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DATA DA PUBLICAÇÃO 08/09/2015 | Economia
Setor hoteleiro dobra de tamanho
 Setor hoteleiro dobra de tamanho Foto: Denis Maciel/DGABC
Foto: Denis Maciel/DGABC
O mercado hoteleiro do Grande ABC mais do que duplicará de tamanho até 2018, levando-se em conta apenas hotéis de categoria internacional. Atualmente, há dez projetos de construção de empreendimentos, implementados por grandes grupos do ramo, que devem gerar cerca de 1.700 quartos a mais. Hoje, na região, a capacidade nessa área é de apenas 1.400 apartamentos, por esse mesmo critério.

O grupo Accor, por exemplo, que já conta com três hotéis na região – dois da bandeira Mercure, sendo um em São Caetano e outro em Santo André, além de um Ibis, também nesse último município –, terá mais cinco empreendimentos, que vão somar 510 apartamentos. Devem ficar prontos em três anos.

Em São Caetano será um complexo envolvendo as marcas Ibis Budget e Ibis, no bairro Barcelona, e a chegada a São Bernardo com três hotéis: a marca de apart-hotéis Adagio, além de um Ibis Budget e um Ibis, no Centro. No total, são investimentos na esfera de R$ 134 milhões, feitos por empresas parceiras e que vão gerar mais de 850 empregos diretos e indiretos na região.

A companhia francesa, líder mundial em operação hoteleira e que segue com forte plano de expansão para toda a América do Sul – para chegar a 500 hotéis em operação até 2020 –, vê o Grande ABC como uma área com forte potencial de negócios. Entre os motivos, está o fato de a região abrigar diversos polos tecnológicos, sobretudo no setor automotivo, mas até no siderúrgico e farmacêutico.

Outro grupo internacional, a Atlantica Hotels, que ainda não está presente na região, vai passar a operar cinco empreendimentos por aqui também até 2018. Em Santo André, terá complexo com as marcas Quality e Go Inn, na Avenida Giovanni Batista Pirelli, ao lado do Atrium Shopping, que vai somar 360 apartamentos e deve ficar pronto no segundo semestre do ano que vem.

Além disso, chegará a São Caetano, onde contará também até o fim de 2016, no bairro Cerâmica, com espaço que abrigará hotel Quality e outro da bandeira Comfort. Ambos totalizarão 350 apartamentos e, no prazo de três anos, será construído, em São Bernardo, outro Comfort, na Avenida Pereira Barreto, com 204 unidades.

Somando todos esses projetos, a Atlantica deve gerar cerca de 270 empregos diretos no Grande ABC, além de grande número de indiretos, calcula o gerente de desenvolvimento da empresa, Henrique Martins.

O plano de expansão foi feito depois de análise de mercado que mostrou que havia bom potencial a ser explorado, assegura o diretor de desenvolvimento da Atlantica, Renato Carvalho. “Não iríamos lançar se não percebêssemos possibilidade de retorno. Estamos otimistas”, afirma. O executivo acrescenta que a crise econômica deste ano atingiu todas as regiões, não só o Grande ABC e, no longo prazo, as perspectivas são positivas para a rede e também para os investidores que comprarem os apartamentos.

INDÚSTRIA - Os hotéis da região hoje têm como alicerce fundamental o turismo de negócios, pela vinda de executivos de diversos segmentos, não só da área automotiva, mas também de outros segmentos, como o petroquímico, a reuniões e encontros nos sete municípios e até a feiras empresariais na Capital.

Mas não é só isso. O presidente da ABIH-SP (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado de São Paulo), Bruno Omori, avalia que existem oportunidades nos sete municípios para o crescimento do turismo gastronômico e também do industrial, que hoje é forte, por exemplo, na Itália, com a Ferrari, e na Alemanha, com a Volkswagen.

Nesses casos, ele se refere a visitas a fábricas, iniciativa que começa, ainda de forma tímida, a ganhar corpo, por meio de experiências encabeçadas pelas prefeituras de São Bernardo e de Santo André, em parceria com a Agência de Desenvolvimento do Grande ABC.

VANTAGENS - O Grande ABC tem vantagens. Além da concentração de indústrias, há a proximidade dos aeroportos e do Porto de Santos, além de acessos a outras regiões pelas rodovias Anchieta e Imigrantes e pelo Rodoanel, que facilitam a vinda e estadia de executivos, assinala o presidente do Sehal (Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC), Roberto Moreira. Há, no entanto, deficiências de infraestrutura. Falta, por exemplo, um centro de convenções, destaca Omori.

Porém, esse é um mercado que deve seguir em expansão e crescer no futuro também em outras cidades do Grande ABC, como Mauá e Diadema, na avaliação de Moreira. “Até alguns anos, a região não era servida por uma grande rede e, por isso, o foco, primeiro, são as cidades mais desenvolvidas”, diz.

Hotéis têm 45% de ocupação; redes já instaladas investem

O mercado hoteleiro do Grande ABC está se movimentando, apesar da crise econômica, que também impacta na atividade. Bruno Omori, presidente da ABIH-SP, estima queda de 15% a 20% no nível de ocupação neste ano. “Os hotéis da região trabalham hoje com 40% a 45% de ocupação, em média”, diz.

Apesar da queda da receita, ao mesmo tempo em que grandes grupos internacionais desenvolvem projetos para novos empreendimentos, redes que já têm operações na região fazem atualmente investimentos para se atualizar e enfrentar melhor a concorrência.

Um exemplo é o grupo Astron, que iniciou há três anos investimento de quase R$ 1,5 milhão para a revitalização do hotel Saint Moritz, localizado perto da Praça da Matriz, em São Bernardo, e que conta com 120 apartamentos.

Já houve a modernização de equipamentos (substituição de TVs por LCDs e da iluminação por lâmpadas de LEDs, por exemplo) e reforma dos quartos (como a troca dos pisos), a melhoria das salas de eventos e de ginástica e, até o ano que vem, também haverá mudanças na parte externa, da piscina, estacionamento e entrada, segundo o executivo-chefe do grupo, Marcos Villas Boas.

Outras empresas do ramo seguem o mesmo caminho. É o caso da grupo Bhaisa, que está investindo cerca de R$ 1 milhão em seus três hotéis, dois deles localizados em São Bernardo (o Flat PalmLeaf Residence e o Hotel PalmLeaf Grand Premium, ambos no bairro Chácara Inglesa, que juntos somam 195 quartos) e um no bairro da Liberdade, na Capital.

Fazem parte da atualização, que vai até meados de 2016, a renovação de enxovais e do mobiliário dos quartos, modernização de equipamentos multimídia e de segurança (por exemplo, instalação de câmeras de circuitos internos) e a melhoria da conectividade (aumento da capacidade de internet), assinala a diretora comercial, Claudia Vargas.

Por sua vez, em Santo André, o hotel Plaza Mayor, que conta com 87 apartamentos, iniciou neste ano adequações de instalações, para oferecer mais conforto (troca de mesas dos quartos e substituição do sistema de ar-condicionado, entre outras melhorias) e acessibilidade (banheiros agora adaptados a deficientes).

Villas Boas cita que, no caso de seu empreendimento, a ocupação não caiu – gira em 60% –, mas as margens de lucro ficaram mais apertadas. “Não estamos conseguindo repassar a inflação nos nossos preços”, assinala. E ele reconhece que a concorrência é um motivador para a atualização do estabelecimento, para garantir a retenção dos clientes.

Claudia afirma não ver problemas em relação à concorrência. “Há mercado para todos. Além disso, temos a vantagem da localização (os dois hotéis ficam bem próximos de acesso à Via Anchieta)”, lembra a diretora comercial do grupo Bhaisa, que destaca ainda diferenciais como o tamanho dos quartos do Grand Premium, de 35 m², “acima da média do mercado” e os mais de 2.000 m² de salas para eventos no local.

Por Leone Farias - Diário do Grande ABC
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