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DATA DA PUBLICAÇÃO 27/05/2014 | Educação
Universidade de Coimbra tem mais de 600 vagas abertas para brasileiros
Para participar, é preciso ter feito o Enem; prazo vai até 13 de junho.

Há vagas em 34 cursos de licenciatura e 10 de mestrado integrado.


A Universidade de Coimbra, em Portugal abriu inscrições para mais de 600 vagas de cursos de licenciatura e mestrado integrado para estudantes brasileiros que fizeram qualquer edição Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) entre 2011 e 2013. As inscrições podem ser feitas pela internet até o dia 13 de junho. Nesta segunda-feira (23), o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Chico Soares, e o reitor da instituição portuguesa, João Gabriel Silva, assinaram em Brasília o protocolo de intenções que torna oficial a aceitação do Enem para ingresso na Universidade de Coimbra a partir do segundo semestre deste ano.

Segundo comunicado divulgado pelo Inep, Silva afirmou que "cerca de 630 vagas" serão oferecidas aos estudantes do Brasil. No site preparado pela universidade de Portugal especificamente para estudantes brasileiros, são anunciadas 613 vagas em 44 cursos –34 deles são de licenciatura, com duração de até oito semestres, e 10 são de mestrado integrado, um curso que dura até sete anos e emite tanto o título de licenciado quanto o de mestre ao estudante que o conclui.

Para concorrer a uma vaga para ingresso no ano letivo que começa em setembro de 2014 e , e preciso ter feito o Enem em 2011, 2012 ou 2013. Entre os cursos oferecidos na licenciatura estão direito, biologia, matemática, química, engenharia informática, jornalismo e relações internacionais. Já para o mestrado integrado são oferecidas vagas em cursos como engenharias, arquitetura, psicologia, medicina dentária e ciências farmacêuticas.

Coimbra –a instituição lusófona mais antiga do mundo– é a primeira universidade estrangeira a aderir ao exame do Ministério da Educação (MEC). A instituição anunciou a adesão ao Enem em abril, depois que o governo português facilitou a entrada de estudantes internacionais no país para cursos de graduação, por meio de uma legislação publicada no dia 10 de março. Antes, essa possibilidade era mais difícil e ficava no âmbito e acordos entre o país e a instituição.

Os cursos, porém, são pagos. O custo da mensalidade gira em torno de 700 euros (R$ 2,1 mil). Já as despesas. incluindo alimentação, transporte e moradia, giram em torno de 1.358 euros, o equivalente a R$ 4,2 mil por mês.

Processo seletivo
As notas do Enem têm diferentes pesos para cada curso, mas, segundo o comunicado do Inep, é preciso ter nota mínima de 600 pontos para participar. As notas são convertidas para a escala de notas portuguesas de acordo com o curso escolhido (veja tabela de ponderação). O site traz ainda informações sobre as taxas acadêmicas e os pré-requisitos de nacionalidade.

O processo será feito em duas fases. As inscrições para a primeira fase serão abertas dia 19 de maio e podem ser feitas até 13 de junho. A divulgação dos resultados será no dia 23 de junho. Uma segunda fase terá inscrições de 21 a 31 de julho, com resultados no dia 8 de agosto.

Joaquim Ramos de Carvalho, vice-reitor da Universidade de Coimbra, em Portugal, disse que os brasileiros que forem admitidos na instituição serão acompanhados por tutores para garantir que não haja diferença de desempenho entre os demais alunos. Ele afirma que Portugal também possui um exame nacional, o Concurso Geral de Acesso, nos mesmos moldes do Enem. "Vimos que há um paralelismo entre o Enem e o nosso exame. Não havia sentido obrigar os brasileiros a fazer as provas oficiais portuguesas que já haviam feito um exame que cumpria os requisitos de qualidade", disse ele ao G1.

Para o vice-reitor da universidade, que foi decretada patrimônio mundial pela Unesco no ano passado, essa abertura é uma iniciativa natural por conta da procura dos brasileiros pela instituição. "Houve uma demanda altíssima do Ciência sem Fronteiras, principalmente nos cursos de engenharia e ciências da saúde. Coimbra também atrai brasileiros nas áreas de direito, sociologia e ciências da saúde. Estamos convictos de que haverá uma atração generalizada."

História e estrutura
Fundada em 1290, a Universidade de Coimbra é uma das mais tradicionais da Europa, e teve em sua história alunos ilustres como os escritores Eça de Queirós, Antero de Quental, Luís de Camões, Mário de Sá Carneiro, Gregório de Matos e Tomás Antônio Gonzaga, além do estadista brasileiro José Bonifácio.

A instituição portuguesa possui 23 mil estudantes, sendo 2.059 brasileiros. A Universidade de Coimbra não está entre as 400 melhores no ranking Times Higher Education (THE), que avalia produção acadêmica e desempenho dos estudantes em instituições de ensino superior do mundo todo. A Universidade de São Paulo (USP) está na 225ª posição.

Em outro ranking mundial, o QS World University, a universidade portuguesa aparece no 358º lugar, atrás da USP (127ª colocada), Unicamp (215ª) e UFRJ (284ª).

Portugal foi excluído do Ciência sem Fronteiras
Apesar da grande procura dos universitários brasileiros, Portugal foi excluído do Ciência sem Fronteiras, programa de intercâmbio do governo federal, em março do ano passado, porque a língua em comum foi considerada um problema.

Na época, o então ministro da Educação, Aloízio Mercadante, argumentou que um dos objetivos do programa era de que o estudante brasileiro adquirisse proficiência em um segundo idioma, por isso Portugal não poderia contribuir.

No último edital que selecionou universitários para estudar no país no ano passado, 32 mil estudantes se inscreveram. O número foi maior do que as vagas abertas por todos os países participantes, no ano anterior, em 2012.

Durante o processo seletivo, 9.691 candidatos apresentaram mais de 600 pontos na nota do Enem, um dos requisitos mínimos para a seleção, e puderam se transferir para outros países sem precisar comprovar domínio de um idioma estrangeiro. No entanto, neste mês, o Ministério da Educação cancelou a bolsa de 110 estudantes, 80 estavam vivendo no Canadá e 30 na Austrália, e eles tiveram de voltar para o Brasil porque não aprenderam o inglês.

Por Vanessa Fajardo - G1, em São Paulo
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