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DATA DA PUBLICAÇÃO 02/05/2014 | Economia
Trabalhador vaia ato político da CUT
Trabalhador vaia ato político da CUT Foto: Orlando Filho/DGABC
Foto: Orlando Filho/DGABC
Os políticos desagradaram o público presente no Vale do Anhangabaú, ontem, no Centro da Capital, durante a comemoração do Dia do Trabalho. O evento foi organizado pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), CTB ( Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e UGT (União Geral dos Trabalhadores).

Quando representantes partidários e do governo federal subiram ao palco, receberam vaias e desviaram de objetos arremessados pela multidão, formada por cerda de 100 mil pessoas, segundo a organização do 1º de Maio Unificado das centrais sindicais.

Por outro lado, a Força Sindical reuniu em seu evento paralelo, na Praça Campo de Bagatelle, em Santana, cerca de 1 milhão de pessoas, conforme a organização – porém, a Política Militar calculou 250 mil. Durante o ato político, com representantes da oposição criticando o governo Dilma Rousseff (PT), não houve manifestação contrária. Por isso, o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, reclamou que o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (Solidariedade-SP), fez palanque político. “Ele está comemorando o Dia dos Trabalhadores com representantes dos patrões”, esbravejou. Ambos os eventos contaram com shows musicais de artistas renomados como Paula Fernandes, Belo e Michel Teló.

CRÍTICA - Por volta das 17h, teve início o ato político no Vale do Anhangabaú. O primeiro a receber as vaias do público foi o presidente nacional do PCdoB, Renato Rebelo, após dizer que seu partido convidava os trabalhadores a comemorarem o dia 1º de maio.

Em seguida, foi a vez do ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, receber crítica do público, quando foi anunciado como representante da presidente. Mesmo assim, sob vaias, seguiu o cronograma. “Hoje, é dia de luta e dia de música. Viva ao trabalhador”, disse.

Antes do anúncio do próximo palestrante, o presidente da CUT São Paulo, Adi dos Santos Lima, pediu calma. “Não podemos receber nossos convidados assim.” Não foi o suficiente. Ao pegar no microfone, o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, falou sob vaias e viu camisetas e latas atiradas em sua direção.

Após isso, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) se negou falar ao microfone. A palavra foi dada então ao pré-candidato ao governo do Estado pelo PT, o médico sanitarista Alexandre Padilha, que escapou do repúdio do público com apelo em evidência. “Quem é contra o racismo aqui levantam a mão”, gritou rapidamente. Conseguiu a simpatia do público, cuja maioria levantou os braços, e continuou: “Quem é contra, levante as duas então.” Nesse momento, Suplicy decidiu falar e, de modo acelerado, parabenizou os trabalhadores pelo dia.

Lima, da CUT, disse à equipe do Diário, após o ato político, que o público, desde às 9h no Vale, já estava irritado. “Também faltou um pouco de análise de tal situação”, destacou, sobre os convidados, sem citar nomes. Em relação às vaias para o nome da presidente da República, o sindicalista observou que foi um reflexo da insatisfação do trabalhador. “Falta atender muitas das nossas expectativas, como redução da carga horária de trabalho e o fim do fator previdenciário.”O vigilante e morador de Diadema Adair José Teixeira, 38 anos, concordou com os protestos do público. “Sou totalmente a favor de reivindicações para nos trazer melhorias. Pagamos tantos impostos e não vejo contrapartida, como mais qualidade na Educação, na Saúde e no Transporte público.” No entanto, destacou que valeu a pena ir até o Vale para comemorar o seu dia. “Somos nós, trabalhadores, que fazemos a economia do País. Temos que comemorar.”

ACEITAÇÃO - O ato político na Praça de Campo de Bagatelle foi de oposição ao governo federal. Paulinho da Força convocou os presentes a fazerem o gesto de ‘banana’ para a presidente da República. “A Dilma só veio à festa quando era candidata. Agora, ela não tem coragem! Vamos todos fazer um gesto de banana para esse governo.”

Freitas, da CUT, por outro lado, garantiu que a comandante do governo federal afirmou só participar desses eventos quando todas as centrais sindicais se juntarem em festa única.

O senador e pré-candidato do PSDB-MG à Presidência da República, Aécio Neves, criticou que “a inflação voltou e não há compromisso do governo com políticas públicas”. “Eu voltarei aqui no ano que vem, e como presidente”, afiançou. Em sua vez no palco, o pré-candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, usou o piso salarial brasileiro para reclamar. “O Brasil está indo para o caminho errado. Precisamos de debates efetivos sobre assuntos como o salário-mínimo (R$ 724), por exemplo, à altura do nosso povo.”

O segundo vice-presidente da Apas (Associação Paulista de Supermercados) e deputado estadual por São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), criticou as mudanças anunciadas pela presidente em pronunciamento ocorrido na noite de quarta-feira. “Ela aumenta o gasto público, quando há queda na arrecadação. E o aumento de 10% no Bolsa Família não acompanha a inflação dos alimentos”, declarou. Ele observou que sua crítica tem como base a inflação, principalmente dos itens básicos, que tiveram elevação nos preços pressionados pelas entressafras e problemas climáticos.

Setor automotivo é tema de preocupação para sindicalistas

O setor automotivo foi pauta de reivindicações ontem, durante as festas comemorativas do Dia do Trabalho das centrais sindicais.

Após a indústria de materiais de transportes, formada em maioria pela fabricação de automóveis, reduzir o quadro em 1.746 empregados no primeiro trimestre no Grande ABC, e as montadoras anunciarem reduções na produção, suspensões de contratos de trabalho, PDV (Programa de Demissão Voluntária) e licenças remuneradas, os sindicalistas pediram incentivo do governo, principalmente em relação à proteção do emprego.

“Precisamos de mudanças na política econômica”, disse o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas. Secretário-geral da CNM (Confederação Nacional dos Metalúrgicos), João Cayres quer mais atenção do governo para a proposta de um sistema de proteção ao emprego nos moldes do que acontece na Alemanha. O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, garantiu não ter conhecimento do assunto. Mas, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, estimou que a proposta é discutida em outros órgãos federais.

Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, José Braz da Silva, o Fofão, disse que as demissões em massa neste ano “desrespeitam o trabalhador”. “Temos pequenas empresas da região com queda na produção por causa do fim da linha da Kombi.” Comandante do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, pontuou que os empregados vivem “na insegurança”. Já o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, reivindicou o fim das demissões em massa e das terceirizações.

Por Pedro Souza e Yara Ferraz - Diário Online
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