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DATA DA PUBLICAÇÃO 26/01/2017 | Internacional
Trump assina ordem para construção de muro na fronteira dos EUA com o México
Outra ordem foi assinada para bloquear fundos para as 'cidades-santuário', que protegem imigrantes sem documentos da deportação.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (25) uma ordem executiva para iniciar a construção de um muro na fronteira com o México, uma das principais e mais polêmicas promessas de campanha do republicano.

Trump também assinou uma ordem executiva para bloquear fundos federais para as chamadas "cidades-santuário", que protegem imigrantes sem documentos da deportação. Os fundos federais serão abolidos para cidades que se recusem a fornecer informações às autoridades federais sobre o status de imigração de pessoas detidas nessas localidades, entre as quais estão Chicago, Nova York e Los Angeles.

Após assinar as ordens, Trump discursou a uma plateia de funcionários do Departamento de Segurança Interna e deu mais detalhes. Segundo ele, os textos ordenam:

construção imediata de um muro na fronteira
fim da politica de “prender e soltar” na fronteira e requer que outros países aceitem os imigrantes de volta
repressão às cidades-santuário
mais poder aos patrulheiros para mirar e retirar aqueles que apresentam uma ameaça à segurança nacional
contratação de mais 5 mil patrulheiros de fronteira (triplicando o número de funcionários)
criação de um escritório dedicado a apoiar vítimas do crime de imigração ilegal

Realidade paralela de Trump tenta justificar série de medidas polêmicas

"Uma nação sem fronteiras não é uma nação. A partir de hoje os Estados Unidos tomam de volta o controle de suas fronteiras”, disse à plateia.

"Acabo de assinar duas ordens executivas que vão salvar milhares de vidas, milhões de empregos e bilhões e bilhões de dólares" – Donald Trump, presidente dos EUA

“Quero enfatizar que vamos trabalhar em parceria com nossos amigos do México para melhorar a segurança e as oportunidades econômicas nos dois lados da fronteira. Tenho uma grande admiração pelo povo mexicano e espero me reunir de novo com o presidente do México. Faremos isso em breve”, afirmou. "Também entendemos que uma economia forte e saudável no México é muito bom para os EUA", acrescentou.

O presidente americano disse que discutirá com seu colega mexicano coordenação entre os dois países em questões importantes, como o desmantelamento de cartéis e a saída de armas e dinheiro ilegal dos EUA para o México. A reunião entre os líderes está prevista para o dia 31 de janeiro.

Reação do México

O presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, lamentou o decreto para a construção de um muro e prometeu defender os imigrantes mexicanos nos EUA. "Lamento e reprovo a decisão dos Estados Unidos de continuar com a construção de um muro que há anos, distante de nos unir, nos divide", disse em vídeo publicado no Twitter.

"O México não acredita nos muros. Já disse várias vezes, o México não pagará nenhum muro" – Enrique Peña Nieto, presidente do México

Construção 'em meses'

Em uma entrevista concedida à ABC News divulgada antes da assinatura da ordem nesta quarta, Trump disse que a construção do muro na fronteira com o México começará "assim que possível". Questionado sobre se seria uma questão de "meses", o presidente disse: "Eu diria em meses". Segundo o presidente, o planejamento da construção começa imediatamente.

Veja abaixo (em inglês) um trecho da entrevista.

Na entrevista, Trump também afirmou que a construção será financiada pelos contribuintes americanos, mas que "relativamente em breve" o país começará uma negociação de reembolso com o país vizinho.

"Seremos, de alguma forma, reembolsados pelo México, o que eu sempre disse", afirmou. "Seremos reembolsados em uma data posterior de qualquer transação que fizermos com o México", disse Trump.

Confrontado com a afirmação do presidente Enrique Peña Nieto, de que o México não pagará pelo muro, Trump disse: "Ele tem que dizer isso. Mas estou te dizendo que haverá um pagamento. Será de uma forma, talvez uma forma complicada", disse. "O que estou fazendo é bom para os Estados Unidos. Também vai ser bom para o México. Queremos um México muito estável, muito sólido", acrescentou.

Na mesma entrevista, Trump disse acreditar que o uso de simulação de afogamento como ferramenta para obtenção de informações em interrogatórios funciona, mas que que vai confiar nas avaliações do diretor da CIA (agência de inteligência americana), Mike Pompeo, e do secretário de Defesa dos EUA, James Mattis, entre outros, sobre o uso da técnica.

"E se eles não quiserem usar, tudo bem. Se eles quiserem, então eu irei trabalhar nesse sentido. Eu quero fazer tudo dentro do limite do que somos autorizados a fazer se for legal... Se eu acho que funciona? Com certeza acredito que funciona", afirmou.

Visita do presidente mexicano

O documento foi assinado no dia em que o ministro das Relações Exteriores do México, Luis Videgaray, chega a Washington para preparar a visita do presidente do país, Enrique Peña Nieto. O mexicano deve se reunir com Trump no final do mês, sendo um dos primeiros líderes mundiais a se encontrar com o novo presidente americano.

Antes da eleição, Peña Nieto recebeu críticas dos mexicanos por participar de uma reunião com Trump. Os dois se reuniram em agosto de 2016, quando Trump ainda fazia campanha como candidato, e falaram sobre o muro, entre outros assuntos. Na ocasião, o presidente mexicano disse que deixou claro que seu país não pagará pela construção do muro, o que é proposto por Trump.

Trump já havia antecipado em seu Twitter que assinaria a medida nesta quarta-feira. “Grande dia planejado na SEGURANÇA NACIONAL amanhã. Entre muitas outras coisas, vamos construir o muro!, escreveu.”

Promessa de campanha

Entre as principais promessas de Trump durante a campanha estavam construir um muro ao longo de toda a fronteira com o México – e fazer o país vizinho pagar a conta (o que autoridades mexicanas já afirmaram não aceitar) – e deportar todos os imigrantes ilegais que vivem nos EUA.

A fronteira entre EUA e México tem cerca de 3.000 quilômetros (a distância entre São Paulo e Natal), e já existe algum tipo de barreira em um terço de sua extensão. As demais áreas ficam em regiões desérticas ou montanhosas, de difícil acesso.

Estima-se que 11 milhões de imigrantes vivam irregularmente nos EUA, muitos dos quais ingressaram por terra e jamais entraram nos registros do governo. Para dar conta da missão, Trump pretende triplicar para 15 mil o número de agentes de deportação.

Durante sua campanha, Trump também prometeu suspender a entrada de muçulmanos no país. Embora a discriminação por religião seja proibida no país, o presidente americano pode vetar a concessão de vistos a nacionalidades específicas - algo que a legislação permite, segundo especialistas.

Primeiras ações

Nas primeiras horas à frente da Casa Branca, Trump, que tomou posse no último dia 20, assinou uma ordem executiva para enfraquecer o Obamacare, o programa de saúde dos EUA aprovado durante o governo de seu antecessor, Barack Obama.

Nesta segunda-feira (23), assinou outra ordem executiva para iniciar a saída do país do Tratado de Associação Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), assinado por 12 países. Durante a campanha, Trump denunciou com veemência o que chamou de acordo "terrível", que "viola", segundo ele, os interesses dos trabalhadores norte-americanos.

Neste terça, Trump aprovou os projetos de dois polêmicos oleodutos, o extenso oleoduto Keystone XL, que transportará petróleo do Canadá até as refinarias nos Estados Unidos, e outro que atravessará um território indígena em Dakota do Norte.

Por G1
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