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DATA DA PUBLICAÇÃO 05/03/2012 | Setecidades
Sobe para 750 o número de famílias que ocupam área em Santo André
Sobe para 750 o número de famílias que ocupam área em Santo André Barracos de lona foram montados em menos de 20 minutos no início da madrugada deste sábado, no Jardim Santa Cristina. Foto: Andris Bovo
Barracos de lona foram montados em menos de 20 minutos no início da madrugada deste sábado, no Jardim Santa Cristina. Foto: Andris Bovo
Até este domingo, coordenadores do MTST não haviam sido procurados pelo proprietário ou pela Prefeitura

O número de pessoas que ocupam área particular de 50 mil metros quadrados no Jardim Santa Cristina, em Santo André, desde o início da madrugada de sábado (03/03), já é de 750 famílias, de acordo com o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto). A ocupação teve início com cerca de 300 sem-teto.

Até o fim da tarde deste domingo (04/03), nenhum representante da Prefeitura de Santo André ou do proprietário do terreno havia entrado em contato com os coordenadores do MTST. "O domingo foi de massificação do movimento. Já estamos com 750 famílias e estimamos que o terreno abrigue até 1.100 ou 1.200 famílias", afirmou Rosa Scaquetti, coordenadora do MTST.

Assim como havia ocorrido na madrugada e durante o dia de sábado, neste domingo a área foi visitada por policiais militares, que não estão ficando no local.

Ocupação - Os integrantes do MTST entraram na área à 1h de sábado e em menos de 20 minutos já haviam montado os barracos de lona. Por volta das 2h, três viaturas da Polícia Militar chegaram ao local, horário que a ocupação já estava consolidada, e, portanto, só poderá ser desfeita com ordem judicial. Na tarde de sábado, o número de pessoas no terreno já havia subido para 400 famílias, segundo o MTST, número que quase dobrou no domingo.

De acordo com uma das coordenadoras do movimento, Maria das Dores, a área de 50 mil metros quadrados pertence a Luiz Pereira, e não possui nenhum entrave jurídico, como dívidas de impostos. “Sabemos que o dono desse terreno, que está classificado como Zeis (Zonas Especiais de Interesse Social), já manifestou interesse em negociar com o estado a venda para habitação social. Vamos entrar em contato com a Prefeitura e negociar a compra do terreno para que esse povo tenha onde morar.”

A ocupação se deu de forma pacífica e organizada. Coordenadores do MTST entregavam às famílias que iam chegando kits com quatro estacas de bambu, cordas e lona. Pouco a pouco essas famílias iam montando os barracos, que deverão servir de abrigos pelos próximos dias, semanas, ou até mesmo pelos próximos meses.

Almoço - A cozinha do acampamento foi erguida durante a madrugada pelos manifestantes e as primeiras refeições comunitárias foram preparadas já no sábado. De acordo com Zezito Alves da Silva, um dos coordenadores do movimento, as famílias receberam café da manhã e no almoço foram servidos arroz, feijão, macarrão e carne.

Para quem não tem onde morar e também não nutre perspectivas de ser atendido por programas sociais de moradia popular, a ideia de almoçar com os outros sem-teto parece ser a melhor escolha, entre um minguado leque de opções.

“Eu estava na favelinha do Santa Cristina e agora vou morar aqui no acampamento. Pobre eu continuo sendo, mas acho que aqui alguém deve me notar, não é mesmo”, afirmou Ricardo do Carmo, 45 anos, auxiliar de limpeza.

O acampamento, que deverá ganhar novos moradores nos próximos dias de favelas localizadas nas adjacências da rua Adriático, foi batizado pelos acampados de Novo Pinheiro-Santo André, em alusão à ocupação de Pinheirinho, em São José dos Campos, que acabou em janeiro deste ano com a reintegração de mais de mil famílias que viviam no terreno há anos, e que gerou uma série de denúncias de abuso de força policial da PM do Estado de São Paulo.

Também na madrugada dee sábado os sem-teto ocuparam uma área particular em Embu das Artes, esta formada por cerca de 500 pessoas. O acampamento foi batizado de Novo Pinheirinho-Embu. Na tarde deste sábado, de acordo com Zezito Alves da Silva, o documento de reintegração de posse foi emitido. Ainda no sábado, a Tropa de Choque esteve no local, mas recuou para que as negociações continuassem. Em Embu, o terreno pertence ao governo do Estado.

Os policiais que estiveram na área em Santo André logo após a ocupação foram embora de madrugada, mas voltaram pela manhã. "O que nós esperamos agora é que a Prefeitura ou o proprietário nos procurem para dialogar", afirmou Zezito Alves da Silva, enquanto outros coordenadores do movimento se reuniam para fazer balanço das ocupações em Santo André e em Embu.

Ocupações – Nos últimos quatro anos, o MTST formou outros três acampamentos no ABCD. Dois deles em Mauá, e o último em Santo André, no Bairro São Jorge, batizado pelo movimento de Nova Palestina. A desocupação do acampamento no São Jorge ocorreu em junho de 2010.

De acordo com a coordenação dos sem-teto, a escolha por uma nova ocupação em Santo André ocorreu, principalmente, pelo fato de o município ter um expressivo déficit habitacional e, mesmo assim, não formular projetos consistentes para a área. E também por ter descumprido acordos firmados com o MTST após a desocupação do Nova Palestina.

Esses acordos previam a parceria entre Caixa Econômica, MTST e Prefeitura, parceria esta que poderia resultar em unidades habitacionais para a população de baixa renda, o que não ocorreu.

Por Carol Scorce - ABCD Maior
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