NOTÍCIA ANTERIOR
Motorista da região perde um dia por mês no trânsito
PRÓXIMA NOTÍCIA
Estado todo terá internet grátis em 2010
DATA DA PUBLICAÇÃO 20/09/2009 | Setecidades
UFABC atrasa e Lula fica sem presente
Se depender do andamento das obras do bloco A da UFABC (Universidade Federal do ABC), em Santo André, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficará sem presente de aniversário. Na última visita à universidade, em agosto do ano passado, Lula disse que gostaria de ver o complexo concluído no dia 27 de outubro, data em que completará 64 anos.

A previsão está descartada pelo reitor Adalberto Fazzio, que depois de ver vários prazos fugirem do controle, prefere como data mais otimista dezembro deste ano. Até novembro, Fazzio pretende entregar o restaurante, uma das principais reivindicações dos estudantes.

"A construção do bloco A já poderia ter terminado, mas a empresa (contratada para a obra) foi lenta. Vejo dois culpados dessa situação: a UFABC, que não apresentou o projeto executivo totalmente terminado, e a empresa, que não tinha dimensão do tamanho do trabalho assumido. A obra é muito grande", diz Fazzio.

Considerado o coração da universidade, o bloco A é um complexo de três prédios onde funcionarão os centros de engenharia, matemática e ciências humanas, numa área aproximada de 40 mil metros quadrados. Para se ter ideia da dimensão, o bloco B - único em funcionamento - tem cerca de 14 mil metros quadrados.

Os demais blocos que abrigarão os centros culturais e esportivos e a torre do relógio devem ser concluídos ao longo de 2010.

Troca de salas - Três anos depois de ser inaugurada, os problemas estruturais da UFABC ainda são visíveis. Os primeiros alunos, que ingressaram em setembro de 2006, passaram por pelo menos três endereços. Mesmo hoje, no prédio definitivo (o bloco B), eles estão dentro de um canteiro de obras, já que a construção do bloco A não parou desde 2006.

A primeira turma da UFABC, que ingressou em setembro de 2006, foi abrigada em um imóvel na Avenida Atlântica. "Era uma estrutura precária com poucas salas e laboratórios montados na garagem, mas funcionava e foi apenas um trimestre", lembra Fernando Henrique Sanches, 20 anos.

Passados os três primeiros meses, os alunos foram transferidos para um prédio - já dentro do atual complexo - que pertencia à Prefeitura de Santo André. Aliás, ele ainda hoje reúne biblioteca e algumas salas da universidade e terá de ser demolido para dar espaço ao conjunto esportivo.

O bloco B só estava apto para receber os estudantes em maio do ano passado.

O reitor admite que o excesso de mudança é desfavorável. "Esse tipo de coisa interfere, porque faz com que o aluno não crie identidade com o campus. Sabemos que o estudante gosta das mesas nas bibliotecas e do espaço para estudar. Mas é preciso entender a situação como sacrifício de início."

Fazzio destaca como virtude, que sobrepõe o problema estrutural, o fato de o corpo docente da UFABC ter somente professores doutores.

Universidade terá quarto reitor em quatro anos

Atual reitor da UFABC, Adalberto Fazzio permanece no cargo até dezembro, quando ocorrem as primeiras eleições ao cargo. O próximo a ocupar o posto será o quarto dirigente em menos de quatro anos. Fazzio foi nomeado em agosto do ano passado, pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, depois que Luiz Bevilacqua se desligou da reitoria ao alegar "motivos pessoais."

No ano que vem, Fazzio volta às aulas de física na USP (Universidade de São Paulo). "Sempre terei um carinho especial pela UFABC. Não tenho dúvidas que será a melhor universidade do País. Espero que ela se preocupe com as grandes questões nacionais e mundiais e debata os temas com muita sabedoria."

O primeiro reitor foi o engenheiro Hermano Medeiros Ferreira Tavares, exonerado em dezembro de 2006. Ele teria alegado ao ministro Haddad que lideranças regionais do Grande ABC estavam criticando seu trabalho, e que a permanência no cargo dificultaria o processo de desenvolvimento da universidade.

Aluno reclama de estrutura, mas elogia ensino

Os alunos da UFABC apontam como principais deficiências da instituição a ausência de espaços para estudo e a dificuldade de montar a grade horária. A partir do segundo trimestre, o universitário tem liberdade para escolher as disciplinas (sendo uma carga horária de no mínimo 12 horas e no máximo 50 horas por trimestre). Parte deles, no entanto, reclama que há determinadas matérias disponíveis exclusivamente no período noturno, ou no diurno. Com isso, o aluno tem de ir à faculdade de manhã para uma matéria e à noite para outra.

"Passamos por dificuldades pela falta de estrutura mudar muito de endereço é complicado, mas temos de entender. A faculdade está se desenvolvendo e vale a pena ficar aqui", diz Patrícia Cruvinel, 20.

Para Carlos Andrade, 22, que entrou na UFABC em 2006, a maior dificuldade está em encontrar matérias específicas do curso que ele quer seguir: engenharia de gestão. Na UFABC, todos os alunos cursam três anos de Ciência e Tecnologia com as mesmas disciplinas para depois, em dois anos, seguir para as matérias específicas. "Acho que a oferta é pequena nas disciplinas de engenharia porque faltam professores. Mas creio que, com novas contratações, a situação vai melhorar."

Quando o assunto é o corpo docente, os alunos são unânimes. "Temos só professores doutores. Isso é um privilégio. Eles são rígidos, mas dão orientações inclusive fora das aulas. Temos grande apoio pedagógico", diz Juliana Sanches Morine, 21, representante dos alunos da universidade.

Por Vanessa Fajardo - Diário do Grande ABC
Assine nosso Feed RSS
Últimas Notícias Setecidades - Clique Aqui
As últimas | Setecidades
25/09/2018 | Acidente na Tibiriçá termina com vítima fatal
25/09/2018 | Santo André quer tombar 150 jazigos de cemitérios municipais
21/09/2018 | Região ganha 13 mil árvores em um ano
As mais lidas de Setecidades
Relação não gerada ainda
As mais lidas no Geral
Relação não gerada ainda
Mauá Virtual
O Guia Virtual da Cidade

Todos os direitos reservados - 2024 - Desde 2003 à 7711 dias no ar.