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DATA DA PUBLICAÇÃO 01/05/2008 | Turismo
Trajeto de reflexão
O Caminho do Sol, roteiro a pé de 241 quilômetros por 12 cidades do Interior de São Paulo – começa em Santana de Parnaíba, passando por Pirapora do Bom Jesus, Cabreúva, Itu, Salto, Indaiatuba, Elias Fausto, Capivari, Mombuca, Saltinho, Piracicaba e termina em Águas de São Pedro – é uma boa preparação e treino para o peregrino que deseja se aventurar pelo Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, que tem 800 quilômetros.

Idealizado pelo consultor José Palma, 58 anos, de São Paulo, o caminho reserva bonitas paisagens ao longo das cidades visitadas.

Após realizar o caminho espanhol em 1996, José de Palma decidiu retribuir de alguma forma o que recebeu após a sua peregrinação. “Eu comecei a repensar os valores, pois percebi a importância das coisas simples da vida, como amizade e o fato de estar consigo mesmo. Quando fazemos o caminho deixamos as couraças que nos protegem, formadas pelos bens materiais, como status e nível social. Na peregrinação temos somente uma mochila e ficamos mais humanos”, afirma o consultor.

Para ele, a primeira demonstração da solidariedade de outras pessoas aconteceu logo em seu primeiro dia de caminhada no Caminho de Santiago. No trecho de subida dos Pirineus, o consultor calculou mal a comida e ficou com fome, tendo a sensação de que ia desmaiar. “Nesse momento encontrei dois franceses comendo. Quando eles viram a minha cara de fome dividiram pão, vinho e queijo. No caminho, a solidariedade é muito grande. Às vezes, alguém te empresta um sapato, roupas, pelo simples fato de ajudar.”

Sol - Após a experiência na Europa, Palma ficou cerca de 40 dias em Águas de São Pedro para repensar sobre sua vida. “Era um executivo e passei a questionar alguns conceitos que não queria mais para mim, como trabalhar 18 horas por dia. Passei a ter uma rotina simples. A maior lição que tirei foi aliviar a mochila da minha vida, trocar a quantidade por qualidade. O que pesa na gente é a vaidade. Quando a mochila está pesada durante a caminhada, a gente estoura o joelho, cansa e tem bolhas nos pés”, compara.

De acordo com Palma, a intenção foi criar no Brasil um ambiente que pudesse proporcionar contato com a natureza e momentos de reflexão.

O que levar
– Mochila para caminhadas;
– Bermuda de secagem rápida;
– Duas camisetas de tecido de secagem rápida;
– Seis a oito pares de meia finas e grossas;
– Calça de Tactel;
– Chinelo ou papete;
– Saco de dormir;
– Protetor solar;
- Não levar absolutamente nada de lã, couro ou jeans;
– Chapéu ou boné;
– Cajado ou bastão;
– Material de higiene (remédios como antiinflamatórios e antitérmicos, agulha e linha; e Micropore;
– Cantil ou garrafa de água;
– Seis alfinetes de fralda;
– Frutas secas (damasco, ameixa, uvas-passas, nozes, barras de cereal);
– Cápsulas de vitamina C (2g) ou aminoácido;
– Um par de tênis (outdoor), para caminhadas de longa distância;
– Capa de chuva;
– Casaco de fleece anorack (jaqueta especial de náilon) em caso de frio. O tecido fleece é conhecido por sua leveza, capacidade de guardar o calor produzido pelo corpo mesmo quando molhado e facilidade de manutenção. Não substitui a capa de chuva.
– Uma toalha esportiva ou fralda (não leve toalha doméstica);
* O peso da mochila não deve ultrapassar 10% de seu peso.

Percurso pode ser feito a pé ou de bicicleta

O caminho brasileiro pode ser feito a pé ou de bicicleta. Na primeira opção, o peregrino leva aproximadamente 11 dias para completar o trajeto; já em duas rodas o tempo é de três dias e meio.

O percurso pode ser realizado sem interrupções ou somente nos fins de semana. Os peregrinos podem participar em grupo ou sozinho, pois o caminho possui setas que indicam qual direção pegar.

Antes de participar da peregrinação, é preciso assistir a uma palestra que orienta como proceder durante toda a caminhada. A palestra custa R$ 15 ou 5 kg de alimentos não-perecíveis.

Se após a palestra o peregrino se sentir apto a seguir trilha adentro, é preciso desembolsar R$ 93 de inscrição, mais R$ 7,80 de seguro. As pousadas cobram, em média, R$ 55, com pernoite, almoço, jantar e café-da-manhã.

Para este mês, as saídas acontecem nos dias 7, 14, 21 e 28; em junho, dias 4, 11, 18 e 25; em julho, dias 2, 9, 16, 23 e 30; em agosto, dias 6, 13, 20 e 27; em setembro, dias 3, 10, 17 e 24; em outubro, dias 1º, 8, 15, 22 e 29; e, em novembro, dias 5, 12, 19 e 26. CF

Informações
Telefone:
6215-1661 ou www.caminhodosol.org

Chegando ao destino

Mesmo com o cansaço, bolha nos pés e sentindo cada vez mais a mochila pesar nas costas, os peregrinos tiram dos percalços lições de vida e continuam o percurso sem esmorecer, em busca do tão esperado equilíbrio espiritual.

O meio do caminho está aproximadamente na cidade de Elias Fausto. No local, há a residência que pertenceu a Assis Chateaubriand.

A cidade abriga a Casa do Barão de Almeida Lima, de 1842. O local já foi escola, hotel e residência do major Bernardino, que recebeu o então imperador D. Pedro II e sua esposa Dona Teresa Cristina.

Em Capivari, próximo destino, um dos pontos visitados é a fazenda que foi da pintora modernista Tarsila do Amaral.

Já Mombuca é uma cidade com grande concentração de áreas verdes e cachoeiras, onde é possível contemplar a natureza com a calma de uma cidade do interior.

Na área rural de Mombuca há o Clube Arapongas, uma pousada administrada por peregrinos. O local não cobra por estadia e vive com os donativos ofertados pelos caminhantes.

O trecho que os peregrinos seguem passa por Piracicaba, considerada a terra da pamonha, da cana, da pinga e do peixe. Um dos pontos turísticos é o Museu da Água. O prédio, de 1887, funciona ao lado das quedas do Rio Piracicaba. Tem um aqueduto centenário e mirante com aquário de peixes da bacia do rio.

Piracicaba é o maior município atravessado pelos peregrinos, que levam dois dias para percorrê-lo. No trajeto, há ainda a visita aos subdistritos de Monte Branco e Artemis, até chegar ao destino, em Águas de São Pedro.

Informações
Águas de São Pedro – (0xx19) 3482-2173.
Capivari – (0xx11) 3491-1322.
Elias Fausto – (0xx19) 3821-8899.
Mombuca – (0xx19) 3488-1127.
Piracicaba – (0xx19) 3422-5115.

Águas de São Pedro: o fim

O trajeto termina em Águas de São Pedro, localizado a 182 quilômetros de São Paulo.

O dia 25 de julho, data em que o Caminho do Sol completa seis anos de existência, é o mesmo de Santiago, padroeiro da cidade de Águas de São Pedro.

Segundo José Palma, idealizador do Caminho do Sol, o município foi escolhido para o fim do percurso em virtude da sua qualidade de vida e das suas águas com poderes medicinais. “O local também tem uma topografia muito parecida com a Galícia”, afirma Palma.

No trajeto até Águas de São Pedro, os peregrinos poderão apreciar belas paisagens, com trilhas que percorrem matas e bosques, permitindo total contato com a natureza.

Fontes - Conhecida por suas águas medicinais, a cidade possui algumas fontes. Dentre elas, a Almeida Salles, cuja água é indicada para tratamento de excesso de acidez gástrica, diabetes e reumatismo; ou a Gioconda, para problemas de fígado, vesícula biliar e intestino.

Já a água da Fonte da Juventude não deixa mais jovem, mas promete auxiliar em casos de alergia, reumatismo, diabetes, asma, colite, problemas de pele, intoxicações e inflamações. A água do local também é indicada para banhos de imersão.

Por Christiane Ferreira - Diário do Grande ABC
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