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DATA DA PUBLICAÇÃO 24/06/2014 | Geral
''Tem gente que tem infarto'', diz atendente do Samu sobre dia de jogo
Nesta segunda-feira em que Brasil venceu, movimento foi tranquilo.

G1 acompanhou rotina do Samu e Ciocs durante partida em sala sem TV.


O silênco na sala de atendimento do Serviço de Atendimento Médico de Urgência e Emergência (Samu), no Bom Retiro, em São Paulo, constrastava na tarde desta segunda-feira (23) com o movimento frenético dos números nas telas de computador enquanto a cidade assistia ao jogo entre Brasil e Camarões. Atendente há três anos, Solange da Silva Lima Santos contou que o trabalho aumenta em dia de jogo. "Os torcedores ficam muito ansiosos sobre quem vai ganhar ou não e tem gente que tem infarto. A gente tem de estar preparado para atender", afirmou.

Nesta segunda-feira em que o Brasil venceu Camarões por 4 a 1, a tarde foi tranquila segundo a supervisora do Samu, Rayane Celes Rodrigues Ribeiro, de 23 anos. "Nossa rotina não sofreu uma interferência muito grande devido ao jogo. A gente mantém um ritmo normal até o momento", afirmou.

Dezenas de bandeirinhas do Brasil enfeitam o teto da sala de atendimento do Samu 192 onde ficam Solange e Rayane, mas essa é uma das poucas referências à Copa do Mundo entre os atendentes, que vestem a camisa da seleção, incluem bandanas e adereços ao vestuário, mas só acompanham o jogo pelo barulho dos fogos de artifício. Não há televisão na sala. A informação sobre o placar só chega pela gritaria dos vizinhos ou pelo barulho dos fogos de artifício. A comemoração dos gols, quando ocorre, é muito discreta.

A unidade atende 8 mil telefonemas por mês, que geram 1,2 mil ocorrências. A Copa acrescenta adrenalina, mas não muda a rotina da equipe.

Inteligência
No prédio ao lado do Samu, a poucos minutos do início do jogo do Brasil na Copa do Mundo, um grupo de médicos, enfermeiros e técnicos estava reunido em uma sala igualmente silenciosa, de onde monitoravam todas as ocorrências epidemiológicas e sanitárias da cidade de São Paulo. Batizada de Centro Integrado de Operações Conjuntas de Saúde (Ciocs), a unidade foi criado para funcionar desde a chegada das delegações ao Brasil até dez dias após o término da Copa.

Nesta sala, além da TV ligada no jogo do Brasil - não só por causa do jogo, mas também por eventuais ocorrências - os técnicos ficam de olho em outras três telas grandes: uma delas mostra em tempo real os atendimentos médicos relacionados com a Copa do Mundo. A outra mostra todas as ocorrências atendidas pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU). Uma terceira é uma janela virtual para a sala de atendimento do 192.

Na sala de operações do Ciocs também estão de olhos atentos em seus laptops uma representante da Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa), que controla as ações dos agentes em campo; uma assessora técnica do Samu, que funciona no prédio ao lado; uma representante do Complexo Regulador do Município, responsável pelas ações do serviço inter-hospitalar da rede de urgência e emergência; e uma representante da Coordenação Municipal de Urgências e Emergências (Comurge), que capta informações e elabora diagnóstico para tornar as ações de saúde mais eficazes.

O dia da abertura dos jogos em Itaquera foi o dia de maior tensão, de acordo com diretor do Samu e coordenador do Ciocs, Marcelo Klinger. Mas os choques entre manifestantes e a polícia são os eventos que causam maior apreensão, opinião unânime entre os técnicos do Ciocs. "Quando aconteceu aquela manifestação no Carrão, ficamos preocupados", diz Klinger.

Klinger conta que o Ciocs opera também no âmbito estadual e no âmbito federal com troca de informações entre todos os entes da federação. O surto de intoxicação por alimentos em Brasília, por exemplo, repercutiu rapidamente em São Paulo e provocou a rápida interdição dos alimentos que poderiam ser servidos em São Paulo.

Klinger afirma que a demanda até agora tem sido insignificante, porque os serviços, agora integrados em função da Copa, já estão acostumados a atender os mais de 10 milhões de habitantes da cidade de São Paulo. "Até agora, a demanda é insignificante. Não teve impacto nenhum. Esperamos que continue assim", afirmou.

O legado que a experiência deixará para os próximos anos, segundo Klinger, é a aproximação entre os agentes que operam saúde nos três niveis de governo. "Isso favorece a integração", afirmou.

Por Roney Domingos - G1, São Paulo
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