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DATA DA PUBLICAÇÃO 09/02/2009 | Tecnologia
Telões digitais gigantes enfeitam ruas de Pequim
De milionárias recém-saídas das compras a migrantes rurais que nunca tiveram uma TV na vida, centenas de pessoas se reúnem todas as noites para ver um espetáculo digital em Pequim. Um telão de 250 m de comprimento por 30 m de largura, suspenso a 25 m de altura, é a maior atração do shopping The Place. O comprimento é mais que o triplo do vão do Masp. A tela de 7.500 m2 é 25 vezes maior do que o telão que passava filmes há alguns anos no Jockey em São Paulo.

A atração de 250 milhões de yuans (R$ 83 milhões) foi inaugurada há pouco mais de um ano, mas o fenômeno que ela desencadeou continua a se repetir pela capital chinesa.

Em uma cidade que não tem a menor vocação para adotar uma Lei Cidade Limpa, telões digitais estão se espalhando por todos os lados, de elevadores de prédios residenciais a táxis e ônibus.

Um dos motivos da popularização é que, das telas que utilizam módulos LED (diodos que emitem luz) às planas de cristal líquido (LCD), tudo é produzido na China. O barateamento da tecnologia facilitou a propagação. O telão do The Place virou símbolo da Pequim digital. Ele vai de uma rua a outra, ocupando um quarteirão inteiro, e é cercado pelas duas metades do shopping de cinco andares.

O melhor vídeo a passar no telão reproduz em computação gráfica a vida em Pequim no século 18. A projeção é intercalada com cenas de filmes de época. Muita gente aplaude no final.

A ideia é que ele funcione como arena no ar, ali são exibidos de peixinhos gigantes em aquários (peça obrigatória na decoração chinesa) a planetas, estrelas cadentes e flores.

O criador do telão e de boa parte das animações é o designer Jeremy Railton, nascido no Zimbábue e radicado nos EUA. Para se ter uma noção de seu estilo, ele foi responsável pelas imagens nos telões dos últimos shows de Barbra Streisand e Cher.

Jeremy criou o maior telão do mundo em Las Vegas, o único que supera o de Pequim. O designer até tentou levar a empresa que o desenvolveu para a China. Não deu. "Do prefeito ao dono da construtora, reparei que havia uma pressão enorme para que a tecnologia fosse chinesa. Tivemos que desenvolver tudo lá", diz, referindo-se à longa tela coberta de vidro e aos painéis LED. Cinco telas individuais formam o comprido telão, que mostra imagens de TV e games.

No elevador

Telas digitais LCD e luminosos estão por toda a parte e se espalham mais rapidamente do que as luzinhas de Natal no Brasil, também produzidas na China. Em Xangai, 15 mil táxis têm essas telinhas. Outros 20 mil em Pequim, Guanghzou e Shenzhen contam com a novidade.

"O passageiro está sozinho e fica, em média, 17 minutos de monotonia sentado no banco traseiro. Ele pode ficar teclando pela tela, mudando de canais, descobrindo novos produtos", diz Tina Han, gerente da Touchmedia.

Na telinha, há um cardápio com nove opções, de músicas a campanhas filantrópicas, mas, em todas, 80% do conteúdo é de propaganda. Há um botão de "mudo" para silenciar tanta informação.

A prefeitura de Xangai estuda a regulamentação dos painéis. Há clientes reclamando que eles são irritantes.

A publicidade chinesa não perdoa nem o calmo trajeto no elevador. A empresa Framedia instalou 300 mil telas em elevadores de edifícios residenciais e comerciais em 40 cidades chinesas. os painéis passam anúncios continuamente.

Eles estão presentes ainda em 1.724 academias de ginástica chinesas. "As telas se aproveitam dos momentos de solidão e tédio de muitas pessoas em elevadores ou no táxi, mas há risco de se criar uma exaustão total do receptor", diz o publicitário Jeremy Sy, da agência Leo Burnett.

Nos últimos meses, várias ruas dos bairros de Chaoyang e Sanlitun estão ganhando telões do tamanho de um ponto de ônibus, à altura do pedestre, que exibem propagandas.

À noite, no frio de alguns graus negativos do inverno pequinês, pode-se escutar os telões ecoando sozinhos enquanto ninguém se atreve a caminhar.

Os primeiros outdoors em Pequim, que não passavam mensagens de união proletária ou de ódio à burguesia, só apareceram nos anos 80, após a abertura econômica da China comunista. No entanto, até meados dos anos 90, boa parte das ruas e avenidas da cidade ficava às escuras após às 22h. O motivo: racionamento.

Por Raul Justes Lores - Folha de São Paulo, em Pequim
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