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DATA DA PUBLICAÇÃO 16/11/2015 | Economia
Setor de brindes no Grande ABC sente reflexos da crise econômica
Setor de brindes no Grande ABC sente reflexos da crise econômica Foto: Denis Maciel/DGABC
Foto: Denis Maciel/DGABC
Fabricantes de brindes tradicionalmente têm aquecimento na demanda no segundo semestre, para atender encomendas de muitas empresas que oferecem lembranças, como canetas, pen-drives, agendas, calendários e canecas, entre outros itens, para clientes e funcionários, em dezembro e em janeiro. Tudo isso como parte de estratégias de marketing para destacar a marca e fidelizar o público.

Neste ano, no entanto, a crise econômica, que se abateu sobre as indústrias – principalmente da área automotiva –, afetou o setor. Isso por causa da redução de custos de companhias que sofrem com dificuldades financeiras, já que, em cenários de retração da economia, a verba relacionada a esses itens promocionais é uma das primeiras a ser reduzida, segundo empresários do ramo.

“Caiu 50% (o faturamento). Clientes que pediam 1.000 peças cortaram pela metade e estão pedindo só 500”, afirma o empresário Leandro Franchin, proprietário da Shop Brindes, de Santo André. “Tem surgido pedido para encomendas pequenas, que às vezes nem compensa pegar”, diz. Há 25 anos no mercado, ele relata que a situação está difícil e que muitas fábricas do segmento na região estão quebrando, por causa da demanda menor.

Sua empresa, que comercializa amplo leque de itens (de canetas, pen-drives, agendas, bonés, chaveiros até bolsas e mochilas), terceiriza boa parte do processo produtivo, ficando com o projeto dos produtos e montagem final e importando parte dos itens que vende. Ele tem estrutura enxuta com apenas seis funcionários diretos e seis freelancers de representação de vendas. “Com o dólar mais alto, o custo de importação aumentou”, lamenta. “Outro problema é que, antes, eu comprava para pagar em 40 dias. Agora, não consigo mais, aceitam, no máximo, para daqui a dez dias”, relata.

O microempresário Bruno Lopes, da Sol Brindes, de São Bernardo, também relata que o mercado não está fácil, por causa da crise. “Brinde não é item de primeira necessidade, então as empresas tendem a cortar”, assinala ele, que calcula queda de 40% nos resultados neste ano. “Estou no mercado há dez anos, é a pior crise econômica que eu já vi”, diz. Sua firma também trabalha com opções variadas, que vão desde mouse pads, chaveiros, camisetas, entre outros produtos.

CONTRAMÃO - Há, no entanto, empresas do ramo que têm conseguido crescer, apesar do cenário. É o caso da fabricante de relógios Espaço Fechado, de Santo André, que, além de linha própria que comercializa, também produz itens com o nome de empresas atendidas, para que estas os ofereçam a seu público-alvo (clientes, fornecedores e funcionários).

Segundo a gerente administrativo-financeira da companhia, Ana Carolina de Oliveira, a perspectiva é chegar a 25% de expansão no faturamento anual, principalmente por causa de reação percebida nos últimos meses, já que o primeiro semestre ficou com desempenho 30% inferior ao do mesmo período em 2014. Por causa disso, a indústria, que faz em média entre 22 mil e 30 mil peças de relógios, teve de demitir cinco pessoas de seu quadro, atualmente formado por 25 empregados.

Ela cita que o mercado já vinha desaquecido em 2014 e, com o foco em inovação nas linhas de produtos, com a busca de personalização dos modelos, com a diferenciação, por exemplo, de cores de mostrador e estilo das pulseiras, a Espaço Fechado têm conseguido o crescimento para este ano. A empresa, que possui produtos que vão de R$ 9,90 a R$ 35 (de acordo com a quantidade da encomenda e do modelo) tem como principais clientes shoppings centers, empresas da área de comunicação e indústrias de cosméticos. São opções mais sofisticadas do que canetas e canecas, por exemplo, oferecidos por outras indústrias de brindes, com valores que podem girar, em média, respectivamente, por R$ 1,50 e R$ 2.

Apesar da crise, a Bom Brindes, de São José do Rio Preto (Interior), que acaba de montar sistema de franquias e pretende abrir de sete a dez filiais no Estado de São Paulo em 2016, também avalia que o ano pode fechar com alta nas vendas. O empresário Aguinaldo Nascimento cita que muitos clientes reduziram o volume de pedidos. “Mas quem não fazia, começou a buscar, temos muitos clientes novos que procuram se destacar na crise”, diz.

Por Leone Farias - Diário do Grande ABC
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