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DATA DA PUBLICAÇÃO 16/01/2015 | Educação
''Só penso no que faltou'', diz candidata que tirou 980 na redação do Enem
Autoras de redações 'quase perfeitas' dizem onde acreditam que falharam.

Professora explica que notas altas se devem a treinamento e muita leitura.


No momento em que viu a nota que recebeu na redação do Enem, a estudante Nathalie Poveda, de Sorocaba (SP), teve uma grata surpresa: tirou 980 – muito perto da nota máxima, que é de 1.000 pontos. A alegria é inevitável, mas, passada a euforia, ela se questiona o que poderia ter feito melhor. "Estou pensando no que faltou. Talvez eu tenha errado algumas pontuações. Também poderia ter focado mais no Brasil, porque falei do tema em um aspecto generalizado", opina.

Segundo ela, escrever não foi tão difícil quanto esperava, porque o curso pré-vestibular que a estudante frequentou havia pedido uma redação com tema semelhante ao do Enem, que foi “Publicidade infantil em questão no Brasil”. "Eu já tinha feito uma redação parecida, então comecei a 'linkar' a redação que eu fiz no cursinho com a do Enem, na hora da prova. Deu resultado", comemora Nathalie.

Ela conta que estudou em escola pública durante toda a vida, e que, no ano passado, ao terminar o ensino médio, passou no vestibular para uma universidade federal, mas decidiu não cursar. "Eu estava indo fazer a matrícula quando falei para o meu pai que eu não queria. Lá, eu ia fazer curso de ciência e tecnologia, e depois pretendia me especializar em neurociência, mas desisti. Meu sonho é fazer medicina. Com essa nota na redação, tenho uma esperança a mais", diz a jovem de 19 anos.

Muito treino
Mas Nathalie não foi a única a chegar perto da "redação perfeita". A vizinha dela, Amanda Lamarca, teve 960 e, apesar do "notão", também se pergunta onde errou. "Eu senti que falhei um pouco na conclusão, acho que não sintetizei muito bem. Coloquei várias intervenções", afirma a estudante.

Autocríticas à parte, Amanda se diz satisfeita com a nota, resultado de muita dedicação. "Eu fazia duas redações por semana, de temas atuais. Estudei materiais de atualidades não só do ano passado, como de anos anteriores. É preciso estar por dentro de tudo, porque o tema do Enem nunca é óbvio. Dificilmente vai ser alguma coisa que está em destaque na mídia", acredita a jovem.

Além de fazer curso pré-vestibular de manhã, Amanda tinha aulas particulares de redação uma vez por semana. A professora dela, Maria Luiza Arruda Lima, garante que a estudante fez por merecer. "A Amanda é uma menina que cultiva o hábito de ler e que treinou bastante durante o ano todo, lendo muitos textos e fazendo, no mínimo, uma redação por semana. Ela chegou a fazer mais - duas, três por semana. É esse treinamento intensivo que tem bom resultado", orienta Maria Luiza.

Vocabulário
Outra que teve 960 na redação do Enem foi Beatriz Moraes, também de Sorocaba. "Foi a primeira nota que eu olhei, e pensei 'não acredito'. Minha professora tinha corrigido a minha redação e dado 940, então não esperava que fosse acima disso", declara a estudante.

Para atingir a nota máxima, Beatriz acredita que o tempo para realização da prova atrapalhou. "Talvez eu precisasse colocar um vocabulário mais rebuscado. É que, na pressa, você acaba deixando palavras que poderiam ser trocadas por sinônimos melhores", diz.

Entre as qualidades que levaram a redação a receber uma nota alta, ela cita o enriquecimento do texto com pensamentos de filósofos. "Antes de sair de casa para fazer a prova, eu pensei que gostaria de fazer alguma citação, mas, como não tinha nenhuma ideia, peguei meu caderno de filosofia e fiquei lendo os pensamentos dos filósofos", conta a estudante, que acabou citando Aristóteles.

Outro fator que ela acredita ter contribuído para os 960 na redação foi o hábito de ler. "Sempre li muito, tanto livros de escola quanto os de fora, e sempre gostei muito de escrever. Também fiz pelo menos uma redação por semana durante o ano", diz a jovem, que pretende estudar letras.

A professora Maria Luiza, que também deu aulas para Beatriz, reforça que a leitura é mesmo fundamental para quem vai prestar vestibular. "Não existe escrita sem leitura. O aluno que tem o hábito de ler vai assimilando a gramática sem perceber, vai melhorando o nível vocabular, vai aprendendo a pontuar. O aluno que lê muito desenvolve os textos com mais facilidade", encerra

Por Tássia Lima - G1, Sorocaba e Jundiaí
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