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DATA DA PUBLICAÇÃO 18/11/2015 | Economia
Taxa de desemprego entre população negra diminui na Região
Taxa de desemprego entre população negra diminui na Região A ocupação de negros se aproxima da de não negros, mas diferença salarial é enorme. Foto: Amanda Perobelli
A ocupação de negros se aproxima da de não negros, mas diferença salarial é enorme. Foto: Amanda Perobelli
Apesar do resultado, as desigualdades ainda persistem em comparação com os não negros

Mesmo com a persistência de maiores taxas de desemprego entre a população negra no ABCD, a diferença comparada com os não negros apresentou redução entre os biênios 2011-2012 e 2013-2014. Na comparação entre os dois períodos, a taxa de desemprego diminuiu para os negros, e passou de 11,9% para 11,2%. Já entre os não negros houve aumento de 9,2% para 10%.

É o que aponta a pesquisa Os negros no mercado de trabalho na região do ABC elaborada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e pela Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados), divulgada nesta terça-feira (17/11).

No entanto, a pesquisa revela que a qualidade do trabalho e dos vínculos trabalhistas exercidos pelos negros permanecem inferiores, inclusive em setores onde há, aparentemente, uma igualdade na proporção de trabalhadores. O setor de Serviços evidencia essa realidade, uma vez que apresenta 50,9% de negros e 51,4% de não negros, mas os negros estão mais presentes no ramo doméstico (46,4%) e de alimentação (33,8%), enquanto as proporções são inferiores nos ramos financeiros e de tecnologia (15,8%) e público (23,9%).

“Os setores com maior presença de negros é onde existem as desigualdades, principalmente nas questões salariais, no qual uma pessoa branca desempenhando as mesmas funções da negra ganha mais, além de criar um estereótipo de que aquele tipo de trabalho é para o negro. Isso não é apenas desigualdade é preconceito”, afirmou o técnico da Seade, Alexandre Loloian.

O economista apontou o avanço que o último biênio representou, do ponto de vista de maior inserção do negro no mercado de trabalho em comparação com os não negros, relembrando as taxas mais antigas. Em 1999, por exemplo, a taxa de desemprego entre os negros era de 26,8% e a dos brancos 18,9%, sendo que a aproximação dessas taxas aconteceu com maior intensidade a partir de 2010, quando 14,1% dos negros estavam desempregados e 10,1% dos não negros estavam sem trabalho.
Rendimentos

O retrato das desigualdades ainda permanentes na questão racial dentro do mercado de trabalho se torna nítida quando apontados os rendimentos médios reais por hora trabalhada. Enquanto o negro ganha R$ 9,28, o não negro recebe R$ 14,86. Analisando por ocupação, o setor de serviços é o que apresenta maior diferença salarial, com negros ganhando R$ 8,93 e não negros R$ 15,19 por hora, seguido pela indústria de transformação, com negros recebendo R$ 10,58 e não negros R$ 16,73 por hora.

Para o coordenador do GT (Grupo de Trabalho) Igualdade Racial, do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, Wellington da Silva Bento, o Bocha, essas diferenças impactam na motivação e na qualidade de vida do trabalhador. “A pressão psicológica sofrida pelo trabalhador negro é muito maior e, quando o salário é reajustado para o branco e para o negro continua abaixo, percebemos a real desigualdade existente no mercado de trabalho e é isso que nos faz seguir com os movimentos sociais, utilizando este tipo de pesquisa como argumento em assembleias com empresas”, disse.

Essa pesquisa é realizada anualmente pelo Dieese e Seade e sempre divulgada na Semana da Consciência Negra como denúncia das condições de vida da população negra e instrumento de mobilização por igualdade.

Por Iara Voros - ABCD Maior
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