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DATA DA PUBLICAÇÃO 30/08/2009 | Cidade
Sindicato aposta no pré-sal em Mauá
A Refinaria de Capuava entrará no processo de refino do petróleo retirado da camada pré-sal. A aposta é feita pelo coordenador da Regional Mauá do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo, Carlos Alberto dos Santos. Para o sindicalista, fatores como logística e mercado consumidor pesam a favor da Recap, que no início de julho fez o primeiro refino de óleo retirado do campo Tupi, na Bacia de Santos. A divulgação do marco regulatório do pré-sal está prevista para segunda-feira (31/08), em Brasília.

“É claro que o refino do petróleo do pré-sal em Mauá ou em Paulínia é uma questão de estratégia da empresa. Mas a Recap está na Grande São Paulo, maior mercado consumidor do País, e passa por investimento muito grande para fazer refino de óleo leve, o mesmo tipo que é retirado da camada pré-sal”, argumenta Santos. O petróleo leve tem maior valor de mercado. Antes da adaptação mencionada pelo sindicalista, a unidade refinava apenas petróleo pesado. Hoje a Recap responde por 30% do abastecimento de derivados de petróleo na Grande São Paulo.

A geração de empregos e de impostos está entre os motivos que tornam mais que atraente o refino do óleo do pré-sal em Mauá. O segmento químico-petroquímico responde por 54% da arrecadação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) na cidade, de acordo com a Apolo (Associação das Indústrias do Polo Petroquímico do ABC).

A Petrobras, que controla a Recap, não fala claramente sobre o refino em Mauá. A respeito de geração de empregos, a assessoria da estatal menciona que o Plano de Negócios da companhia para o período 2009-2013 é de criação de 267 mil postos de trabalhos diretos no País, entre empregados próprios e terceirizados, abrangendo profissionais que atuarão não apenas no pré-sal, mas em toda a companhia.

“Para a Região e o País, a perspectiva é a melhor possível, com possibilidade de nos tornamos potência mundial em curto período”, afirma Santos. O otimismo é justificável: com 800 quilômetros de extensão e 200 de largura, a camada pré-sal se distribui pelas bacias de Santos, Campos e Espírito Santo, e vai do litoral de Santa Catarina até o do Espírito Santo. Fica a 340 quilômetros da costa e conta com reservas estimadas entre 80 bilhões e 240 bilhões de barris. Como referência, o líder sindical lembra que a Petrobras produziu 17 bilhões de barris de petróleo em 50 anos de história.

A preparação de mão-de-obra para exploração desse mar de petróleo já consta da política de recursos humanos da Petrobras. A área desenvolve iniciativa para capacitar profissionais envolvidos com o pré-sal, batizada de Prodesal (Programa de Desenvolvimento para o Pré-sal). “Hoje são 300 mil empregos diretos e indiretos no setor petrolífero. O número de empregos deve triplicar com o pré-sal”, estima o sindicalista.

Pesquisa - A exploração inédita de petróleo na camada pré-sal tem demandado pesquisa intensa. E não é para menos: o óleo será retirado de uma profundidade de mais de três quilômetros abaixo do fundo do mar. Além disso, os primeiros testes do campo de Tupi, na Bacia de Santos, indicam presença de gás associado em toda a área. De acordo com a assessoria da estatal, será preciso conceber e desenvolver plantas e métodos para processar e exportar o gás produzido a distância de mais de 300 quilômetros da costa. Para isso, a companhia criou em 2007 um programa multidisciplinar em parceria com universidades brasileiras e estrangeiras, além da cadeia de fornecedores.

O teste do primeiro poço a produzir petróleo no pré-sal da Bacia de Santos, na área do Tupi, foi interrompido em julho, após identificação de problema técnico. A produção deve ser retomada em três meses, dentro do chamado TLD (Teste de Longa Duração). Concluído o TLD, no fim de 2010, entrará em operação o projeto-piloto de Tupi, com capacidade para produzir e processar diariamente 100 mil barris de óleo e quatro milhões de m³ de gás. “A Federação Única dos Petroleiros tem projeto que será apresentado a parlamentares no Congresso para servir de base de discussão a todo esse processo”, diz Carlos Alberto dos Santos.

Uma das questões relativas ao pré-sal que ainda precisa de definição é a distribuição de royalties. O governo deve enviar ao Congresso projeto pelo qual os royalties arrecadados serão destinados a um fundo e depois distribuídos a todos os Estados e municípios, e não apenas àqueles onde a exploração é feita, como ocorre hoje. No modelo atual, a alíquota é de 10%, dos quais três pontos percentuais vão para a União e o restante é dividido entre Estados e municípios produtores.

Formação profissional - Dezoito mil empregos devem ser criados no ABCD e Baixada Santista com a exploração da camada pré-sal, de acordo com a Petrobras. A estatal trabalha para formação de mão-de-obra, mas não é a única empenhada nisso. A Região já conta com escola voltada à qualificação de profissionais do setor petroleiro, além de químico e sucroalcooleiro. Instalada no Bairro Casa Branca, em Santo André, a Escola Técnica União (www.eteu.com.br) conta atualmente com 170 alunos.

Criada em 2005, a escola nasceu da necessidade de formar localmente técnicos para trabalhar na manutenção da Petroquímica União. “A cada dois anos eram trazidos profissionais de fora, o que encarecia o contrato e não ajudava a formar mão-de-obra aqui”, lembra Luiz Roberto Alves, diretor da Eteu, com experiência de 20 anos de atuação em refinarias de todo o País.

A grande preocupação de Alves é aliar teoria e prática. Na grade curricular, itens como saúde, segurança, ética e meio ambiente formam os estudantes para a realidade atual do mercado petrolífero. “Dos nossos professores, 90% são engenheiros e técnicos que trabalham em empresas do ramo”, reforça.

A escola oferece 25 cursos com duração de dois meses a um ano. Um inspetor de dutos pode chegar a salário que varia entre R$ 8 mil e R$ 12 mil, dependendo da empresa e da experiência na área. A instituição atua também com treinamentos in company. É associada à Abraman (Associação Brasileira de Manutenção), Abraco (Associação Brasileira de Corrosão) e Abendi (Associação Brasileira de Ensaios Não-destrutivos e Inspeção).

Por Maurício Milani - ABCD Maior
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