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DATA DA PUBLICAÇÃO 21/09/2009 | Saúde e Ciência
Sinais simples do câncer colorretal são ignorados
Sintomas simples e muitas vezes negligenciados, como mudanças nos hábitos intestinais, anemia e sangramento nas fezes, podem ser sinais do terceiro tipo de câncer mais comum no mundo: o colorretal.

O fato de muita gente não valorizar esses sintomas, aliado ao de que muitas vezes esse tipo de câncer é assintomático, faz com que esses tumores sejam descobertos muito tarde, como mostra um levantamento recém-concluído pela Secretaria de Estado da Saúde.

Os dados mostram que só 13% dos pacientes com câncer colorretal são diagnosticados na fase inicial da doença. Foram analisados 2.636 novos casos registrados no ano de 2007, as informações mais novas disponíveis, detectados e tratados em um grupo de hospitais públicos do Estado, o que corresponde a 6,9% do total de casos de câncer computados.

"Muitas pessoas têm sangramento e não valorizam porque pensam que o problema é hemorroida, por exemplo", exemplifica José Eduardo Castro, coordenador geral de assistência do Inca (Instituto Nacional de Câncer).

Quanto mais cedo esse tipo de câncer for diagnosticado, maiores são as chances de cura. Até 90% das pessoas melhoram quando o tumor é descoberto no início. Segundo a pesquisa, 55% dos casos são diagnosticados na fase avançada.

Raul Cutait, coloproctologista e cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Sírio-Libanês, afirma que o tempo médio transcorrido entre o primeiro sintoma e o diagnóstico é de oito a nove meses. "Isso já pode fazer diferença", diz, acrescentando que "toda perda de sangue deve ser esclarecida".

Não há uma política pública nacional de rastreamento do câncer colorretal -segundo o Inca, isso está sendo estudado. "Só poderemos implantá-lo se tivermos condições de garantir o diagnóstico e o tratamento para todos. A colonoscopia [exame que detecta o problema] exige uma estrutura mais complexa do que a mamografia, por exemplo", diz Castro.

Para Cutait, não existem recursos para rastrear todas as pessoas com mais de 50 anos, e os programas deveriam ser focados em grupos de alto risco.

Pessoas que têm a síndrome de Lynch, um defeito genético, têm 80% de chance de ter câncer de intestino e deveriam fazer uma colonoscopia a cada dois anos a partir dos 25 ou 30 anos. A polipose familiar também aumenta o risco. Nos portadores, o exame deve ser feito por volta dos 12 anos e repetido a cada dois ou três anos.

Parentes de pacientes que tiveram câncer de intestino também têm risco maior, o ideal é que, se o pai ou a mãe tiver tido a doença, a pessoa faça o exame a partir dos dez anos a cada três ou cinco anos.

No estudo, a faixa etária a partir dos 50 anos foi responsável por 81,3% dos casos de câncer colorretal. "Com o tempo, a pessoa vai expondo a mucosa do intestino a agentes cancerígenos. Com o envelhecimento da população, a chance de ocorrer esse tipo de câncer aumenta", diz Michel Naffah Filho, médico do Grupo Técnico de Avaliação e Informações de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde, responsável pelo levantamento. De fato, a incidência e a mortalidade do câncer colorretal são crescentes.

Pessoas a partir dessa idade que ingerem muita gordura e pouca fibra não correm tanto risco quanto nos outros casos citados, mas a chance de ter o câncer é maior do que para pessoas mais novas ou que tenham uma dieta mais equilibrada.

O problema é que nem sempre o brasileiro tem acesso à colonoscopia. "A oferta desse exame no país não é uma superoferta", diz Castro, do Inca.

Segundo Naffah Filho, outra dificuldade para o diagnóstico precoce é que a baixa procura pelo exame, mesmo quando é disponível. "O Japão, que já faz rastreamento há um bom tempo, tem cobertura de 18%."

Por Flávia Mantovani - Editora-assistente do Equilíbrio da Folha de São Paulo
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