DATA DA PUBLICAÇÃO 21/03/2018 | Economia
Setor de trigo da região deve dobrar produção
Volta das operações do Moinho Santo André contribui; preço do pãozinho não será impactado. Foto: Celso Luiz/DGABC
O setor industrial responsável pela moagem de trigo no Grande ABC vai praticamente dobrar a capacidade de produção com a retomada das operações do Moinho Santo André, arrendado pelo grupo argentino Moinho Canuelas, que objetiva atingir produção de 15 mil toneladas mensais em até dez anos. Atualmente, o setor possui apenas uma empresa com funcionamento regular na região, o Moinho Santa Clara, de São Caetano, que é responsável por 7,5% da produção do Estado de São Paulo.
Conforme dados do Sindustrigo (Sindicato da Indústria do Trigo no Estado de São Paulo), em 2016 o total de moagem no ano chegou a 1,8 milhão de toneladas. Considerando a média dos dois moinhos ativos no período (o Santo André, com a média de produção de 4.000 toneladas ao mês, e o Santa Clara, com 14,7 mil mensais), a região produziria 224,4 mil toneladas de farinha de trigo anuais, o que representa 12,46% do total. Isso sem somar a produção do Moinho São Jorge, que não opera com regularidade.
Considerando que o Santa Clara, que hoje opera com 70% de sua capacidade, atinja em uma década 100% – leia mais abaixo – , serão 21 mil toneladas por mês e, do Santo André, 15 mil mensais. Dessa forma, pode-se projetar ampliação do market share para até um quarto do total do Estado.
PREÇO DO PÃOZINHO - Mesmo com a boa notícia, que deve gerar 130 empregos no setor, no Santo André (totalizando aproximadamente 420 trabalhadores na região), a produção não deve impactar no preço do pão francês. A média de custo do quilo atualmente sai por R$ 13,98 nas sete cidades, de acordo com o Sipan-ABC (Sindicato das Indústrias de Panificação do Grande ABC).
Conforme explicou o presidente da entidade, Antônio Carlos Henriques, o Toninho, o preço do saco de farinha de trigo com 25 quilos fica em torno de R$ 40 a R$ 43. “A retomada da produção a todo vapor do Moinho Santo André impacta na qualidade do produto disponível na região, mas ainda não no preço. Quem ganha é o consumidor e o município, já que compramos a matéria-prima no nosso quintal e também vendemos produto de maior qualidade. Então, o maior reflexo, por ora, será na competitividade, por ter mais de um moinho na região”, afirmou.
IMPACTOS DA CRISE - A expectativa é a de que, com a retomada da economia, o setor também volte a crescer. Nos últimos anos, houve constantes retrações na moagem de todo o Estado, apesar de o dado de 2016 ficar 1,35% maior do que o anterior.
“Acreditamos que o crescimento volte de fato a acontecer quando o consumo se reaquecer. Tivemos nível alto de desemprego no País e, como o trabalhador muitas vezes recebe o seguro-desemprego, ele só tem aquela renda por mais seis meses. A farinha de trigo é um consumo básico, principalmente nas classes C e D, o que acaba prejudicado com a crise”, analisou o presidente do Sindustrigo e vice-presidente do Moinho Santa Clara, Christian Saigh.
“Sempre vemos com bons olhos quando uma planta de moagem de trigo retoma as atividades, desde que respeitadas as normas e as regras do mercado. O ano passado foi muito problemático para o setor na região, com baixa demanda, muitas demissões e muitos processos”, destacou o vice-presidente do Sindicato da Alimentação de São Paulo e Região, Rubens Gomes.
O Moinho São Jorge, um dos mais tradicionais de Santo André, coleciona dívidas e ações judiciais e produz de forma irregular. Atualmente, a estimativa é a de que apenas 60 funcionários trabalhem no local e que a produção não acontece mais de forma diária. O Diário não conseguiu contato com os representantes da empresa para falar sobre a questão via telefone e via e-mail.
A região chegou ainda a sediar um quarto moinho, o Fanucchi, localizado em Santo André. Construído em 1936, chegou a ser vendido para o Moinho São Jorge em 1996. Logo em seguida, o terreno foi revendido para a empresa Plásticos Mauá, que fica no prédio vizinho, até ter sido demolido em 2000.
Moinho Santa Clara visa crescimento de 4%
O Moinho Santa Clara, localizado em São Caetano, projeta crescer em torno de 4% em 2018, em relação ao ano passado. Além disso, a unidade fabril também planeja diminuir a capacidade ociosa da produção de trigo de 30% para 25% ao longo deste ano.
A empresa iniciou suas atividades na década de 1930, mas está na região desde o início de 1970. O faturamento anual do moinho, que emprega 160 funcionários, gira em torno de R$ 200 milhões. A capacidade de produção é de 700 toneladas por dia ou 14,7 mil por mês.
Mesmo com a retração provocada pela crise, com queda de 8% no faturamento de 2017, a empresa está otimista com os próximos anos, conforme destacou o vice-presidente Christian Saigh. “Temos dois fatores que impactam. Um deles é que acreditamos que o Brasil vai crescer 3%, e o setor deverá acompanhar. O outro é que o número de desempregados deve diminuir, o que ocasionará aumento do consumo”, afirmou.
Há dois anos, a planta passou por reforma que gerou expansão de 50% na capacidade de armazenamento e estocagem do trigo – 98% do total é importado da Argentina. Com isso, o tempo de processamento do produto caiu de seis para cinco dias.
“Com o material estocado na empresa, nós diminuímos o tempo em que os navios que chegam no Porto de Santos ficam aguardando no local, e até mesmo a estadia do caminhão na rua. Com isso, reduzimos os custos com os transportes”, destacou Saigh.
Conforme dados do Sindustrigo (Sindicato da Indústria do Trigo no Estado de São Paulo), em 2016 o total de moagem no ano chegou a 1,8 milhão de toneladas. Considerando a média dos dois moinhos ativos no período (o Santo André, com a média de produção de 4.000 toneladas ao mês, e o Santa Clara, com 14,7 mil mensais), a região produziria 224,4 mil toneladas de farinha de trigo anuais, o que representa 12,46% do total. Isso sem somar a produção do Moinho São Jorge, que não opera com regularidade.
Considerando que o Santa Clara, que hoje opera com 70% de sua capacidade, atinja em uma década 100% – leia mais abaixo – , serão 21 mil toneladas por mês e, do Santo André, 15 mil mensais. Dessa forma, pode-se projetar ampliação do market share para até um quarto do total do Estado.
PREÇO DO PÃOZINHO - Mesmo com a boa notícia, que deve gerar 130 empregos no setor, no Santo André (totalizando aproximadamente 420 trabalhadores na região), a produção não deve impactar no preço do pão francês. A média de custo do quilo atualmente sai por R$ 13,98 nas sete cidades, de acordo com o Sipan-ABC (Sindicato das Indústrias de Panificação do Grande ABC).
Conforme explicou o presidente da entidade, Antônio Carlos Henriques, o Toninho, o preço do saco de farinha de trigo com 25 quilos fica em torno de R$ 40 a R$ 43. “A retomada da produção a todo vapor do Moinho Santo André impacta na qualidade do produto disponível na região, mas ainda não no preço. Quem ganha é o consumidor e o município, já que compramos a matéria-prima no nosso quintal e também vendemos produto de maior qualidade. Então, o maior reflexo, por ora, será na competitividade, por ter mais de um moinho na região”, afirmou.
IMPACTOS DA CRISE - A expectativa é a de que, com a retomada da economia, o setor também volte a crescer. Nos últimos anos, houve constantes retrações na moagem de todo o Estado, apesar de o dado de 2016 ficar 1,35% maior do que o anterior.
“Acreditamos que o crescimento volte de fato a acontecer quando o consumo se reaquecer. Tivemos nível alto de desemprego no País e, como o trabalhador muitas vezes recebe o seguro-desemprego, ele só tem aquela renda por mais seis meses. A farinha de trigo é um consumo básico, principalmente nas classes C e D, o que acaba prejudicado com a crise”, analisou o presidente do Sindustrigo e vice-presidente do Moinho Santa Clara, Christian Saigh.
“Sempre vemos com bons olhos quando uma planta de moagem de trigo retoma as atividades, desde que respeitadas as normas e as regras do mercado. O ano passado foi muito problemático para o setor na região, com baixa demanda, muitas demissões e muitos processos”, destacou o vice-presidente do Sindicato da Alimentação de São Paulo e Região, Rubens Gomes.
O Moinho São Jorge, um dos mais tradicionais de Santo André, coleciona dívidas e ações judiciais e produz de forma irregular. Atualmente, a estimativa é a de que apenas 60 funcionários trabalhem no local e que a produção não acontece mais de forma diária. O Diário não conseguiu contato com os representantes da empresa para falar sobre a questão via telefone e via e-mail.
A região chegou ainda a sediar um quarto moinho, o Fanucchi, localizado em Santo André. Construído em 1936, chegou a ser vendido para o Moinho São Jorge em 1996. Logo em seguida, o terreno foi revendido para a empresa Plásticos Mauá, que fica no prédio vizinho, até ter sido demolido em 2000.
Moinho Santa Clara visa crescimento de 4%
O Moinho Santa Clara, localizado em São Caetano, projeta crescer em torno de 4% em 2018, em relação ao ano passado. Além disso, a unidade fabril também planeja diminuir a capacidade ociosa da produção de trigo de 30% para 25% ao longo deste ano.
A empresa iniciou suas atividades na década de 1930, mas está na região desde o início de 1970. O faturamento anual do moinho, que emprega 160 funcionários, gira em torno de R$ 200 milhões. A capacidade de produção é de 700 toneladas por dia ou 14,7 mil por mês.
Mesmo com a retração provocada pela crise, com queda de 8% no faturamento de 2017, a empresa está otimista com os próximos anos, conforme destacou o vice-presidente Christian Saigh. “Temos dois fatores que impactam. Um deles é que acreditamos que o Brasil vai crescer 3%, e o setor deverá acompanhar. O outro é que o número de desempregados deve diminuir, o que ocasionará aumento do consumo”, afirmou.
Há dois anos, a planta passou por reforma que gerou expansão de 50% na capacidade de armazenamento e estocagem do trigo – 98% do total é importado da Argentina. Com isso, o tempo de processamento do produto caiu de seis para cinco dias.
“Com o material estocado na empresa, nós diminuímos o tempo em que os navios que chegam no Porto de Santos ficam aguardando no local, e até mesmo a estadia do caminhão na rua. Com isso, reduzimos os custos com os transportes”, destacou Saigh.
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