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DATA DA PUBLICAÇÃO 03/03/2016 | Veículos
Toyota SW4 2016: primeiras impressões
SUV ganha nova geração e se distancia da picape Hilux.

Silêncio a bordo é ponto positivo; multimídia tem funcionamento falho.


Todos os anos, sempre em setembro, a Apple apresenta um novo iPhone ao público. Às vezes, as mudanças são mais sutis, porém, não demora para que uma nova geração apareça, com maior capacidade de processamento, mais recursos, câmera melhor e visual atualizado.

Agora, imagine se a Apple deixasse no mercado o mesmo iPhone por 10 anos, fazendo apenas mudanças pontuais, mas mantendo a base e o desenho. O exemplo é válido para demonstrar a situação da Toyota SW4 no Brasil. O modelo comercializado até a metade de fevereiro era como um smartphone de 10 anos: tinha visual ultrapassado e era defasado em termos de tecnologias, com rivais mais modernos.

Agora no início de 2016, a Toyota resolveu tirar o atraso e lançar a 3ª geração da SW4 no país. Ela já está nas lojas e custa a partir de R$ 205 mil, na versão V6 4.0 de 238 cavalos a gasolina, com 7 lugares. Ainda há disponível o motor 2.8 turbodiesel de 177 cv. Com ele, o SUV equipado para 5 lugares custa R$ 220 mil, e, com 7 assentos, R$ 225 mil. O câmbio é sempre automático de seis marchas.

Nos 3 catálogos, a versão de acabamento é a SRX, que representa a topo de linha. A Toyota ainda trará, no 2º semestre, uma nova motorização flex. Ela deverá ser mais simples, e terá a missão de ser a versão de entrada da linha.

O que muda?
Tudo, menos o nome. Na base do veículo, o novo chassi aumentou a rigidez em até 20%. Na carroceria, são 66 pontos adicionais de solda e um material com mais aços de alta resistência.

As medidas não ficaram tão diferentes. A nova geração é 9 cm mais comprida, e alcança 4,80 m de comprimento. Mas todo este tamanho extra não se reflete em ganho de espaço para os ocupantes: a distância entre eixos segue com 2,75 m.

Na hora de criar o visual, os engenheiros da Toyota devem ter recebido uma simples instrução: modernizem a SW4, mas esqueçam que ela já foi uma derivada da Hilux. É praticamente impossível encontrar elos entre ela e a picape com a qual compartilhava o desenho até a geração anterior.

A mudança foi tão grande que o visual com pouca personalidade do modelo que saiu de linha deu lugar a um desenho cheio de cromados e vincos, que, de alguns ângulos, parecem até um pouco exagerados.

Na frente, a grande grade e as molduras dos faróis e das luzes auxiliares receberam cromados, enquanto o para-choque exibe uma grande saliência na parte inferior. O destaque da dianteira são os faróis, afilados e com luzes de LED.

A traseira tem design mais contido, mas ainda assim, é revolucionário em relação do carro de 2005. A barra cromada entre as lanternas foi mantida, mas a peça, bem como as próprias lanternas, foi totalmente redesenhada. Agora, o conjunto ótico é bem mais estreito, e também é iluminado por lâmpadas de LED.

O melhor ângulo da nova SW4, no entanto, é a lateral. Ela é cheia de vincos, e tem a coluna C (aquela logo após as portas traseiras) escondida pela janela traseira. A carroceria ainda tem um ressalto nessa região, conferindo uma pegada mais dinâmica ao utilitário.

Um deslize da marca é a falta de um revestimento interno nas caixas de roda de trás, deixando à mostra o primer da pintura e também parte do chassi sob a carroceria. Os modelos utilizados no test drive, de acordo com a Toyota, não são pré-série, aqueles utilizados para homologação junto às autoridades.

E a cabine?
O interior da SW4 é um tanto contraditório. A cabine também foi totalmente redesenhada, e ficou mais vertical, em vez dos traços horizontais da SW4 anterior. Ali, parece que a inspiração foi o sedã Corolla, para o bem e para o mal.

O quadro de instrumentos é sóbrio, de bom gosto. Ainda há uma tela de LCD no centro dos mostradores, que exibe diversas informações, como autonomia, consumo, temperatura externa e o modo de tração selecionado.

Os demais comandos estão bem localizados, e em geral, a ergonomia é boa. Porém, o relógio digital de cor azul clara destoa completamente do conjunto, fazendo lembrar um carro dos anos 1980.

Ao mesmo tempo em que exibe materiais de melhor qualidade, como couro e plástico imitando madeira e alumínio, também tem grandes painéis de plástico rígido e pobre, típico de modelos bem mais baratos.

É bem equipada?
Sim. Como a versão SRX representa o topo da gama da Toyota, a SW4 vem bem equipada. Ela conta com 7 airbags, controles de tração e estabilidade, assistente de descida, abertura elétrica do porta-malas, ar-condicionado digital com saídas de ar e regulagem de intensidade na 2ª fileira de bancos, câmera de ré, bancos de couro com regulagens elétricas para o motorista, acesso e partida presenciais (basta ter a chave na mão), faróis e lanternas de LED e multimídia com tela de 7 polegadas sensível ao toque.

O equipamento merece um destaque – ainda que negativo. O aparelho é recheado de funções – navegador GPS, TV digital e lê DVDs, além dos básicos entrada USB, conexão Bluetooth e streaming de áudio. Mas o funcionamento é sofrível.

As respostas são lentas, mesmo para comandos mais simples, como trocar de estação de rádio e ajustar o volume. Além disso, a sensibilidade da tela é ruim, fazendo com que o usuário tenha que repetir o gesto para que a função seja realizada.

Como anda?
Parte do teste da versão a diesel de 7 lugares foi em um trajeto de aproximadamente 55 km, em ciclo rodoviário, com pista plana e asfalto liso. A percepção mais forte foi o conforto oferecido pelo SUV. O isolamento acústico é muito bom, e não deixa o som do motor invadir a cabine de forma desagradável, mesmo a 120 km/h. O motor diesel funciona de forma silênciosa e não vibra tanto quanto outros motores similares.

Não foi possível avaliar o comportamento do carro em curvas, bem como em situações de trânsito pesado. Em acelerações, o motor entrega a força de forma progressiva – o torque total de 45,9 kgfm vem a partir de 1.600 rotações por minuto.

Os 177 cv são suficientes para empurrar os nada enxutos 2.130 kg do utilitário. Já a transmissão automática de 6 marchas não empolga por trocas rápidas, mas cumpre bem sua função com um funcionamento suave.

Para avaliar a SW4 em terreno off-road, a Toyota montou um test drive em um trecho de quase 5 km de terra, com algumas fendas, pequenos alagados, lama e trechos de inclinação lateral de 30 graus.

Não houve dificuldade em superar os obstáculos, o que mostra que a capacidade fora de estrada do modelo continua exemplar. No trajeto, foi possível conhecer alguns recursos do modelo. A tração em condições normais é 4x2, ao contrário de rivais, como o Discovery Sport. Também há um assistente de descida, que freia o carro automaticamente em declives.

Para ativar a tração 4x4, há um seletor no console central. É possível fazer a transição com o veículo em movimento a até 100 km/h. Se o condutor quiser selecionar a tração 4x4 com reduzida, o processo é um pouco mais complexo, mas ainda assim, simples. É preciso parar o veículo, colocar a alavanca de câmbio em Neutro (N), e então, mover o seletor.

Concorrentes
“Trouxemos a inédita versão V6 para competir com rivais de marcas coreanas. Além disso, temos as versões diesel devem concorrer com modelos de marcas convencionais e também um rival premium", afirmou o gerente de produto da Toyota, Anderson Suzuki.

Por esta afirmação, entenda-se que a opção a gasolina irá encarar Hyundai Santa Fe e Kia Sorento, enquanto as que têm motorização diesel seguem na briga com Chevrolet Trailblazer, Mitsubishi Pajero Full e também com a Land Rover Discovery Sport.

Conclusão
A evolução da SW4 da segunda para a 3ª geração é tão grande quanto a do primeiro iPhone para a versão mais atual. O salto tecnológico de 10 anos é perceptível – o melhor exemplo é a troca da anacrônica alavanca de seleção da tração por um botão giratório no painel.

O melhor de tudo isso é que o avanço também veio acompanhado de um visual mais moderno. O espaço interno, que já era bom, foi mantido, e o nível de equipamentos agrada. O acabamento evoluiu, mas ainda precisa melhorar, principalmente se quiser concorrer com o Discovery Sport.

Mas, se com uma geração defasada a SW4 já era líder no segmento dos SUVs médios, com um modelo totalmente renovado, a tarefa deve ser ainda mais fácil.

Por André PaixãoDo G1, em Itupeva (SP)
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