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DATA DA PUBLICAÇÃO 26/07/2015 | Educação
UFABC segue inacabada após uma década
UFABC segue inacabada após uma década Foto: Claudinei Plaza/DGABC
Foto: Claudinei Plaza/DGABC
Dez anos após ter sido criada pela lei 11.145, de 26 de julho de 2005, a UFABC (Universidade Federal do ABC), com campi em Santo André e São Bernardo, ainda não está consolidada. A convivência com canteiro de obras e com a falta de estrutura, que já se tornou uma constante para os 12.116 alunos, divididos entre graduação e pós, 742 técnicos administrativos e 564 docentes ao longo da década, tem expectativa de terminar até dezembro, quando estão programadas as entregas das obras faltantes nas duas unidades.

A instituição, símbolo da expansão do Ensino Superior no País, iniciou suas atividades em 2006 em local improvisado em Santo André. As obras do primeiro campus deveriam ter sido concluídas em 2010, o que não ocorreu até agora. O atraso, inclusive, culminou na rescisão de contrato com a primeira construtora contratada para os trabalhos – Augusto Veloso –, em 2011, e consumo de 12% mais verba do que previa o contrato original do empreendimento.

A expectativa é de que os blocos esportivo e cultural, bem como a torre do relógio, em Santo André sejam entregues até o fim do ano.

O complexo esportivo contará com ginásio, piscina semiolímpica e quadras, além de vestiários e estacionamento coberto. Já o bloco cultural terá biblioteca, livraria, salas de estudo e leitura, teatro/auditório para 584 lugares e três salas de cinema.

O campus São Bernardo só foi inaugurado em maio de 2012, com 15 meses de atraso e dois anos após as atividades da unidade terem sido iniciadas em um colégio da cidade. O projeto inicial do espaço deveria ter sido concluído até o fim de 2013, o que também não aconteceu. A promessa é de que o bloco ômega, última estrutura faltante, seja entregue até o fim do ano. O local abrigará os cursos de Engenharia Espacial, Gestão e Bioengenharia.

“Houve atrasos, principalmente no início do processo de construção do bloco A (prédio de salas de aula e biblioteca em Santo André). Essas dificuldades já foram superadas ainda na gestão anterior (sob o comando do professor Helio Waldman). De lá para cá não tivemos mais problemas”, observa o reitor Klaus Capelle, à frente da UFABC há cerca de um ano e cinco meses.

Para ele, diferentemente da maior parte das instituições de Ensino Superior do País, que têm preocupação de manter sua estrutura, a federal da região ainda têm o desafio de criar e consolidar seu espaço. “O que podemos destacar é que temos uma comunidade acadêmica unida em torno de um objetivo comum, que é a excelência”, garante o professor.

Redução orçamentária adia planos de expansão na região

O anúncio de corte no orçamento deste ano fez com que a UFABC adiasse planos de ampliar sua estrutura física e ainda admitisse a incerteza acerca do andamento de obras previstas. Neste ano, a instituição terá 53% menos recursos para investir em obras do que o observado em 2014, tendo em vista contingenciamento imposto pelo MEC (Ministério da Educação).

O reitor Klaus Capelle informou que a construção de prédio destinado a salas de aula, laboratórios e área administrativa no campus São Bernardo, prevista para este ano, ficou para 2017. O projeto executivo para o bloco denominado Lambda deveria ficar pronto ainda neste ano e o espaço começaria a ser erguido em 2016 ao custo de R$ 3,4 milhões.

A instituição também admite incerteza sobre as obras de expansão do campus Santo André. Apesar de garantir que a construção de anexo do outro lado da Avenida dos Estados terá início ainda neste ano, tendo em vista empenho de R$ 10 milhões, o reitor reconhece que não há garantias de mais recursos por parte do MEC para a continuidade dos trabalhos, que demandarão R$ 130 milhões.

MAUÁ

Prometida desde 2008 pelo ex-prefeito Oswaldo Dias (PT), a construção de campus da UFABC em Mauá já não está entre as metas da instituição federal de ensino. O empreendimento depende também da aquisição do terreno escolhido no Parque São Vicente e que pertence ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), no valor de R$ 42,6 milhões.

Ao invés disso, a ideia é ampliar as atividades ofertadas à comunidade no polo avançado da universidade no município, criado em março, com oferta de mais cursos e atividades culturais. Até dezembro, está prevista instalação de estação meteorológica para monitorar o clima da região.

Outra expansão cogitada e que não está entre os principais objetivos da universidade é a instalação de campus em São Caetano. Em maio, o prefeito da cidade, Paulo Pinheiro (PMDB), solicitou uma unidade da instituição junto ao MEC, no entanto, conforme explica Capelle, o cenário não é favorável. “O nosso foco, atualmente, é a consolidação.”

Instituição já passa por processo de mudança de perfil

Criada para atender a demanda por profissionais capacitados nas áreas tecnológicas e científicas, a universidade já apresenta tendência de agregar outros tipos de formação. O PDI (Plano de Desenvolvimento Institucional), documento que serve como ferramenta de planejamento, monitoramento e avaliação das instituições de Ensino Superior, prevê ao menos duas novas graduações até 2022. De acordo com o reitor Klaus Capelle, mais de 20 propostas estão sendo analisadas, entre elas carreiras de licenciaturas, e até nas áreas da Saúde e Artes.

“A UFABC nasceu com a proposta de formar engenheiros, mas hoje essa proposta é bem mais ampla”, observa o reitor. Sem dar prazos, Capelle reconhece que gostaria de ofertar mais opções de licenciatura, mas a decisão será do Conselho Universitário.

A instituição mantém projeto pedagógico inovador, já que propõe aprendizado interdisciplinar em seus dois bacharelados: Tecnologia e Humanidades. Atualmente, a graduação permite formação específica do aluno em 19 carreiras.

COOPERAÇÃO

Outra vocação é a participação no processo de melhoria da sociedade. A UFABC aposta na cooperação com o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC para contribuir em estudos de desenvolvimento. São quatro os projetos em andamento: diagnóstico habitacional; plano diretor sob a perspectiva de integração metropolitana; observatório de políticas públicas e programa de redução de riscos.

Por Natália Fernandjes - Diário do Grande ABC
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