DATA DA PUBLICAÇÃO 07/10/2011 | Informática
Steve Jobs e Bill Gates tinham ''casamento secreto''
"Nós mantivemos nosso casamento em segredo por uma década", diz Steve Jobs a uma plateia de empresários e jornalistas. Todos caem na risada. À sua esquerda está Bill Gates, chefe da Microsoft, que se mantém impassível à revelação de seu "affair" com o fundador da Apple.
No início da carreira, prossegue Jobs em sua fala, os dois eram os caras mais jovens nas salas de reuniões. O tempo passou, e agora são os mais velhos. Por isso se entendem.
O "pai" da Apple usa a letra de uma música dos Beatles ("Two of Us") para resumir a relação daqueles que são considerados os maiores rivais da história da tecnologia.
"You and I have memories longer than the road that stretches out ahead" (algo como: "Eu e você temos lembranças tão grandiosas quanto a estrada que se alonga à nossa frente").
Estamos em 2007, em uma conferência na cidade californiana de Carlsbad, nos EUA. É reta final da carreira dos dois.
Almas gêmeas
Esqueça a folclórica rivalidade entre Apple e Microsoft. Gates e Jobs, que morreu ontem, aos 56, estavam mais para almas gêmeas do que para arquirrivais. A cena descrita acima (que pode ser vista aqui, em inglês) é só um exemplo dessa relação.
É comum darem a paternidade do computador pessoal a Jobs e Steve Wozniak (o outro fundador da Apple), e os descreverem como a principal e mais alinhada dupla da história do vale do Silício, epicentro das grandes revoluções tecnológicas das últimas décadas. A primeira afirmação pode até estar correta, não a segunda.
Em entrevista à Folha, no final do ano passado, Wozniak (conhecido como "o ursinho de pelúcia" da Apple mais pelo excesso de bom-mocismo do que pela aparência) descreveu sua relação com Jobs de maneira educadamente fria.
"É cordial", afirmou, para logo depois admitir que raramente conversavam.
O fato é que os dois nunca tiveram tanto assim em comum, ao menos enquanto adultos. Jobs mostrou-se um tubarão dos negócios desde jovem. Negociador agressivo, comerciante insistente, chefe autoritário/cruel.
Já a ganância de Gates não era diferente. Basta lembrar que sua empresa foi condenada pela União Europeia a pagar a multa mais alta já aplicada pelo bloco a uma única companhia, € 899 milhões. O motivo: concorrência desleal do navegador Internet Explorer.
Jobs e Gates, que chegaram a trabalhar juntos nos anos 70, nunca se enxergaram como líderes de meras produtoras de peças para aficionados por tecnologia. O alvo sempre foi o consumidor comum.
Souberam como ninguém convencer o mundo a pagar por suas criações. Mesmo que para isso tivessem que criar universos extremamentes fechados (Windows e iPad, afinal, têm muito em comum neste sentido).
O que sem dúvida contribuiu para a imagem de Jobs como antípoda de Gates foram peças publicitárias da Apple, como o clássico "PC Guy VS. Mac Guy", relembre aqui.
O maior inimigo da Apple, no entanto, nunca foi a Microsoft, mas a IBM, acusada por Jobs durante anos de conduta monopolista (quem diria...). Boa parte da era em que a Microsoft imperou sobre o mercado de tecnologia, Jobs estava afastado da companhia que fundou.
Houve, sim, troca de farpas, alfinetadas e declarações duras (apaixonadas?) dos dois lados. Mas que relacionamento dessa voltagem não as tem?
Se ainda restava alguma dúvida sobre o respeito, a semelhança e a amizade entre Gates e Jobs, ontem à noite ela se extinguiu com a emocionada nota divulgada pelo criador da Microsoft.
"Steve e eu nos encontramos pela primeira vez há 30 anos (...) fomos amigos durante mais da metade de nossas vidas. Sentirei muito a sua falta."
No início da carreira, prossegue Jobs em sua fala, os dois eram os caras mais jovens nas salas de reuniões. O tempo passou, e agora são os mais velhos. Por isso se entendem.
O "pai" da Apple usa a letra de uma música dos Beatles ("Two of Us") para resumir a relação daqueles que são considerados os maiores rivais da história da tecnologia.
"You and I have memories longer than the road that stretches out ahead" (algo como: "Eu e você temos lembranças tão grandiosas quanto a estrada que se alonga à nossa frente").
Estamos em 2007, em uma conferência na cidade californiana de Carlsbad, nos EUA. É reta final da carreira dos dois.
Almas gêmeas
Esqueça a folclórica rivalidade entre Apple e Microsoft. Gates e Jobs, que morreu ontem, aos 56, estavam mais para almas gêmeas do que para arquirrivais. A cena descrita acima (que pode ser vista aqui, em inglês) é só um exemplo dessa relação.
É comum darem a paternidade do computador pessoal a Jobs e Steve Wozniak (o outro fundador da Apple), e os descreverem como a principal e mais alinhada dupla da história do vale do Silício, epicentro das grandes revoluções tecnológicas das últimas décadas. A primeira afirmação pode até estar correta, não a segunda.
Em entrevista à Folha, no final do ano passado, Wozniak (conhecido como "o ursinho de pelúcia" da Apple mais pelo excesso de bom-mocismo do que pela aparência) descreveu sua relação com Jobs de maneira educadamente fria.
"É cordial", afirmou, para logo depois admitir que raramente conversavam.
O fato é que os dois nunca tiveram tanto assim em comum, ao menos enquanto adultos. Jobs mostrou-se um tubarão dos negócios desde jovem. Negociador agressivo, comerciante insistente, chefe autoritário/cruel.
Já a ganância de Gates não era diferente. Basta lembrar que sua empresa foi condenada pela União Europeia a pagar a multa mais alta já aplicada pelo bloco a uma única companhia, € 899 milhões. O motivo: concorrência desleal do navegador Internet Explorer.
Jobs e Gates, que chegaram a trabalhar juntos nos anos 70, nunca se enxergaram como líderes de meras produtoras de peças para aficionados por tecnologia. O alvo sempre foi o consumidor comum.
Souberam como ninguém convencer o mundo a pagar por suas criações. Mesmo que para isso tivessem que criar universos extremamentes fechados (Windows e iPad, afinal, têm muito em comum neste sentido).
O que sem dúvida contribuiu para a imagem de Jobs como antípoda de Gates foram peças publicitárias da Apple, como o clássico "PC Guy VS. Mac Guy", relembre aqui.
O maior inimigo da Apple, no entanto, nunca foi a Microsoft, mas a IBM, acusada por Jobs durante anos de conduta monopolista (quem diria...). Boa parte da era em que a Microsoft imperou sobre o mercado de tecnologia, Jobs estava afastado da companhia que fundou.
Houve, sim, troca de farpas, alfinetadas e declarações duras (apaixonadas?) dos dois lados. Mas que relacionamento dessa voltagem não as tem?
Se ainda restava alguma dúvida sobre o respeito, a semelhança e a amizade entre Gates e Jobs, ontem à noite ela se extinguiu com a emocionada nota divulgada pelo criador da Microsoft.
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