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DATA DA PUBLICAÇÃO 07/12/2011 | Economia
Sobra vaga para deficiente no mercado de trabalho
Sobra vaga para deficiente no mercado de trabalho  Fernanda se locomove com ajuda de muletas, o que não a impede de trabalhar. Foto: Luciano Vicioni
Fernanda se locomove com ajuda de muletas, o que não a impede de trabalhar. Foto: Luciano Vicioni
Sobram vagas para pessoas deficientes nos centros públicos de emprego da Região. Das 221 oportunidades oferecidas somente em São Bernardo e Diadema, apenas a metade, 114 foram preenchidas. De acordo com especialistas, os principais motivos são a falta de especificação da função de forma clara pela empresa e a qualificação profissional, que impedem a melhor inserção nesse setor. Apesar da Lei de Cotas, em vigor há 20 anos, ainda há dificuldades para os candidatos. No total, as duas cidades somaram 3.892 cadastros até novembro.

“Muitas vagas podem ser para pessoas com deficiência ou não. Mas, quando é o caso, o empregador não especifica bem a vaga em relação aos tipos de deficiência compatíveis com a função. Quando o candidato passa pelo médico do trabalho é recusado porque a empresa não está adaptada para receber o candidato ou para o cargo que deverá ocupar”, explicou o coordenador do Centro Público de Emprego de Diadema, Nelson Hipolito da Silva.

Até o final de novembro, Diadema cadastrou 400 currículos para um total de 130 vagas, das quais 21 exclusivas para pessoas deficientes e somente sete foram contratadas.

Já em São Bernardo foram cadastrados 3.492 currículos, desses 200 para deficientes e 107 conseguiram ser inseridos no mercado.

Eficientes - Fernanda Maria da Silva, 23 anos, trabalha na Casas Bahia há quase três anos. A jovem tem uma endoprotese no fêmur e deficiência auditiva, o que não a impede de trabalhar. “Este é o meu primeiro emprego, trabalho como auxiliar administrativa. Toda estrutura está de acordo com as minhas necessidades. O curso oferecido pela empresa foi fundamental para desempenhar minha profissão. Aliás, é um grande incentivo e uma oportunidade para mostrar que não somos deficientes e sim eficientes, afirmou”.

O curso citado por Fernanda foi criado há três anos pela Casas Bahia para sanar o problema de falta de qualificação profissional nessa área. Em parceria com a Avape (Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência) são ministradas aulas de desenvolvimento profissional e pessoal, atendimento ao cliente, comunicação e expressão, matemática e informática básicas, rotinas administrativas, além de assuntos específicos de cada cargo. Aproximadamente 400 pessoas já foram capacitadas e atuam em diversas áreas da empresa.

Inclusão - O universo de vagas ofertado é o mais variado. As empresas buscam homens e mulheres de 18 a 60 anos, o grau de escolaridade varia de acordo com a função, desde ensino fundamental completo até pós-graduação. Nilson Tadashi, coordenador do Centro Público de São Bernardo afirmou que os cargos disponíveis são variados entre as áreas administrativas, operacionais e de produção e que o principal problema para preencher as vagas é a falta de qualificação.

Flávio Henrique de Souza, membro da comissão do Trabalhador com deficiência da CUT (Central Única do Trabalhador) Nacional afirmou que poucas empresas estão realmente preocupadas com a inclusão. “A impressão é a de que querem apenas cumprir a exigência da Lei de Cotas. Qualificação profissional não é desculpa, este problema abrange o trabalhador em geral. Dependendo da deficiência, as adaptações nas empresas são mínimas e não custam um absurdo”.

Lei de Cotas - A Lei existe desde 1991 e obriga empresas com mais de 100 funcionários a contratarem pessoas portadoras de deficiências. A legislação prevê que uma determinada quantidade de vagas, que varia de 2% a 5% do número total de funcionários, deve ser reservada para pessoas deficientes.

Sindicato - O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC promove o seminário O Mundo do Trabalho e as Pessoas com Deficiência, na sede da categoria, terça-feira (06/12), das 9h às 17h.

O objetivo da iniciativa é propor a criação de um grupo de discussões sobre a inclusão da pessoas com deficiência no mercado de trabalho em níveis municipal, estadual e nacional, de acordo com o organizador do evento, Flávio Henrique de Souza.

Serão diversas mesas temáticas que discutirão o assunto com a perspectiva dos direitos humanos. Entre os representantes estão diretores do Sindicato, da CUT( Central Única do Trabalhador), TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de São Paulo, Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores), empresários e pessoas com deficiência.
“Vamos abordar desde a parte da legislação, cotas até a importância da contratação de uma pessoa com deficiência.”, explicou Flavio Henrique.

Cerca de 300 pessoas devem participar do evento, que contará com duas apresentações culturais. A primeira será uma dança realizada por pessoas com deficiência e na outra algumas adolescentes da Fundação Criança irão fazer uma apresentação elaborada com um poema sobre direitos humanos.

Serviço

9h40, abertura; 10h10, Direito ao trabalho e qualificação profissional;14h, Lei de Cotas, avanços, desafios e pe.

Por Michelly Cyrillo - ABCD Maior
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