta de controle médico regular têm sido apontados como causas de complicações e de insucesso na adaptação.
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