DATA DA PUBLICAÇÃO 10/12/2015 | Setecidades
Tomates são vendidos no ABCD com coquetel de 17 agrotóxicos
Craisa encontrou 17 tipos de agrotóxicos em tomates distribuídos em feiras e sacolões do ABCD; objetivo da fiscalização não é punir, mas educar produtores. Foto: Andris Bovo
Análise do Craisa de Santo André mostra que fruta está com três vezes mais substâncias do que a Anvisa permite por lei
A contaminação por agrotóxicos nos tomates do ABCD está com os níveis três vezes acima do que os permitidos pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e são impróprios para consumo. É o que aponta o laudo que a Craisa (Companhia Regional de Abastecimento de Santo André) entregou na última quinta-feira (03/12) à Defensoria Pública de Santo André.
De acordo com o defensor público Marcelo Novaes, os números revelados no documento são alarmentes. O tomate que em 2014 registrou cinco substâncias, agora é comercializado com 17 agrotóxicos. “É um novo patamar de contaminação. Nunca vimos nada parecido. A suspeita é que exista um kit de substâncias extremamente perigosas circulando”, alertou Novaes.
No ABCD, mais de 12 mil toneladas de alimentos são distribuídas mensalmente. Para o defensor público, o problema pode ser ainda maior. Dos 464 agrotóxicos listados pela Anvisa, apenas 240 são pesquisados. “Observo que o biológo não pesquisou, por exemplo, o 2,4D e o glifosato, que juntos representam mais da metade do agrotóxico consumido no Estado”, destacou Novaes. O glifosato é o ingrediente do herbicida mais utilizado no mundo, assim como um provável agente cancerígeno para humanos.
O Brasil é o país que mais ingere agrotóxicos no mundo. De acordo com o IDEC (Instituto Brasileiro de Defesa ao Consumidor), os brasileiros consomem em média, 5,2 litros de agrotóxicos anualmente. A demora na análise, o alto custo e a falta de fiscalização, levam esses produtos, como os tomates do ABCD, à mesa dos brasileiros.
PIONEIRO
Embora os tomates sejam distribuidos para o ABCD via Craisa, é a própria Craisa que está correndo na contra-mão para evitar danos maiores na mesa dos consumidores. “Infelizmente os tomates foram consumidos. A amostragem é muito pequena. Mas, é com essas análises, que queremos começar a fiscalizar”, explicou o engenheiro agrônomo da Craisa, Fábio Vezzá de Benedetto.
Em 7 de outubro, a companhia reafirmou seu comprometimento com o fortalecimento da segurança alimentar ao apresentar, durante audiência pública em Santo André, uma portaria que institui o Programa de Rastreamento de Produtores/Fornecedores e Monitoramento de Qualidade de Produtos. O objetivo da ação é fiscalizar a presença de agrotóxicos de uso não autorizado ou acima dos limites fixados pela Anvisa nos produtos hortifrutigranjeiros comercializados no âmbito municipal.
Com a iniciativa, a Craisa remeterá mensalmente amostras de 15 culturas de alimentos vegetais para realização de exames em busca de traços de agrotóxicos. Em um primeiro momento, são examinados os seguintes itens: abacaxi, abobrinha, alface, banana, batata, cebola, cenoura, laranja, maçã, mamão, milho, pepino, pimentão, tomate e uva.
“Não teremos competência para multar e nem é essa a nossa intenção, mas sim, de sermos um colaborador para este processo por meio de um instrumento de monitoramento. Ou seja, ao identificarmos uma irregularidade, nosso papel será o de dar ciência desta situação aos órgãos de controle competentes para que as medidas cabíveis sejam tomadas”, explicou o superintendente da Craisa, Hélio Tomaz Rocha.
Uso e consumo de agrotóxico está associado a doenças
O uso dos agrotóxicos está altamente associado à incidência de doenças como alterações hepáticas, endocrinológicas e até cancerígenas. Os problemas pela ingestão aparecem em longo prazo, mas não podem ser tratados como relação direta à doença. “Não é possível provar que o agrotóxico tenha causado a doença. Chamamos isso de uma associação positiva, que é quando se descarta outras patologias”, explicou o clínico geral do Hospital e Maternidade Dr. Christóvão da Gama Richard Rosenblat.
O médico afirmou ainda que existem maneiras de minimizar o problema. Para Rosenblat, não é necessário parar de comer o tomate. “Tem como ingerir menos agrotóxicos, lavando bem e até tirando a casca do alimento”, destacou. Porém, especialistas e estudiosos de agrotóxicos não concordam com tal solução e alertam que lavar ou descascar o alimento não eliminam as substâncias.
FISCALIZAÇÃO
Procurados pela reportagem, o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), responsável por fiscalizar os estabelecimentos e produtores do País, e a Vigilância Sanitária de Santo André, que cuida do monitoramento do nível dos agrotóxicos comercializados nos estabelecimentos, não se manifestaram sobre o assunto até o fechamento desta edição.
A contaminação por agrotóxicos nos tomates do ABCD está com os níveis três vezes acima do que os permitidos pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e são impróprios para consumo. É o que aponta o laudo que a Craisa (Companhia Regional de Abastecimento de Santo André) entregou na última quinta-feira (03/12) à Defensoria Pública de Santo André.
De acordo com o defensor público Marcelo Novaes, os números revelados no documento são alarmentes. O tomate que em 2014 registrou cinco substâncias, agora é comercializado com 17 agrotóxicos. “É um novo patamar de contaminação. Nunca vimos nada parecido. A suspeita é que exista um kit de substâncias extremamente perigosas circulando”, alertou Novaes.
No ABCD, mais de 12 mil toneladas de alimentos são distribuídas mensalmente. Para o defensor público, o problema pode ser ainda maior. Dos 464 agrotóxicos listados pela Anvisa, apenas 240 são pesquisados. “Observo que o biológo não pesquisou, por exemplo, o 2,4D e o glifosato, que juntos representam mais da metade do agrotóxico consumido no Estado”, destacou Novaes. O glifosato é o ingrediente do herbicida mais utilizado no mundo, assim como um provável agente cancerígeno para humanos.
O Brasil é o país que mais ingere agrotóxicos no mundo. De acordo com o IDEC (Instituto Brasileiro de Defesa ao Consumidor), os brasileiros consomem em média, 5,2 litros de agrotóxicos anualmente. A demora na análise, o alto custo e a falta de fiscalização, levam esses produtos, como os tomates do ABCD, à mesa dos brasileiros.
PIONEIRO
Embora os tomates sejam distribuidos para o ABCD via Craisa, é a própria Craisa que está correndo na contra-mão para evitar danos maiores na mesa dos consumidores. “Infelizmente os tomates foram consumidos. A amostragem é muito pequena. Mas, é com essas análises, que queremos começar a fiscalizar”, explicou o engenheiro agrônomo da Craisa, Fábio Vezzá de Benedetto.
Em 7 de outubro, a companhia reafirmou seu comprometimento com o fortalecimento da segurança alimentar ao apresentar, durante audiência pública em Santo André, uma portaria que institui o Programa de Rastreamento de Produtores/Fornecedores e Monitoramento de Qualidade de Produtos. O objetivo da ação é fiscalizar a presença de agrotóxicos de uso não autorizado ou acima dos limites fixados pela Anvisa nos produtos hortifrutigranjeiros comercializados no âmbito municipal.
Com a iniciativa, a Craisa remeterá mensalmente amostras de 15 culturas de alimentos vegetais para realização de exames em busca de traços de agrotóxicos. Em um primeiro momento, são examinados os seguintes itens: abacaxi, abobrinha, alface, banana, batata, cebola, cenoura, laranja, maçã, mamão, milho, pepino, pimentão, tomate e uva.
“Não teremos competência para multar e nem é essa a nossa intenção, mas sim, de sermos um colaborador para este processo por meio de um instrumento de monitoramento. Ou seja, ao identificarmos uma irregularidade, nosso papel será o de dar ciência desta situação aos órgãos de controle competentes para que as medidas cabíveis sejam tomadas”, explicou o superintendente da Craisa, Hélio Tomaz Rocha.
Uso e consumo de agrotóxico está associado a doenças
O uso dos agrotóxicos está altamente associado à incidência de doenças como alterações hepáticas, endocrinológicas e até cancerígenas. Os problemas pela ingestão aparecem em longo prazo, mas não podem ser tratados como relação direta à doença. “Não é possível provar que o agrotóxico tenha causado a doença. Chamamos isso de uma associação positiva, que é quando se descarta outras patologias”, explicou o clínico geral do Hospital e Maternidade Dr. Christóvão da Gama Richard Rosenblat.
O médico afirmou ainda que existem maneiras de minimizar o problema. Para Rosenblat, não é necessário parar de comer o tomate. “Tem como ingerir menos agrotóxicos, lavando bem e até tirando a casca do alimento”, destacou. Porém, especialistas e estudiosos de agrotóxicos não concordam com tal solução e alertam que lavar ou descascar o alimento não eliminam as substâncias.
FISCALIZAÇÃO
Procurados pela reportagem, o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), responsável por fiscalizar os estabelecimentos e produtores do País, e a Vigilância Sanitária de Santo André, que cuida do monitoramento do nível dos agrotóxicos comercializados nos estabelecimentos, não se manifestaram sobre o assunto até o fechamento desta edição.
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