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DATA DA PUBLICAÇÃO 27/04/2011 | Turismo
Soweto, antigo gueto sul-africano, vira atração turística
Soweto, o antigo gueto negro de Joanesburgo, se transformou em uma atração turística para centenas de visitantes que percorrem suas ruas de bicicleta.

As grandes torres de uma antiga central térmica marcam a posição de Soweto, acrônimo de South Western Township, criado em 1963 pelo governo do apartheid a uma hora de Joanesburgo para confinar a população negra.

Ali viveu o ex-presidente Nelson Mandela, depois de ser libertado em 1990 pelo governo de Frederik De Klerk. O arcebispo e prêmio Nobel Desmond Tutu mantém ainda hoje sua residência na região.

Cerca de 4 milhões de pessoas vivem atualmente em Soweto, o maior assentamento negro da África do Sul e uma das regiões mais pobres da cidade, com quase a metade da população desempregada, uma média de seis assassinatos por mês e de um estupro por dia.

"Os turistas têm que saber que Soweto é segura; ninguém te dirá que foi roubado perto do Museu de Mandela", assegura o proprietário de um bar, apesar de na porta do estabelecimento existir um cartaz que proíbe a entrada de pessoas com armas.

"Fora daqui há armas", diz ele, que ressalta que no bar ninguém entra armado.

História

Soweto se transformou em uma atração turística para centenas de visitantes que se interessam pela história da África do Sul.

Segundo a agência de turismo Soweto Tours, milhares de turistas querem conhecer o museu de Nelson Mandela e a residência de Desmond Tutu; mas também querem fazer um passeio pelos barracos e pelas tabernas ilegais.

O hotel Lebo's começou a realizar visitas guiadas de bicicleta durante a Copa do Mundo da África do Sul, em junho do ano passado e, atualmente, outros dois albergues oferecem o mesmo serviço, que é utilizado por cerca de 200 turistas por mês.

Dois guias acompanharam uma expedição, composta por uma família francesa, duas americanas, um alemão e uma jovem inglesa, pelos barracos de Meadowlands e pelo bairro de Orlando, mais rico, onde fica o museu de Nelson Mandela.

"É impressionante ver a mudança em relação a como costumava ser Soweto", explica o guia Solomon Makgatho, em frente ao monumento em memória a Hector Pieterson, a criança assassinada em 1976 pela polícia durante os protestos que deram início à luta contra o regime do apartheid.

No entanto, a visita aos barracos continua sendo um dos principais atrativos de venda para dezenas de pacotes turísticos. "Acho que alguns vêm pela história, especialmente estudantes, que não só querem ver Soweto como o buraco da África" afirma Makgatho.

"Zoológico"

"Optei por fazer um tour de bicicleta ao invés de dentro de um ônibus porque me parecia que isso seria como estar no zoológico", explica uma turista inglesa. "Acho que tudo isto é bom para Soweto. Muitos empregos estão sendo criados no setor do turismo", acrescenta.

"Espero que não pensem que estamos aqui para olhar para eles como se fossem uma atração", afirma uma das turistas.

Os moradores de Soweto fazem de tudo para agradar os turistas e se livrar do rótulo de gueto. "Necessitamos de mais turistas, porque isso nos traz mais conhecimento e novas experiências para manter este país unido", afirma o cliente de um bar próximo ao museu de Nelson Mandela.

Por Jaime Velázquez, da Efe, em Joanesburgo - Folha Online
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