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DATA DA PUBLICAÇÃO 12/06/2012 | Tecnologia
Setor produtivo e pesquisa acadêmica não se conhecem
Setor produtivo e pesquisa acadêmica não se conhecem Empresas querem profissionais com capacidade técnica e operacional. Foto: Amanda Perobelli
Empresas querem profissionais com capacidade técnica e operacional. Foto: Amanda Perobelli
Empresas não são inovadoras por pagarem salários baixos e buscar rentabilidade no setor financeiro

Existe pouco vínculo entre as pesquisas que são feitas nas universidades e o setor produtivo. O Brasil está em pleno crescimento econômico, mas não se observa uma relaçăo mais profunda entre quem produz e quem está fazendo pesquisa nos laboratórios acadêmicos.

Essas foram algumas das conclusőes tiradas do encontro A Relaçăo entre a Pesquisa na Universidade Pública e o Setor Produtivo, realizado na tarde de segunda-feira (04/06) na estreia do novo campus Săo Bernardo da UFABC (Universidade Federal do ABC).

O evento contou com o apoio do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, do jornal ABCD MAIOR e TVT, entre outras organizaçőes.

Na abertura dos trabalhos, o secretário de Desenvolvimento, Trabalho e Turismo de Săo Bernardo, Jefferson José da Conceiçăo, chamou a atençăo dos presentes para o momento histórico e emocionante que se vivia ali na inauguraçăo do novo campus da UFABC: “Esse local onde nós estamos é resultado de uma longa luta. É um momento muito forte para nós, com muita satisfaçăo participamos deste que é um dos primeiros atos da UFABC em nosso município”.

Jefferson Conceiçăo fez um histórico do ABCD, falando sobre a crise dos anos 1990 e a recuperaçăo, com a retomada dos investimentos e de emprego, durante o governo Lula a partir de 2003. Sobre o tema do encontro, Conceiçăo disse que a pesquisa feita nas universidades e o setor produtivo enfrentam um distanciamento. “Isso se verifica em todo o Brasil e aqui no ABCD, um pouco mais.”

O secretário de Desenvolvimento explicou que a Prefeitura tem atuado como interlocutora, “para quebrar o gelo”, aproximando empresas e universidade. “Parece incrível, mas o setor produtivo e as universidades ainda năo se conhecem.”

O diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Nelsi Rodrigues da Silva, o Morcegão, mencionou também a luta promovida pelo movimento sindical, a partir de 1997, para qualificar a măo de obra e trazer a universidade federal para a Regiăo.

“O Sindicato dos Metalúrgicos apoiou o projeto de criaçăo da UFABC por acreditar nesse sonho que hoje é uma realidade.”

Antes do início das discussőes pela banca, o pró-reitor de pesquisa da UFABC, Klaus Capelle, destacou o papel democratizante da internet: “O amplo acesso ŕs informaçőes faz com que a pesquisa se torne instrumento de reduçăo das desigualdades regionais”.

Cinco regiőes do País discutem aspectos da inovação

A banca era formada por professores das cinco regiőes do Brasil. Para a professora Selma de Oliveira, da Universidade Federal do Amazonas, “a transferęncia de tecnologia para inovaçăo dentro das empresas se dá pela transferęncia de pessoas”. Ou seja, a pessoa ganha conhecimento na universidade e transfere-se posteriormente para a iniciativa privada. Selma disse que o investimento em pesquisa e desenvolvimento no setor privado continua muito baixo. De acordo com a professora, “o polo industrial de Manaus năo faz pesquisa no local. Tudo vem de fora. Parecido com o que acontece aqui no ABCD”.

Ana Cristina Fernandes, da UF de Pernambuco, fez um histórico da pesquisa e desenvolvimento no Brasil. “Entramos no processo de inovaçăo com 200 anos de atraso em relaçăo ŕs naçőes europeias.” Mencionou a política de aceleraçăo de crescimento dos anos 1950 (governo Juscelino Kubitschek, dos “50 anos em cinco”), quando “pacotes tecnológicos prontos, desenvolvidos para outras realidades, foram importados pelo Brasil”. Explicou que financiar a inovaçăo pode ser uma espécie de contrato de risco. “Pode năo gerar aquele retorno esperado.”

O professor da Universidade de Brasília Arthur Guimarăes mostrou dados da regiăo Centro-Oeste, que apontou baixos índices de inovaçăo. “Apenas 17% das indústrias de transformaçăo realizaram gastos com pesquisa e desenvolvimento”, assinalou.

“Roubar ou copiar tecnologia”

O professor da Unicamp Rafael Dias trouxe dados do Sudeste. Informou que 86% das empresas no Brasil năo tęm interesse em trabalhar com a universidade.

Deu cinco razőes para as empresas brasileiras serem pouco inovadoras: salários baixos, maior rentabilidade do mercado financeiro, mercado consumidor atrofiado, riscos associados à pesquisa e desenvolvimento, e possibilidade de o empresário “roubar, copiar ou comprar novas tecnologias”.

Dias lembrou que os recursos para pesquisa são oferecidos até para empresas multinacionais: “O Brasil dá recursos para a multinacional fazer pesquisa e depois se apropriar do resultado”.

Christian da Silva, da Federal do Paraná, falou que a formaçăo acadêmica capacita pessoas para argumentar e pensar. “As empresas querem profissionais com capacidade técnica e operacional.”

Por Danilo Angrimani, especial para o ABCD Maior
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