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DATA DA PUBLICAÇÃO 30/08/2009 | Política
Serra já formata discurso para 2010
O tom é professoral. Às vezes tem uma dose de bom humor e, quase sempre, referências pessoais e profissionais. Se está inspirado, conta casos da juventude, da família, dirige-se à plateia. Em outros momentos, sem sorrisos, se restringe ao assunto que o levou à solenidade. É no conteúdo dos pronunciamentos mais recentes, porém, que o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), começa a construir o discurso para as eleições de 2010.

Embora insista que não há definição sobre candidatura à reeleição ou à Presidência, o tucano escolhe os temas que levará ao palanque. Mudança radical na política industrial, ataque ao aparelhamento do Estado no governo do PT, preocupação com meio ambiente e sustentabilidade e o já famoso "ativismo governamental" estão entre os assuntos que o governador e futuro candidato quer pôr em discussão.

Críticas diretas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva - que mantém a popularidade em alta apesar do desgaste dos aliados - praticamente não existem. E cobranças dirigidas ao governo federal são acompanhadas de comparações com a administração tucana de Fernando Henrique Cardoso e seus ministros, entre eles o próprio Serra.

O site do governo paulista reproduz 52 discursos entre 1º de junho e 27 de agosto.Na sexta-feira, dia 28, foram mais três, dois em Praia Grande e um em Hortolândia. No portal, são incluídas apenas as falas do governador em compromissos oficiais.

Em 2010, o eleitor vai ouvir a pregação no palanque tucano. "O Brasil está caminhando a passos largos para voltar a ser uma economia primária exportadora. Anterior a 1930. Commodities, minério de ferro, aço, petróleo. Não é isso que vai desenvolver o País."

Também haverá comparação com outras economias, além de o tema distribuição de cargos por critérios mais políticos do que técnicos. Serra fala em "estatizar o Estado". "O Estado brasileiro está sendo privatizado. É uma privatização espúria e nefasta", atacou, no Rio.

Duas semanas antes, na Associação Comercial de São Paulo, a crítica foi a mesma, com exemplo concreto.

O governador falou em medidas de profissionalização dos cargos de confiança e citou sua passagem pelo Ministério da Saúde (1998 a 2002). "O exemplo que me ocorre é o da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) onde, para indicação dos coordenadores estaduais, a partir de uma determinada época, era necessário que eles preenchessem determinados requisitos de qualificação, coisa que foi revogada no segundo, no quarto mês do governo Lula, para que de novo a Funasa virasse um mercado persa que virou."

Há, no entanto, um discurso ainda em construção, o do meio ambiente. Com a saída da senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (AC) do PT e a possibilidade de disputar a Presidência pelo PV, o tema tornou-se inevitável. Até agora, Serra tem citado experiências de sua gestão.

Para o cientista político Marcus Figueiredo, do Instituto Universitário de Pesquisa do Rio de Janeiro, especializado em Comunicação Política, Serra "está nitidamente construindo um discurso e testando temas, para saber qual tem mais ou menos apelo, e fala sobre o futuro".

O professor considera a crítica ao aparelhamento estatal "meramente política" e vê no industrialismo "um discurso paulista, que toca no ponto nevrálgico do Estado".

Por Diário Online - AFP
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