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DATA DA PUBLICAÇÃO 27/07/2012 | Saúde e Ciência
SUS incorpora novos medicamentos para tratamento da hepatite C
Terapia custa cerca de R$ 50 mil na rede particular e deve estar disponível no Sistema Único de Saúde já no início de 2013

O Ministério da Saúde acaba de anunciar a inclusão de dois novos medicamentos contra hepatite C no Sistema Único de Saúde (SUS). Mais modernos e eficazes, o Telaprevir e o Boceprevir fazem parte da classe de inibidores de protease, considerados o que há de mais atual no combate da doença em todo o mundo. As drogas serão administradas concomitantemente com outras duas já disponíveis no SUS – o Interferon Peguilado (injetável) e a Ribavirina (via oral) – na chamada triplaterapia. Até então, esse tratamento na rede particular chegava a custar R$ 50 mil.

Segundo a infectologista da Unidade de Referência para Doenças Infecciosas Preveníveis da Faculdade de Medicina do ABC (URDIP-FMABC), Dra. Maria Cássia Mendes Corrêa, a iniciativa do MS terá impacto extremamente importante no tratamento de portadores de hepatite C e, principalmente, trará esperança a casos que não respondiam às terapias disponíveis no SUS – quase 50% do total de infectados. “As chances de cura no tratamento com Interferon Peguilado e Ribavirina não chegam a 55%. Ou seja, praticamente a metade dos pacientes em tratamento não obtinha bons resultados e não tinha opção terapêutica que lhes garantisse possibilidades de cura”, explica Dra. Maria Cássia, que acrescenta: “Com introdução dos inibidores de protease e início da triplaterapia no SUS, as chances de cura chegam a 75%. Além disso, no grupo de pacientes que não respondia ao tratamento do SUS, a nova opção garante até 85% de chances de eliminar a doença”.

Os estudos para reformulação do protocolo de tratamento da hepatite C no SUS tiveram início em meados de novembro de 2011, quando pelo menos 10 especialistas de diversas partes do país compuseram comissão no Ministério da Saúde e passaram a se reunir periodicamente em Brasília. O documento foi finalizado há cerda de 3 meses e passou pelas diversas instâncias do Governo Federal – inclusive consulta pública no site do MS –, até ser anunciado oficialmente na última quarta-feira (25 de julho) pelo ministro Alexandre Padilha, durante lançamento de campanha nacional contra hepatites virais na Organização Pan-Americana de Saúde, em Brasília (DF).

Os novos medicamentos são administrados oralmente e o tratamento tem duração de até 48 semanas. Segundo o MS, a novidade deve beneficiar 5,5 mil pacientes, todos portadores de cirrose e fibrose avançada, que fazem parte do grupo de maior risco de progressão da doença e de morte. “O vírus ‘C’ da hepatite é dividido em 5 tipos, sendo o genótipo 1 o mais prevalente no país, presente em cerca de 70% dos casos. Dessa forma, a triplaterapia representará aumento significativo da eficácia no tratamento da grande maioria dos brasileiros infectados, pois age justamente no genótipo 1”, explica a especialista da FMABC, que também integrou a comissão do Ministério da Saúde responsável pela elaboração do novo protocolo nacional para hepatite C.

Os novos medicamentos devem estar disponíveis no SUS no início de 2013 e marcam o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, que será comemorado no próximo sábado (28 de julho).

Doença silenciosa: A hepatite é uma doença silenciosa e pode ocorrer de diversas formas, sendo as mais comuns as ocasionadas pelos vírus A, B e C. O principal problema das hepatites é que normalmente são assintomáticas. Os pacientes infectados não costumam manifestar sintomas no início do contágio e quando procuram tratamento geralmente a doença já está na fase crônica.

No caso da hepatite A, estima-se que mais de 90% da população da cidade de São Paulo já tenham tido contato com a doença. A ocorrência elevada se dá pelo fácil mecanismo de contágio, principalmente pelo contato com água ou alimentos contaminados com fezes. Apesar da grande quantidade de infectados, a doença não cronifica e existe meio preventivo por meio de vacina. Não existe tratamento medicamentoso para a doença e os sintomas desaparecem, geralmente, entre seis e oito semanas.

A maior preocupação relacionada às hepatites diz respeito aos vírus B e C. Mais de 400 milhões de pessoas no mundo estão infectadas pela hepatite B. Além da principal via de transmissão – a sexual –, também existe a contaminação materno-fetal por esse vírus. O leite materno é outro transmissor, assim como secreções humanas como saliva, transfusões sanguíneas, compartilhamento de seringas e agulhas e demais meios em que ocorre o contato com o sangue. A vacina contra hepatite B é gratuita e abrangente a toda população.

Já a hepatite C atinge mais de 170 milhões de pessoas no mundo. As vias de transmissão mais comuns são seringas e agulhas compartilhadas por usuários de drogas. Não existe vacina para hepatite C e o tratamento é medicamentoso. Entre as principais complicações causadas pelas hepatites B e C estão hepatite crônica, insuficiência hepática, cirrose e câncer de fígado. “O diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento efetivo contra a doença, tendo em vista que a maior parte das hepatites não apresenta sintomas. Em geral, quando o paciente procura atendimento com alguma queixa é porque a doença está em fase avançada. O fígado já não responde adequadamente e as terapias podem não surtir efeito, restando como opção apenas o transplante", ressalta o professor de Infectologia da Faculdade de Medicina do ABC, Dr. Munir Akar Ayub.

Por Informações à Imprensa com Eduardo Nascimento - Comunicação Fundação do ABC
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