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DATA DA PUBLICAÇÃO 09/03/2014 | Cidade
Transformando água em gelo e dinheiro
 Transformando água em gelo e dinheiro Foto: Marina Brandão/DGABC
Foto: Marina Brandão/DGABC
Depois de muita pesquisa em estabelecimentos por todo o País, com exceção de sua concorrência no Grande ABC, o representante comercial e morador de Mauá Emerson Carlos de Souza, 40 anos, decidiu abrir a sua fábrica de gelo. Investiu aproximadamente R$ 500 mil, em agosto, e, sete meses depois, já pensa em ampliar o montante. Ainda assim, diminuiu a previsão de retorno do aporte inicial de cinco anos para pouco menos de 36 meses.

Os números se tornaram aliados após ele entender a demanda pujante dos moradores de Mauá. Agora, acumulando as funções de representante comercial e empresário glacial, Souza viu suas vendas de gelo dobrarem de agosto para setembro, e também na comparação mensal de outubro e novembro. “Em dezembro tripliquei. Já em janeiro, o resultado foi semelhante a novembro”, diz. Em fevereiro, o fabricante notou que as comercializações saltaram 25% frente ao primeiro mês de 2014.
O investimento, de R$ 500 mil, foi direcionado para a adequação de imóvel que já possuia e aquisição de máquina de gelo cubo. São fabricados, com água potável, 40 quilos do produto a cada 20 minutos.

O objetivo da Best Gelo, nome escolhido com intuito de mostrar ao mercado que a empresa entrou para oferecer o melhor produto, é crescer em espiral no Grande ABC. “Quero ficar conhecido primeiro no bairro, depois nos bairros vizinhos, na cidade e, só aí, entrar em outros municípios”, explica Souza.

Para isso, ele mantém vendas ao varejo na porta da fábrica, com preços pouco superiores àqueles que oferta às companhias com as quais faz negócios, como postos de combustíveis, onde coloca freezers com sua logomarca, ou buffet.

Com o objetivo de entrar agressivo no mercado, seus preços na porta acabam ficando abaixo do que os consumidores encontram nos postos de combustível, afirma o empresário. Um saco de cinco quilos de gelo cubo sai por R$ 6. E, para atender a demanda dos festeiros de fim de semana, também comercializa pacotes de dez quilos por R$ 10 e, de 20 quilos, por R$ 18.

Coordenadora do centro de empreendedorismo do Insper, Cynthia Serva avalia o caso de Souza como ímpar. Isso porque ele seguiu regras importantes para novos empreendedores, como pesquisar muito bem o mercado, trabalhar os preços de forma que não atrapalhe nos seus custos e crescer de forma ponderada, em espiral. “No entanto, ele deve tomar cuidado e se preparar muito bem, porque talvez tenha tido resultados pela sazonalidade (de temporada de altas temperaturas no Grande ABC).”

A média mensal de vendas chega a 20 toneladas. Mas ele prefere não revelar os valores. Souza percebeu que a demanda por gelo vai de acordo com o número de festas e eventos que ocorrem no período e, claro, foi alavancada pela onda de calor, que por sua vez teve papel de amiga e vilã. Nos quatro dias de Carnaval, por exemplo, a expectativa foi frustada. “No sábado, vendi pouco. No domingo, menos ainda. Decidi não abrir as portas na segunda. Entrei em contato com alguns conhecidos do segmento que me informaram que a demanda no Litoral cresceu muito”, explica, ao estimar que o calor fez com que muitos moradores de Mauá deixassem a cidade para aproveitar a praia no feriado.

INVESTIMENTO - Por enquanto, a fábrica ainda é a sua segunda fonte de renda. O estabelecimento conta com a mão de obra de Souza, seus filhos e um tio. O primogênito é o responsável pela parte talvez mais penosa. Ele entra e sai da câmara gelada, que fica com temperatura entre 13ºC e 15ºC negativos e suporta a armazenagem de 3.000 pacotes de gelo, o equivalente a 15 toneladas.

O empresário mauaense já traçou projetos para ampliar a câmara, para aproximadamente 6.000 sacos, ou 30 toneladas. Também já conversa com fornecedores para comprar nova máquina de gelo que triplicará sua capacidade produtiva, ou seja, cerca 120 quilos a cada 20 minutos.

Isso porque em dezembro, com a superdemanda, ele assustou. Teve que comprar gelo de outro fabricante para revender na porta de casa. Sem contar o auxílio de outros familiares, na produção, durante dias e noites inteiras. “Vou me prepara para o próximo verão. Até abril devo fechar negócio e, em setembro, já estarei equipado para gerar estoque.”

CONSUMIDORES - Souza conta que vende muito para jovens, que fazem festas e churrascos, e para buffets. Esse mercado consumidor é o mesmo dos postos de combustível, que também são seus parceiros. O gerente de um desses estabelecimentos em Mauá, Ricardo Silva Miranda, garante que a maioria das vendas de gelo é para jovens que vão fazer algum tipo de confraternização com os amigos.

“Coloco gelo cubo nos baldes. E também em algumas bebidas e sucos. Até para fazer a cebola frita empanada (em formato de flor) eu uso gelo. E, no calor, a demanda sobe também porque ele derrete muito mais fácil”, explica o proprietário do São Pedro Bar e Restaurante, em Mauá, Evandro de Queiroz Cordeiro, que outro cliente de Souza.

PESQUISA - O empreendedor não tinha conhecimento sobre o mercado de gelo. Escolheu produzir apenas o formato de cubo potável porque acredita que sua utilidade é bem melhor e não deixa a desejar na hora de consumi-lo – o que não ocorre com a maioria dos produtos triturados, que não são fabricados com água filtrada.

Mas, para chegar a essa receita, pesquisou a produção de várias empresas pelo Brasil, aproveitando suas viagens com representante comercial de empresa de utensílios domésticos. Souza conta que foi bem recebido pelos empresários, que entendiam a sua intenção e percebiam que ele não apresentaria concorrência, tendo em vista que o mercado de gelo, na maioria, é muito segmentado e local. Uma fábrica atende, normalmente, no máximo algumas cidades.


Por Pedro Souza - Diário do Grande ABC
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