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Bahia de muitos naufrágios
DATA DA PUBLICAÇÃO 21/09/2009 | Turismo
Tesouros Submersos
Quando o assunto é naufrágios, Rio de Janeiro e São Paulo unem forças para formar um dos maiores acervos do mundo. No Rio, o mar de Arraial do Cabo encantou Jacques Cousteau com a enorme quantidade de cavalos-marinhos, corais, esponjas e mais de 60 espécies de peixes. Das 40 embarcações naufragadas, destacam-se os navios Thetis, Herlingen e Dona Paula, dos quais o fundo do mar ainda guarda canhões, âncoras e hélices.

A baía de Angra dos Reis é outro deleite para os adeptos do snorkeling, da pesca submarina e do mergulho autônomo. A começar por Ilha Grande e os naufrágios dos galeões Aquidabã, Califórnia e Pinguino. Um dos mais belos cartões-postais da ilha, a gruta do Acaiá, também faz a festa dos mergulhadores. Para chegar à caverna é preciso seguir por um túnel submarino. Com entrada situada seis metros abaixo do nível do mar e estreito salão subterrâneo, de apenas 80 centímetros de altura, a gruta aterroriza e encanta devido à fenda por onde passam raios do sol, formando reflexos azuis-violetas em contato com a água.

Piratas - Não existe lugar com mais histórias de piratas e tesouros para contar do que o trecho que abrange Trindade, no Sul do Rio, e os municípios paulistas de Ubatuba, Ilhabela e São Sebastião. As águas de Ilhabela são um autêntico cemitério de navios. Tanto lá quanto nas vizinhas Ubatuba e Trindade, piratas deixaram saborosas histórias na boca de caiçaras, que carregam olhos azuis como herança e falam em tom de segredo sobre tesouros enterrados.

Uma dessas lendas fala de um navio de piratas ingleses que, após saquearem a catedral de Lima, no Peru, esconderam o ouro e a prata na garganta de uma ilha de Trindade. Muitos aventureiros esgotaram forças em busca do que seria um cobiçado tesouro asteca, mas nada foi encontrado. Outras histórias falam de sereias no Ponta do Túnel - paredão com 30 metros de altura. Mas o que parece hipnotizar mesmo os aventureiros de hoje não é o canto das mulheres-peixe, e sim os cardumes de tubarões-lixa.

Ilhabela, por sua vez, conta com 18 embarcações catalogadas, mas os moradores garantem haver mais de 100 naufrágios, alguns com louças inglesas e objetos de valor. O mais famoso deles, o espanhol Príncipe das Astúrias, afundou no começo do século 20 com 500 pessoas a bordo. Outros destaques são o navio inglês Dart, de 1884; o francês France (1906); e o brasileiro Aymoré (1920).

A explicação para tantos naufrágios seriam os muitos bancos de areia que circundam a ilha. E como os portugueses que desembarcavam escravos na Praia de Castelhanos costumavam retornar a Portugal repletos de riquezas extraídas de solo brasileiro, os piratas faziam tocaia para roubar os navios e, se necessário, afundá-los. Mas os mais místicos preferem a versão de que as bússolas, por questões sobrenaturais, se descontrolavam ao chegar perto do arquipélago.

Artifícios capixabas

Em 2002, a Petrobras gastou cerca de R$ 280 mil para afundar no litoral de Guarapari, no Espírito Santo, o navio da bandeira grega Victory 8B, apreendido na costa brasileira em 1997. O objetivo era transformar o trambolho em um recife artificial. Mas nem era preciso tanto para atrair mergulhadores à encosta capixaba. Farta em naufrágios, a região é considerada um dos melhores pontos para a prática da atividade no Sudeste.

A começar pelo velho cargueiro inglês Faria Lemos, localizado a apenas 14 metros de profundidade, na praia de Guaibura. Graças a uma campanha de conscientização, ainda hoje os mergulhadores encontram porcelanas, talheres, garrafas, peças de bronze e outros objetos.

Outro cargueiro britânico que afundou na região foi o Berlucio, que trazia carregamento de café em 1902. A embarcação rompeu-se em duas partes, atualmente separadas por cerca de 150 metros, o que impossibilita conhecer todo o navio em um só mergulho.

E para os que preferem peixes a história, a Reserva Estadual de Setiba, no arquipélago de Três Ilhas, é um prato cheio, principalmente para batismos e prática de apneia - treinamento em cursos de mergulho avançados e noturnos. Os parcéis e corais, com grande quantidade de peixes de aquário, são rodeados por fundo de areia clara, onde é comum encontrar linguados, tartarugas e arraias.

Já na ilha Escalvada, a probabilidade de deparar com golfinhos ou jamantas aumenta, assim como a chance de encontrar bonitos e tubarões em meio a cânions e grutas submersos. Mas lembre-se de que você poderá estar a até 30 metros de profundidade, sendo mais aconselhável encarar os bichos do que lesar os tímpanos arriscando uma emersão às pressas.

Por Heloísa Cestari - Diário do Grande ABC
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