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DATA DA PUBLICAÇÃO 08/03/2011 | Geral
Tom Maior levanta Anhembi com homenagem a S. Bernardo
Com uma homenagem à cidade de São Bernardo, a Tom Maior desfilou no Sambódromo do Anhembi, na Capital, na madrugada deste sábado (05/03) e levantou as arquibancadas. Em pesquisas de opinião pela internet, a participação da escola de samba é considerada uma das melhores entre as agremiações que passaram pela avenida no primeiro dia de desfiles do Carnaval de São Paulo.

Com o enredo "Salve Salve São Bernardo, pedaço do meu Brasil - Terra Mãe dos Paulistas", a escola entrou na passarela às 1h14, com quase meia hora de atraso por conta de problemas técnicos com carros alegóricos da Unidos do Peruche, primeira agremiação do grupo especial a entrar na avenida. O desfile da Tom Maior contou a história da cidade do ABCD desde o início da colonização, passando pelas lutas sociais do último século até os dias atuais.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o convidado mais aguardado para o primeiro dia de apresentações do Carnaval paulistano, que desfilaria no último carro alegórico da Tom Maior, não participou do desfile. Quem compareceu ao Sambódromo teve de se contentar com a presença do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, do vice-prefeito, Frank Aguiar, e de ex-assessores da Presdência da República.

O desfile – A comissão de frente da Tom Maior trouxe para a avenida os confrontos entre os indígenas e jesuítas, simbolizando os primórdios da colonização do País, do Estado e da região do ABCD. Trazendo referências aos caminhos dos índios e colonizadores entre o litoral, a Serra do Mar e o Planalto Paulista, o carre abre-alas exibia reproduções dos painéis de azulejo dos monumentos da Estrada Velha de Santos.

A colonização também foi a marca das fantasias dos 260 integrantes da bateria da escola. Proibida de usar animais vivos durante o desfile, a Tom Maior vestiu a rainha, Andréia Alves, e a madrinha da bateria, Adriana Bombom, de jaguatirica e iguana, respectivamente.

No segundo setor do desfile os imigrantes foram homenageados, com destaque para a ala das baianas, que atravessaram a avenida fantasiadas de índia Bartira, a filha do cacique Tibiriçá.

A represa Billings também foi homenageada na passarela, tanto pela importância para o abastecimento da população, tanto pela poluição das águas. Alegorias com referências às sacolas plásticas e pneus velhos reproduziram o descaso com o meio ambiente na Região.

Outros símbolos de São Bernardo como a companhia cinematográfica Vera Cruz – com homenagens à Mazzaropi e referências a filmes, como o Cangaceiro e Floradas na Serra –, a Cidade da Criança, a imigração nordestina, os primórdios da indústria moveleira e a rota do frango com polenta foram lembrados pelo desfile da escola de samba.

Por fim, a Tom Maior trouxe o nascimento da capital do carro, a representatividade da indústria automobilística para a Região e o País e o surgimento do movimento sindical contemporâneo no ABCD e no Brasil para a avenida. No entanto, as referências à chegada do primeiro torneiro mecânico à Presidência da República e ao PT (Partido dos Trabalhadores) foram constantes durante a apresentação da escola.

O samba-enredo, entoado pelo público, apresentou São Bernardo. “Berço moderno da luta social / Brilha... lá no alto uma estrela / Brilhou lá iluminando o nosso país”. Além disso, macacões vermelhos com uma faixa presidencial dourada atravessada no peito eram a fantasia dos integrantes da velha guarda da escola.

Escola – No total, 3.100 componentes da Tom Maior atravessaram a avenida neste ano, divididos em 23 alas. Cinco carros alegóricos da escola passaram pelo Sambódromo do Anhembi neste sábado. Fundada em 1973, por um grupo de dissidentes da Camisa Verde que se juntou com grupo de estudantes da USP (Universidade de São Paulo), a escola tenta o primeiro título no grupo especial do Carnaval paulistano neste ano.

A CUT (Central Única dos Trabalhadores) São Paulo é parceira da escola, que trouxe para a avenida, em 2007, a história da própria central sindical, com o enredo “Com licença, eu vou à luta”. Na ocasião, a Tom Maior ficou em oitavo na classificação final.

Escola de samba homenageia a terra de João Ramalho e dos automóveis

O tema do desfile da Tom Maior surgiu em 2007 e a diretoria determinou que viraria enredo em dezembro de 2009. “Vamos abordar a Serra do Mar, os índios da região, a influência da Igreja e a força do trabalho, porque falar de São Bernardo é falar de metalúrgicos”, descreveu o presidente da Tom Maior desde 1984, Marko da Silva, antes do desfile.

Para a apresentação, o carnavalesco Chico Spinosa foi contratado para fazer a pesquisa sobre a cidade, que começou no final de março de 2010. “Não tinha noção de como o município era interessante”, refletiu o carnavalesco, que já trabalhou para sete escolas cariocas e levou três títulos de campeã para a paulista Vai-Vai e duas colocações de vice e um empate. “Foi lindo me aprofundar na história e descobrir a importância de fatos como a migração ter sido o solavanco que estimulou o desenvolvimento do polo automobilístico”, frisou Spinosa, que ao longo da apuração considerou um prazer se descobrir um filho de São Bernardo, mais um batateiro.

Maria Vilasboas, funcionária pública há 28 anos, desfilou uma vez quando tinha 12 anos na antiga escola Vila Rosa, onde era porta-bandeirinha. Quatro décadas depois recebeu um convite do vice-prefeito Frank Aguiar para compor a quinta ala do desfile trajando um macacão vermelho com uma faixa amarela representando os metalúrgicos. Ao todo, 100 empregados da Prefeitura foram chamados para vestirem as cores da Tom Maior.

“Acho ótimo sermos lembrados, São Bernardo é um pedaço que enriquece São Paulo e merece todo o destaque”, afirmou Maria.

Por Vinicius Morende - ABCD Maior
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