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DATA DA PUBLICAÇÃO 25/07/2016 | Setecidades
Um terço dos veículos da região tem idade superior a 20 anos
Um terço dos veículos da região tem idade superior a 20 anos Foto: Claudinei Plaza/DGABC
Foto: Claudinei Plaza/DGABC
Um em cada três veículos do Grande ABC possui idade superior a 20 anos. Do total de 1,7 milhão de automóveis que circulam pelas sete cidades diariamente, 601,2 mil (o correspondente a 33%) foram fabricados antes de 1996, segundo levantamento feito pelo Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo). Para especialistas, o percentual de carros antigos está diretamente relacionado ao agravamento da poluição atmosférica e aos congestionamentos diários observados.

No levantamento feito pelo Detran-SP a pedido do Diário é possível notar que o Grande ABC segue tendência nacional ao ter a maior parte de sua frota com idade média inferior a dez anos. Na região, 40% (724,6 mil) dos veículos se encaixam nesse grupo (confira tabela ao lado). Segundo estimativa do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores), a média do País é de oito anos.

Na análise de especialistas, o alto volume de carros com idade superior a 20 anos mostra cenário alarmante. “A grande quantidade de veículos antigos não é o principal agravante. O que torna o assunto preocupante é a falta de manutenção desses automóveis. Quando iniciou-se a inspeção veicular ambiental, o que se viu foi uma atenção maior dos proprietários em manter a conservação dos automóveis, entretanto, no decorrer do tempo, isso foi esquecido”, relata o professor Luiz Vicente de Mello Filho, especialista em Mobilidade Urbana e Gestão Ambiental da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Para o professor, a ausência de incentivos por parte do poder público para a renovação da frota e a inexistência de punição mais rígida para motoristas que não cuidam da manutenção dos seus veículos só tende a agravar os resultados negativos para o sistema viário. “Em outros países, notamos que essas medidas têm apresentado soluções significativas. É preciso que o Brasil adote isso antes que essa frota sem manutenção traga mais problemas.”

A preocupação do especialista não é para menos. Em média, as prefeituras do Grande ABC recebem total de 18 chamados para socorrer veículos quebrados pelas vias por dia. Em 2015, três das sete cidades foram responsáveis por registrar 6.744 ocorrências do tipo. Os dados são referentes aos municípios de Santo André, São Bernardo e São Caetano. As demais prefeituras não retornaram aos questionamentos.

Na maioria dos casos, os motoristas pedem ajuda para solucionar problemas de pane elétrica, falhas mecânicas e, inclusive, pane seca, sendo que neste caso os veículos são autuados conforme prevê o CTB (Código de Trânsito Brasileiro).

Para o ambientalista Virgílio Alcides de Farias, mais do que os transtornos para o sistema viário, a grande quantidade de veículos antigos representa também atraso para o combate à poluição. “Carros e ônibus com idade avançada têm maior probabilidade de poluir, caso não possuam manutenção adequada. É necessário que as prefeituras, assim como já ocorre em outros países, incentivem a troca desses veículos. Essa frota precisa se adequar às novas tecnologias”, considera.

Farias lembra que, no que diz respeito aos automóveis movidos à diesel já existe norma que determina que as empresas elaborarem relatórios prevendo, inclusive, a plantação de árvores como forma de compensação do impacto ambiental.

Entretanto, a bióloga e ambientalista, Marta Ângela Marcondes, professora da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), alerta para o problema ambiental. “É importante lembrar que, mesmo com a manutenção em dia, um veículo antigo emite mais poluentes do que outros automóveis.”

Especialistas pedem mais incentivo

Na visão de especialistas, é preciso que governantes e concessionárias criem soluções a curto prazo para incentivar cada vez mais motoristas a renovar a frota de veículos.

Para a bióloga e ambientalista, Marta Ângela Marcondes, professora da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), uma das medidas alternativas seria a revisão solidária. “Acredito que as concessionárias poderiam ceder um dia por mês para atender esses veículos mais antigos e que. muitas vezes. seu proprietário não tem condições de arcar com revisão automotiva”, relata.

O professor Luiz Vicente de Mello Filho, especialista em Mobilidade Urbana e Gestão Ambiental da Universidade Presbiteriana Mackenzie. vai além e pede a implantação de normas para incentivo da troca de veículos. “Existem diversos exemplos em que essa medida deu certo em outros países. Acho que tanto concessionárias como motoristas sairiam ganhando nesse aspecto. Basta encontrar a melhor maneira de ocorrer”, avalia.

Vale lembrar que, atualmente, veículos com mais de 20 anos de fabricação estão isentos do pagamento do IPVA (Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores).

Por Daniel Macário - Diário do Grande ABC
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