DATA DA PUBLICAÇÃO 13/05/2016 | Veículos
Toyota Etios 2017: primeiras impressões
Compacto ganhou novos motores e opção de câmbio automático.
Quadro de instrumentos de leitura difícil dá lugar a equipamento digital.
Ninguém conhece melhor um modelo de carro do que sua montadora. Afinal, quem concebeu um veículo sabe muito bem seus pontos fortes e fracos. Apesar disso, é muito difícil que uma marca fale abertamente sobre questões negativas de seus produtos.
A Toyota fez exatamente isso ao lançar a linha 2017 do Etios. Parte da apresentação do presidente-executivo da marca para a América Latina, Steve St. Angelo, foi destinada a mostrar uma lista com 15 pontos em que o Etios ficava abaixo da crítica desde o lançamento, em 2012.
Logo em seguida, porém, a montadora japonesa se apressou em mostrar que corrigiu boa parte dos itens nos anos seguintes. Mas foi na linha 2017 que o Etios mais mudou – para melhor. Ainda não foi desta vez que o design exterior passou por melhorias, mas esse nunca foi o maior defeito do Toyota.
Correções
"A primeira coisa que quis mudar [quando cheguei ao Brasil] foi a falta de pintura sob o capô", comentou St. Angelo. Além desta correção, nos anos/modelo seguintes o acabamento interno do Etios foi levemente aprimorado e o modelo ganhou mais itens de série.
A primeira percepção na linha 2017 é da melhora no ambiente da cabine. Não houve evolução no desenho nem nos materiais (que ainda podem melhorar muito). Porém, o novo quadro digital deu ao modelo um requinte jamais visto em um Etios, e que, enfim, pode deixá-lo em igualdade com a concorrência.
Uma das maiores críticas ao Etios era o quadro de instrumentos em posição central e com leitura difícil, com a percepção do velocímetro diferente de acordo com a posição do passageiro. A falta do computador de bordo e o pequeno visor de cristal líquido com o nível de combustível completavam o conjunto aquém do aceitável.
O Etios 2017 traz uma tela de TFT de 4,2 polegadas, também em posição central, que melhorou muito a visualização com a adoção de um velocímetro digital. O conjunto, que tem grafismos modernos, é configurável de acordo com o gosto do motorista. Ele pode mostrar, além do velocímetro e nível do tanque de combustível, conta-giros, odômetro total e parcial, consumo médio, consumo instantâneo. Nas versões mais completas, ainda dá para inserir o valor do litro do combustível e calcular gastos de rodagem.
Na versão XLS (até porque a X não tem rádio), deu para conhecer de forma breve a central multimídia, que carece de funcionamento mais simples. Não há, por exemplo, uma função específica para aumentar ou abaixar o volume. É preciso acessar um menu, para depois fazer a regulagem. Por outro lado, ela tem respostas bem mais rápidas do que as centrais de Hilux e SW4, entre as piores do mercado.
Nos itens de segurança, agora há cinto de segurança traseiro de três pontos para todos os ocupantes e fixação do tipo Isofix (mais prática, para cadeirinhas).
Versão básica menos 'pelada'
Apesar de todas as versões contarem com esse novo painel de instrumentos, a opção mais básica, X, não traz sequer rádio, mas custa praticamente R$ 44 mil. Fora isso, são de série direção elétrica, ar-condicionado e vidros e travas elétricos.
A opção seguinte, XS, que começa em R$ 48.995, adiciona rádio com entrada USB e Bluetooth, comandos de áudio no volante (veja a avaliação desta central multimídia), acabamento cromado nas saídas de ar e manopla de câmbio e abertura interna do porta-malas.
Por fim, a versão mais cara, XLS, que parte de R$ 53.895, traz rodas de liga leve de 15 polegadas, faróis de neblina, volante e bancos de couro, retrovisores com repetidores de seta e uma nova central multimídia sensível ao toque com espelhamento de smartphones na tela do carro.
Um breve contato evidenciou que a central carece de funcionamento mais simples. Não há, por exemplo, uma função específica para aumentar ou abaixar o volume. É preciso acessar um menu, para depois fazer a regulagem. Por outro lado, ela tem respostas bem mais rápidas do que as centrais de Hilux e SW4, entre as piores do mercado.
Quando equipado com câmbio automático, a partir da XS, há piloto automático. E a versão Cross (R$ 57.395), disponível apenas para o hatch, tem apliques plásticos, rodas com visual diferente e manopla de câmbio com acabamento em couro.
Mecânica ainda melhor
De carona, chegam novos motores e câmbio. Os propulsores, antes importados do Japão, passam a sair da recém-inaugurada fábrica de motores da marca em Porto Feliz (SP). Eles mantêm as cilindradas, 1.3 e 1.5, mas estão mais potentes e ainda mais econômicos.
O 1.3, que antes desenvolvia 90 cavalos e 12,8 kgfm, agora rende 98 cv e 13,1 kgfm. Já o motor 1.5 passou de 96,5 cv para 107 cv. O torque também subiu, de 13,9 kgfm para 14,4 kgfm. Junto com os novos motores, a Toyota desenvolveu um sistema de partida a frio que aquele os bicos injetores, e assim dispensa o anacrônico tanquinho auxiliar.
Os números de consumo, que já eram bons nas linhas anteriores, estão ainda melhores. Todas as versões do Etios ganharam selo de eficiência energética do Inmetro.
O câmbio manual do Etios, antes de 5 marchas, foi substituído por um de 6 velocidades. Ele conta com um sistema que a Toyota chama de Monitor Inteligente de Aceleração, que não permite que o carro “apague” quando o motorista tira o pé da embreagem de forma mais brusca.
Aliás, em primeira marcha, mesmo que o condutor não acelere, ele mantém o carro rodando no mesmo giro.
Mas a maior novidade mecânica é a chegada do câmbio automático, disponível nas duas motorizações. Ele, porém, é de 4 marchas. Alguns dos principais concorrentes, Onix e HB20, por exemplo, oferecem transmissões de 6 marchas com trocas sequenciais. O custo da transmissão automática, em todas as versões, é de R$ 3,5 mil.
Ao volante
O G1 avaliou o Etios com carroceria hatch, na versão 1.3 X manual e 1.5 XLS automática na região de Mogi das Cruzes (SP), em percursos somados de 50 km.
A boa dirigibilidade já conhecida no modelo foi mantida. É mais fácil notar a nova calibração da direção elétrica, um pouco mais direta, do que o ganho de potência nos motores. Mesmo na versão 1.3 o menor dos Toyota já era um carro ágil. Agora, com uma marcha a mais no câmbio manual, promete um consumo excelente em trechos rodoviários.
O câmbio automático, mesmo com apenas 4 marchas, é bem acertado. Ele realiza as trocas na hora certa e sem trancos, como uma transmissão automática deve ser. A parte ruim é que o funcionamento dela faz com que os giros do motor subam mais, e o isolamento acústico, apesar de melhor, não dá conta de absorver todos os ruídos.
Mercado
Desde que foi lançado, o Etios tem sido coadjuvante. Também pudera, chegou no final de 2012, junto com os atuais líderes de mercado, Onix e HB20, e logo foi ofuscado. A Toyota, porém, não se incomoda em não aparecer na lista dos mais vendidos com o Etios. "Focamos em um crescimento sustentável, não apenas no volume de vendas", disse Miguel Fonseca, vice-presidente executivo da marca.
Talvez o grande responsável pela falta de êxito do Etios seja o visual. Sem muita inspiração, ele fica devendo muito na comparação com o “moderninho” hatch da Hyundai e com o consagrado modelo da Chevrolet. Mas é na hora de confrontar os produtos que o “patinho feio” se destaca. O Etios fica acima da média na condução.
Na hora de comparar preços, a versão avaliada vai melhor do que os rivais. Não que pagar R$ 57.395 por um veículo compacto com câmbio automático pareça barato, mas o Etios custa menos do que seus principais rivais.
O Onix LTZ, que tem motor mais fraco (1.4 de 106 cv) e menos equipamentos sai por R$ 57.890. Já o HB20 Comfort Plus, que também sai com menos itens de série, mas motor e câmbio superiores (1.6 de 128 cv) vai a R$ 58.545.
O rival que custa menos do que o Etios, entretanto, não entrega um conjunto tão bom quanto os demais. O Volkswagen Gol, que acabou de mudar, possui a versão Highline com motor 1.6 de 104 cv e câmbio automatizado I-Motion por R$ 55.940. Neste caso, o custo extra vale a experiência de dirigir um automático legítimo.
Conclusão
Após superar o início conturbado, o compacto cativou seus clientes com um conjunto mecânico confiável, com bom desempenho e econômico. Com a sensibilidade de uma mãe atenciosa, a Toyota soube fazer as correções pontuais no “filho”.
Os frutos serão colhidos nesta linha 2017, quando o Etios chega a sua melhor forma nestes quase 4 anos de mercado.
Quadro de instrumentos de leitura difícil dá lugar a equipamento digital.
Ninguém conhece melhor um modelo de carro do que sua montadora. Afinal, quem concebeu um veículo sabe muito bem seus pontos fortes e fracos. Apesar disso, é muito difícil que uma marca fale abertamente sobre questões negativas de seus produtos.
A Toyota fez exatamente isso ao lançar a linha 2017 do Etios. Parte da apresentação do presidente-executivo da marca para a América Latina, Steve St. Angelo, foi destinada a mostrar uma lista com 15 pontos em que o Etios ficava abaixo da crítica desde o lançamento, em 2012.
Logo em seguida, porém, a montadora japonesa se apressou em mostrar que corrigiu boa parte dos itens nos anos seguintes. Mas foi na linha 2017 que o Etios mais mudou – para melhor. Ainda não foi desta vez que o design exterior passou por melhorias, mas esse nunca foi o maior defeito do Toyota.
Correções
"A primeira coisa que quis mudar [quando cheguei ao Brasil] foi a falta de pintura sob o capô", comentou St. Angelo. Além desta correção, nos anos/modelo seguintes o acabamento interno do Etios foi levemente aprimorado e o modelo ganhou mais itens de série.
A primeira percepção na linha 2017 é da melhora no ambiente da cabine. Não houve evolução no desenho nem nos materiais (que ainda podem melhorar muito). Porém, o novo quadro digital deu ao modelo um requinte jamais visto em um Etios, e que, enfim, pode deixá-lo em igualdade com a concorrência.
Uma das maiores críticas ao Etios era o quadro de instrumentos em posição central e com leitura difícil, com a percepção do velocímetro diferente de acordo com a posição do passageiro. A falta do computador de bordo e o pequeno visor de cristal líquido com o nível de combustível completavam o conjunto aquém do aceitável.
O Etios 2017 traz uma tela de TFT de 4,2 polegadas, também em posição central, que melhorou muito a visualização com a adoção de um velocímetro digital. O conjunto, que tem grafismos modernos, é configurável de acordo com o gosto do motorista. Ele pode mostrar, além do velocímetro e nível do tanque de combustível, conta-giros, odômetro total e parcial, consumo médio, consumo instantâneo. Nas versões mais completas, ainda dá para inserir o valor do litro do combustível e calcular gastos de rodagem.
Na versão XLS (até porque a X não tem rádio), deu para conhecer de forma breve a central multimídia, que carece de funcionamento mais simples. Não há, por exemplo, uma função específica para aumentar ou abaixar o volume. É preciso acessar um menu, para depois fazer a regulagem. Por outro lado, ela tem respostas bem mais rápidas do que as centrais de Hilux e SW4, entre as piores do mercado.
Nos itens de segurança, agora há cinto de segurança traseiro de três pontos para todos os ocupantes e fixação do tipo Isofix (mais prática, para cadeirinhas).
Versão básica menos 'pelada'
Apesar de todas as versões contarem com esse novo painel de instrumentos, a opção mais básica, X, não traz sequer rádio, mas custa praticamente R$ 44 mil. Fora isso, são de série direção elétrica, ar-condicionado e vidros e travas elétricos.
A opção seguinte, XS, que começa em R$ 48.995, adiciona rádio com entrada USB e Bluetooth, comandos de áudio no volante (veja a avaliação desta central multimídia), acabamento cromado nas saídas de ar e manopla de câmbio e abertura interna do porta-malas.
Por fim, a versão mais cara, XLS, que parte de R$ 53.895, traz rodas de liga leve de 15 polegadas, faróis de neblina, volante e bancos de couro, retrovisores com repetidores de seta e uma nova central multimídia sensível ao toque com espelhamento de smartphones na tela do carro.
Um breve contato evidenciou que a central carece de funcionamento mais simples. Não há, por exemplo, uma função específica para aumentar ou abaixar o volume. É preciso acessar um menu, para depois fazer a regulagem. Por outro lado, ela tem respostas bem mais rápidas do que as centrais de Hilux e SW4, entre as piores do mercado.
Quando equipado com câmbio automático, a partir da XS, há piloto automático. E a versão Cross (R$ 57.395), disponível apenas para o hatch, tem apliques plásticos, rodas com visual diferente e manopla de câmbio com acabamento em couro.
Mecânica ainda melhor
De carona, chegam novos motores e câmbio. Os propulsores, antes importados do Japão, passam a sair da recém-inaugurada fábrica de motores da marca em Porto Feliz (SP). Eles mantêm as cilindradas, 1.3 e 1.5, mas estão mais potentes e ainda mais econômicos.
O 1.3, que antes desenvolvia 90 cavalos e 12,8 kgfm, agora rende 98 cv e 13,1 kgfm. Já o motor 1.5 passou de 96,5 cv para 107 cv. O torque também subiu, de 13,9 kgfm para 14,4 kgfm. Junto com os novos motores, a Toyota desenvolveu um sistema de partida a frio que aquele os bicos injetores, e assim dispensa o anacrônico tanquinho auxiliar.
Os números de consumo, que já eram bons nas linhas anteriores, estão ainda melhores. Todas as versões do Etios ganharam selo de eficiência energética do Inmetro.
O câmbio manual do Etios, antes de 5 marchas, foi substituído por um de 6 velocidades. Ele conta com um sistema que a Toyota chama de Monitor Inteligente de Aceleração, que não permite que o carro “apague” quando o motorista tira o pé da embreagem de forma mais brusca.
Aliás, em primeira marcha, mesmo que o condutor não acelere, ele mantém o carro rodando no mesmo giro.
Mas a maior novidade mecânica é a chegada do câmbio automático, disponível nas duas motorizações. Ele, porém, é de 4 marchas. Alguns dos principais concorrentes, Onix e HB20, por exemplo, oferecem transmissões de 6 marchas com trocas sequenciais. O custo da transmissão automática, em todas as versões, é de R$ 3,5 mil.
Ao volante
O G1 avaliou o Etios com carroceria hatch, na versão 1.3 X manual e 1.5 XLS automática na região de Mogi das Cruzes (SP), em percursos somados de 50 km.
A boa dirigibilidade já conhecida no modelo foi mantida. É mais fácil notar a nova calibração da direção elétrica, um pouco mais direta, do que o ganho de potência nos motores. Mesmo na versão 1.3 o menor dos Toyota já era um carro ágil. Agora, com uma marcha a mais no câmbio manual, promete um consumo excelente em trechos rodoviários.
O câmbio automático, mesmo com apenas 4 marchas, é bem acertado. Ele realiza as trocas na hora certa e sem trancos, como uma transmissão automática deve ser. A parte ruim é que o funcionamento dela faz com que os giros do motor subam mais, e o isolamento acústico, apesar de melhor, não dá conta de absorver todos os ruídos.
Mercado
Desde que foi lançado, o Etios tem sido coadjuvante. Também pudera, chegou no final de 2012, junto com os atuais líderes de mercado, Onix e HB20, e logo foi ofuscado. A Toyota, porém, não se incomoda em não aparecer na lista dos mais vendidos com o Etios. "Focamos em um crescimento sustentável, não apenas no volume de vendas", disse Miguel Fonseca, vice-presidente executivo da marca.
Talvez o grande responsável pela falta de êxito do Etios seja o visual. Sem muita inspiração, ele fica devendo muito na comparação com o “moderninho” hatch da Hyundai e com o consagrado modelo da Chevrolet. Mas é na hora de confrontar os produtos que o “patinho feio” se destaca. O Etios fica acima da média na condução.
Na hora de comparar preços, a versão avaliada vai melhor do que os rivais. Não que pagar R$ 57.395 por um veículo compacto com câmbio automático pareça barato, mas o Etios custa menos do que seus principais rivais.
O Onix LTZ, que tem motor mais fraco (1.4 de 106 cv) e menos equipamentos sai por R$ 57.890. Já o HB20 Comfort Plus, que também sai com menos itens de série, mas motor e câmbio superiores (1.6 de 128 cv) vai a R$ 58.545.
O rival que custa menos do que o Etios, entretanto, não entrega um conjunto tão bom quanto os demais. O Volkswagen Gol, que acabou de mudar, possui a versão Highline com motor 1.6 de 104 cv e câmbio automatizado I-Motion por R$ 55.940. Neste caso, o custo extra vale a experiência de dirigir um automático legítimo.
Conclusão
Após superar o início conturbado, o compacto cativou seus clientes com um conjunto mecânico confiável, com bom desempenho e econômico. Com a sensibilidade de uma mãe atenciosa, a Toyota soube fazer as correções pontuais no “filho”.
Os frutos serão colhidos nesta linha 2017, quando o Etios chega a sua melhor forma nestes quase 4 anos de mercado.
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