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DATA DA PUBLICAÇÃO 30/08/2009 | Setecidades
Trânsito do ABC está saturado
O trânsito do Grande ABC está saturado e não existe proposta completa, coerente e adequada para resolver o problema até o momento. As ruas da região ganham milhares de carros por ano, sem uma política pública eficiente para o setor. Os moradores também colaboram com o problema ao fazer mau uso dos próprios veículos, mas se ressentem de um transporte coletivo confiável e de boa qualidade.

O resultado é o caos urbano logo pelas manhãs, situação que se repete no início das noites. Diariamente, quem vive ou trafega por vias da região não tem muito o que fazer a não ser parar, olhar para os lados e ficar sem saída diante da lentidão. O carro como prisão é cena recorrente em lugares como o Corredor ABD e o Viaduto Cassaquera.

A tendência é a piora no futuro próximo, caso o número de veículos nas ruas continue a crescer na mesma proporção dos últimos dois anos. Hoje, a região tem um veículo para cada 2,5 habitantes. São Caetano lidera o ranking de cidade mais motorizada, com uma relação de 1,6 morador para cada automóvel ou moto.

O exagero matemático não seria tão sentido nas ruas se houvesse um uso racional dos veículos. Dividir o carro com quem faz o mesmo percurso e evitar colocá-lo em circulação desnecessariamente está longe de ser um hábito comum. O que mais se vê são pessoas se locomovendo individualmente.

Na região, as soluções já sugeridas não foram colocadas em prática ou ainda não apresentaram efeitos concretos. São os casos da redefinição de mão das Avenidas Industrial e Dom Pedro II, em Santo André, ou do plano São Bernardo Moderna. Do Consórcio Intermunicipal vem o recado: a malha viária do Grande ABC não tem como ser expandida.

A aposta das autoridades é modesta diante do tamanho do desafio: um plano integrado para incentivar o uso do transporte público, que também necessita de melhorias. O engajamento da sociedade é parte importante do processo de mudança, mas não parece ter força suficiente para resolver sozinho a questão crucial dos deslocamentos com eficiência.

As cidades do Grande ABC crescem fora de rumo, absorvem empreendimentos imobiliários inadequadamente e apertam, elas mesmas, o nó viário que as sufoca todos os dias. Sem racionalidade no uso de seus carros e motos, os moradores não saem do lugar.

Para Consórcio, questão deve ser vista regionalmente

Na opinião do prefeito de São Caetano e presidente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, José Auricchio Junior (PTB), apenas com ações integradas e com o incentivo ao uso do transporte público que as cidades da região poderão lidar com o problema do trânsito nos horários de pico.

"A questão do trânsito no Grande ABC não pode ser vista de forma isolada. Um congestionamento em São Bernardo, por exemplo, reflete nas cidades vizinhas", destacou Auricchio. "A região é muito restrita em termos de áreas para a construção de novas vias de tráfego, por isso, pode-se afirmar que a fórmula mestra para lidar com isso é o investimento em transporte público."

Para o secretário de Mobilidade Urbana de São Caetano, Marcelo Ferreira de Souza, além do incentivo ao uso de rotas alternativas, uma solução de mais longo prazo é o investimento em formas de transporte alternativo. "Temos a intenção de ampliar a estrutura das ciclovias da cidade. A gente observa, porém que falta a cultura de uso desse meio de transporte para o trabalho."

Falha de planejamento ameaça viaduto

Mesmo com intervenções ousadas, simples falhas de planejamento podem colocar soluções pontuais em xeque. É o exemplo do Complexo Cassaquera, em Santo André, que custou R$ 30 milhões e hoje está completamente congestionado por causa de um fechamento de uma via próxima, de poucos metros de extensão.

Um ano e dois meses e desde a sua inauguração, o Complexo Cassaquera - que interliga as avenidas dos Estados e a Giovanni Battista Pirelli - já se tornou um dos principais pontos de congestionamento da cidade.

O principal culpado, entretanto, não foi o crescimento da frota de veículos da região, e sim o fechamento pela Prefeitura de Mauá da passagem de nível da Avenida Manoel da Nóbrega na Estação Capuava da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), em Mauá.

Desde que o acesso foi fechado, em junho, os motoristas tiveram que buscar caminhos alternativos para chegar à Avenida Giovanni Battista Pirelli. A alternativa mais fácil passou a ser o Cassaquera, que, no entanto, ficou saturado.

O motorista que precisa passar pelo local nos horários de pico enfrenta em média vinte minutos para cruzar os 1.000 metros de extensão do viaduto.

Procurada em diversas ocasiões pelo Diário, a administração municipal de Mauá nunca respondeu aos questionamentos da reportagem, sobre o porquê da decisão de fechar o acesso à passagem de nível.

Enquanto isso, o número de pessoas que reclamam da decisão, aumenta. Na última quinta-feira, a professora Ivanilde Ferrari, 53 anos, expôs seu descontentamento. "Dizem que esse acesso na estação Capuava não serve mais. Mais como ele serviu até agora? Antes do fechamento não tinha esse trânsito todo", questionou.

Por Evandro Enoshita e William Cardoso - Diário do Grande ABC
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