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DATA DA PUBLICAÇÃO 03/10/2012 | Informática
Teste: Acer Aspire S5, laptop mais fino que o Apple MacBook Air, tem tela ruim e preço alto
Muito fino e leve, o Aspire S5 é o melhor ultrabook da Acer à venda no Brasil. Seus grandes destaques são justamente a espessura (1,5 cm) e o peso (1,2 kg), nos dois quesitos, ele vence o MacBook Air, da Apple (1,7 cm e 1,35 kg) e perde de pouco do Série 9, da Samsung (1,29 cm e 1,16 kg).

Essas diferenças não são grandes e não devem receber muito peso na hora de decidir por um produto ou outro, mas mostram como a Acer investiu no design do S5.

Há, porém, fraquezas significativas na construção. A carcaça apresenta fragilidade em alguns pontos, principalmente na superfície atrás da tela, e fica suja com facilidade, marcas de dedos são comuns, o que lhe dá uma aparência de plástico, embora ela seja feita de alumínio e magnésio e tenha até um acabamento de aço escovado.

MAGICFLIP

O que mais chama a atenção no corpo é um item que, inicialmente, fica escondido: o MagicFlip, um painel retrátil localizado na parte inferior traseira do laptop. Nele ficam as portas Thunderbolt, USB 3.0 e HDMI, além de dutos de ventilação.

Seu funcionamento lembra o de faróis escamoteáveis de carros esportivos, que se levantam quando são ligados. Quando fechado, sem nenhuma porta em uso, o MagicFlip fica escondido dentro do corpo do laptop; quando aberto, ele eleva a traseira e a tela do aparelho.

Um botão ao lado do teclado abre e fecha o curioso painel, que emite um incômodo som de motorzinho ("vrrrrr") ao ser acionado. De maneira automática, ele se esconde quando o notebook é desligado (e nenhum conector está sendo utilizado) e aparece quando mais refrigeração é necessária.

Mas a única vantagem aparente do MagicFlip é diminuir a espessura do aparelho quando nenhuma porta é usada. De resto, ele acrescenta peso e, o mais preocupante, um item a mais para quebrar. Imagine o trabalho e o gasto para consertar um componente tão singular, depois de anos abrindo e fechando o painel, acumulando pó, desgastando o mecanismo.

Além disso tudo, portas na traseira costumam ser menos convenientes do que nas laterais, pois exigem que você contorça seu corpo ou o notebook para encaixar os conectores. (A não ser, é claro, que você consiga fazer isso sem vê-las, o que pode ser fácil depois de um tempo.)

A seleção de portas em si é razoável, com conectores modernos. O Thunderbolt ainda não é muito popular, mas sua inclusão deixa o notebook mais preparado para o futuro, quando devem surgir mais acessórios com esse padrão. Seria legal ver mais uma porta USB 3.0 e uma porta Ethernet para conexão com fio a redes, mas essas ausências não comprometem muito, e acessórios podem ser utilizados para compensá-las.

TELA, TECLADO E TOUCHPAD

Mais questionável que o MagicClip é a tela de qualidade muito baixa. Com 13,3 polegadas, ela tem resolução de apenas 1.366 x 768 pixels, muito baixa, por exemplo, comparada à de 1.600 x 900 pixels do Samsung Série 9, são quase 400 mil pixels a naus em uma tela do mesmo tamanho. Com isso, os pixels -seu alinhamento vertical, principalmente, ficam muito visíveis.

Para piorar, o nível de contraste, a reprodução de cores e o ângulo de visão são medíocres, típicos de telas de notebooks mais baratos.

É difícil entender uma tela com qualidade tão baixa em um produto dessa categoria, e em um mercado que vê laptops com painéis cada vez melhores. (É mais difícil ainda entender por que a Acer preferiu gastar dinheiro com o MagicFlip em vez de investir em uma tela melhor.)

O resto do notebook, aliás, é apenas mediano, o que é desanimador em um laptop com preço tão alto.

O teclado, com estilo "chiclet" ou "island", irrita um pouco. Ele não é de todo ruim, mas carece de firmeza, as teclas por vezes demonstram frouxidão e falham quando levemente pressionadas, em digitações mais rápidas.

O layout parece ter sofrido uma gambiarra para ser adaptado ao padrão ABNT (com tecla Ç), o Shift esquerdo foi dividido para abrigar a barra invertida; o mesmo ocorreu com o Enter, para dar espaço a um colchete. É muito ruim, durante os testes, frequentemente apertei a tecla do colchete quando buscava Enter. Sem contar o já popular posicionamento do ponto de interrogação e da barra nas teclas W e Q, respectivamente, para serem acionados com o AltGr. (As fotos da galeria são do modelo americano, com teclado de layout diferente.)

Teclas que desaceleram sua digitação ou exigem que você olhe para elas são sempre ruins, e esse é o caso das setas, do Page Up e do Page Down, todas muito diminutas e perto umas das outras.

Quem costuma digitar no escuro pode reclamar da ausência de iluminação no teclado, não é algo de que eu faça questão, mas, novamente, é um recurso esperado em um equipamento dessa categoria.

O touchpad segue o estilo popularizado pelo MacBook, sem botões separados, quase toda a sua superfície funciona como um botão gigante, clicável. Mas, como em quase todo laptop sem a marca da Apple, o desempenho é frustrante, muito longe do oferecido por qualquer MacBook.

Essa diferença se nota principalmente no uso de gestos. Quando são usados dois dedos, por exemplo, o sistema às vezes confunde o gesto de pinça (para controlar zoom) com o de deslizar (para rolar a página). E a animação, dos elementos que estão sendo ampliados ou rolados, por exemplo, não é fluida.

Como eu disse, o desempenho do touchpad em laptops que não são da Apple costuma ser frustrante, ou seja, esse não é um problema só do S5, mas da grande maioria dos computadores com Windows no mercado.

DESEMPENHO

O desempenho geral do S5 é razoável, dentro do que se espera de um laptop com processador Intel Core i5 com dois núcleos e SSD (drive de estado sólido) como unidade de armazenamento. Ele suporta bem o uso moderado de diversos aplicativos ao mesmo tempo, e, quando é mais exigido, esquenta consideravelmente, mas não fica insuportável.

Não há muitas novidades em áudio e vídeo. Com chip de vídeo integrado Intel HD Graphics 4000, o S5 não é recomendável para jogar games com gráficos 3D complexos, mas é suficiente para reproduzir sem problemas vídeos em alta definição. O áudio conta com o auxílio de tecnologia da Dolby, mas as limitações físicas de um ultrabook dificultam um avanço significativo nessa área, o resultado, portanto, é uma qualidade sonora mediana.

A duração da bateria obviamente varia conforme o uso. Nos meus testes, ela aguentou entre quatro e cinco horas de tarefas moderadas, basicamente, navegação na web e digitação de textos, mas houve situações em que a energia acabou em pouco mais de três horas.

Um defeito contornável, mas bastante irritante, do S5 é o grande número de programas pré-instalados nele. É contornável porque basta removê-los para se livrar deles, felizmente, os computadores não costumam vir com aplicativos desinstaláveis, prática comum em celulares. Mas é irritante porque, bem, são muitos.

Ao ligar o laptop pela primeira vez, o Painel de Controle lista 15 programas da Acer Incorporated. Alguns podem até ser úteis, como o eRecovery Management, para recuperar o sistema, mas a maioria é dispensável.

Desinstalar os Acer Games (que são da WildTangent, ou seja, não estão entre os 15 programas da Acer Incorporated) é uma operação cansativa, você precisa clicar em 20 caixas de seleção, uma a uma, para remover tudo. Há, ainda, itens pré-instalados que não estão na lista de programas, como um atalho para o Netflix na Área de Trabalho.

Programas como Skype, Evernote e Office Starter podem até ser úteis, mas o melhor seria deixar o próprio usuário decidir sobre a instalação deles.

Com todas essas falhas e preço sugerido de R$ 4.449, o Aspire S5 é um ultrabook apenas regular. Seu maior problema é que oferece muito pouco pelo que cobra, faltam características que justifiquem o alto valor. Por bem menos, cerca de R$ 3.600, é possível comprar o Samsung Série 9, um ultrabook que oferece uma tela muito superior e um design mais sofisticado, mas menos poder de processamento.

*
TECPÉDIA

ULTRABOOK

Categoria de notebooks criada pela Intel. Em relação aos laptops convencionais, os ultrabooks costumam ser mais finos e leves e consumir menos energia.

TOUCHPAD
Superfície sensível ao toque que geralmente substitui o mouse em laptops. Também é conhecido como trackpad.

SSD
Sigla em inglês para drive de estado sólido, dispositivo de armazenamento mais rápido e caro do que o tradicional HDD (drive de disco rígido). Como cartões de memória e pen drives, os SSDs costumam ter um tipo de memória flash, que usa chips em vez dos discos magnéticos dos HDDs.

USB 3.0
Versão mais atual do popular padrão USB no mercado. Conexões USB 3.0 permitem transferência de dados a até 5 gigabits por segundo. O limite do USB 2.0 é de apenas 480 megabits por segundo.

THUNDERBOLT
Padrão de conexão mais versátil e poderoso do que o USB. Oferece transferência de dados e vídeo, velocidade de 10 gigabits por segundo e conexão de dispositivos em série ("daisy chain"), você pode, por exemplo, ligar um laptop a um monitor externo, e este a vários periféricos que serão usados com o laptop. Foi criado pela Intel e levado ao mercado pela Apple.

Por Emerson Kimura, de São Paulo - Folha Online
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