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DATA DA PUBLICAÇÃO 08/12/2009 | Turismo
Ubatuba (SP) tem mata atlântica recortada por rios, cachoeiras e praias
Vira daqui, mexe de lá e, conforme o carro vai deslanchado por uma estradinha cênica e sinuosa, hora ou outra o mar brilha. Noite de lua cheia tem um presentinho extra: além de jogar luz sobre as baías e os entornos que garantem quase uma centena de praias a Ubatuba, a água, lá embaixo, ganha cor prata.

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Caminho meio escondidinho é aquele. O veículo acaba de deixar a Rio-Santos, uma das mais belas rodovias do país com quilômetros que margeiam orlas com mata atlântica de um lado e, de outro, enseadas emoldurando praias. No sentido Santos- Rio, tem que entrar rumo à praia Dura. E é exatamente em direção à praia da Fortaleza que o espetáculo é ainda mais arrebatador.

Vá se encantando com as paisagens da costa. Lua cheia e céu apinhado de estrelas são sinais de que o Sol vai nascer com toda a energia na manhã seguinte. Dito e feito. De volta à estrada, passa-se pertinho da praia Vermelha do Sul, também conhecida como praia dos Arquitetos. Cercado de verde e de belas casas por todos os lados, vegetação de restinga preservada, o condomínio evidencia que é possível, sim, rolar uma integração bem-sucedida entre homem e natureza.

Ubatuba tem dessas coisas. Graças ao bom-senso e à contenção da expansão imobiliária, um de seus maiores encantos continua preservado: a natureza. Dentro do município, existe uma área respeitável do Parque Estadual da Serra do Mar.

O verde serpenteia a orla até a divisa com o Rio. Poucos trechos do litoral brasileiro são tão diversificados. A topografia de litoral recortado oferece um festival de praias capaz de agradar qualquer veranista. Em termos de diversidade e, sejamos sinceros, de beleza, nem São Sebastião nem Ilhabela empana o brilho de Ubatuba.

Anchieta, tupis e tartarugas

Ainda tem aquelas privilegiadíssimas praias que decoram ilhas. Falando nelas, a mais visitada e de fácil acesso é a Anchieta, com seu presídio centenário e uma oferta de piscinas naturais.

Vale aqui um registro histórico. Chamada no passado de Tapera de Cunhambebe, em homenagem a um importante cacique tupi, que exerceu papel crucial na luta contra os franceses e no plano de catequização dos índios promovido pelo padre jesuíta José de Anchieta (1534-1597), a ilha foi lar de índios tupi-nambás antes de virar presídio.

Celas em ruínas são o que resta da colônia correcional, projetada pelo arquiteto Ramos de Azevedo. Inaugurada em 1908 e transformada em presídio durante o governo de Getulio Vargas, em 1934, o próprio Vargas mudou o nome do local para ilha Anchieta, para comemorar o 400º aniversário do famoso padre.

O presídio sucumbiria em 1955, três anos após uma rebelião, na qual cerca de 400 presos dominaram guardas, mataram soldados e funcionários e deram adeus à ilha.

Mas essa parte da história não é lembrada na explanação dos guias que recepcionam os visitantes. Em menos de cinco minutos de conversa, eles ensinam quais passeios fazer e como se comportar corretamente por aquelas bandas.

Anchieta hoje é um bom lugar para a prática de snorkeling ou de mergulho autônomo, pois é possível avistar, em meio à grande variedade de espécies marinhas, as estrelas-do-mar, símbolo do Parque Estadual da Ilha Anchieta. A ilha também é um dos principais habitats das tartarugas marinhas na região.

Nas "costas" de Maranduba

Outra fartura da natureza em Ubatuba são as cachoeiras, acessíveis por trilhas. Pegue como exemplo as "costas" da praia de Maranduba. Três quilômetros de estradinhas no sentido da serra e chega-se ao Sertão da Quina.

Ali fica o Sítio Santa Cruz, pousada meio rústica, mas bacana para quem curte praticar esportes de aventura ou simplesmente se jogar na preguiça, ao lado de rios e cachoeiras. O dilema, porém, é saber em qual pular.

São ao menos nove quedas. Thuimbi, do Engenho, da Prata, Queda Brava, Pedra Grande. A mais alta é a da Água Branca, com 70 m, como narra o guia de ecoturismo Vinícius Chagas, 26. Isso sem falar nas cachoeiras lá para o lado da praia do Prumirim e de Picinguaba, que merecem uma reportagem à parte.

Vinícius cresceu cercado de cachoeiras e mar. Quando criança, ouvia a mãe gritar: "Chega de brincar na água, menino". Se o Sol estivesse a pino, o jeito era se refrescar numa das inúmeras cachoeiras que vinham esculpindo os rios desde lá da serra. Se corresse para o lado oposto, um oceano, literalmente, o aguardava.

Moleque sapeca, cabulava aula para pegar onda. Aos 13 anos, a mãe descobriu a armação e mandou Vinícius estudar em São Paulo, sem mar nem cachoeira pela vizinhança.

Depois de formado em turismo na capital, Vinícius retorna para o lugar de que mais gosta, atrás de um bálsamo para o corpo e para a cuca: água! E Ubatuba, sabe o rapaz, é particularmente apropriada. Para onde correr tem um banho te esperando. Nem que seja de chuva.

Por Roberto de Oliveira - Folha de São Paulo
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