DATA DA PUBLICAÇÃO 13/07/2011 | Economia
Sem apoio de Casino e BNDES, fusão do Pão de Açúcar é suspensa
A proposta de fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour foi suspensa por tempo indeterminado, segundo anúncio feito na noite desta terça-feira (12) pelo fundo Gama, responsável pela oferta de fusão apoiada pelo empresário Abilio Diniz.
O anúncio do Gama, que pertence ao banco BTG Pactual, ocorreu por volta das 19h45, pouco depois de o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgar que não financiará a operação.
As notas de Gama e BNDES foram divulgadas separadamente. Ambas citam como razão para a decisão o anúncio feito de manhã pelo grupo francês Casino de que se mantém contra a fusão. O grupo Casino é o principal sócio de Abilio Diniz no Pão de Açúcar no Brasil. Na França, o Casino é rival do Carrefour.
A proposta de fusão foi apresentada ao Carrefour em junho pela Gama, que pertence ao BTG Pactual, do investidor André Esteves, e previa o apoio financeiro do BNDES. Na ocasião, o banco informou que tinha enquadrado para análise uma operação de valor equivalente a até 2 bilhões de euros (o equivalente a R$ 4,5 bilhões).
Pela proposta apresentada ao Carrefour, o BNDESpar, braço de investimento do banco estatal, entraria com R$ 3,91 bilhões no negócio e o BTG Pactual com R$ 690 milhões. Ambos se tornariam sócios do Pão de Açúcar.
Desde o anúncio das negociações, o Casino critica o fato de Abilio Diniz ter iniciado as dicusões sem ter sido comunicado. O Casino destaca que comprou em 2005 o direito a ter o controle do Pão de Açúcar a partir de 2012 e afirma que ''não abrirá mão deste direito''. A fusão com o Carrefour é vista pelo grupo francês como uma tentativa de Diniz de tentar manter o controle do Pão de Açúcar.
Recusa do Casino
Pela manhã, o Casino afirmou, por meio de nota, que a proposta de unir as operações do Carrefour no Brasil às do Pão de Açúcar é contrária aos interesses da varejista brasileira e dos acionistas.
O conselho de administração do Casino, grupo que divide o controle do Pão de Açúcar com o empresário Abilio Diniz, também considerou que a estimativa de sinergias (economias) provenientes da fusão foram 'fortemente superestimadas', com riscos de execução significativos.
Em reunião nesta terça-feira, o conselho votou de forma unânime contra a operação, apoiada por Diniz, que não participou da votação. Diniz se reuniu com o conselho de administração do Casino nesta terça-feira, em Paris, quando reafirmou seu apoio à transação, segundo o grupo francês.
Na bolsa de valores da França, a recusa foi vista como positiva para o Casino, cujas ações fecharam em alta de 0,14%. Já os papéis do Carrefour, que enfrenta dificuldades, tiveram queda de 2,68%. Na bolsa brasileira, as ações do Grupo Pão de Açúcar também foram afetadas, com as preferenciais fechando em baixa de 1,96%.
BNDES
Com a recusa à operação pelo Casino, o BNDES retirou seu apoio à fusão. Pela proposta inicial apresentada, o BNDESpar, braço de investimento do banco estatal, entraria com R$ 3,91 bilhões no negócio.
Em comunicado, o BNDES disse que ''cancelou o enquadramento da operação solicitada'' em função do ''não atendimento às condições estabelecidas''. ''Como reiterado em diversas oportunidades, o pressuposto da eventual participação da BNDESpar nesta operação era o entendimento entre todas as partes envolvidas'', destacou o comunicado.
De início, o BNDES defendeu a operação, afirmando que o negócio tinha ''alto potencial de criação de valor para todas as partes envolvidas''.
Em seu último comunicado sobre o assunto, no dia 1º de julho, o banco destacou que o apoio ao projeto dependia do ''entendimento amigável entre todos os atores privados''.
Proposta é suspensa
Também no início da noite, o Gama, pertencente ao BTG Pactual, do investidor Andre Esteves, informou que suspendeu temporariamente a proposta de fusão entre as duas varejistas. A proposta fora apresentada ao Carrefour no dia 28 de junho pela Gama.
Em comunicado, o Gama reitera a confiança na proposta, que classifica como ''oportunidade excepcional'' para ambos os grupos, com ''enorme potencial de crescimento'' para o Grupo Pão de Açúcar. Além disso, o grupo destaca que a proposta de fusão apresentada pelo fundo ao Carrefour foi sempre ''amigável, sujeita à aprovação dos acionistas''.
'Não é factível prosseguir', diz empresa de Diniz
Após o recuo do BNDES e a suspensão da proposta, a Península, empresa que centraliza os negócios da família Diniz, reconheceu nesta terça-feira em comunicado que, nas presentes condições, ''não é factível prosseguir'' com a proposta de fusão do Pão de Açúcar com o Carrefour.
''Península está convencida de que o Conselho de Administração do Casino não analisou devidamente todos os aspectos da proposta. A decisão unilateral do Casino é, portanto, profundamente lamentável'', informou o comunicado.
O anúncio do Gama, que pertence ao banco BTG Pactual, ocorreu por volta das 19h45, pouco depois de o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgar que não financiará a operação.
As notas de Gama e BNDES foram divulgadas separadamente. Ambas citam como razão para a decisão o anúncio feito de manhã pelo grupo francês Casino de que se mantém contra a fusão. O grupo Casino é o principal sócio de Abilio Diniz no Pão de Açúcar no Brasil. Na França, o Casino é rival do Carrefour.
A proposta de fusão foi apresentada ao Carrefour em junho pela Gama, que pertence ao BTG Pactual, do investidor André Esteves, e previa o apoio financeiro do BNDES. Na ocasião, o banco informou que tinha enquadrado para análise uma operação de valor equivalente a até 2 bilhões de euros (o equivalente a R$ 4,5 bilhões).
Pela proposta apresentada ao Carrefour, o BNDESpar, braço de investimento do banco estatal, entraria com R$ 3,91 bilhões no negócio e o BTG Pactual com R$ 690 milhões. Ambos se tornariam sócios do Pão de Açúcar.
Desde o anúncio das negociações, o Casino critica o fato de Abilio Diniz ter iniciado as dicusões sem ter sido comunicado. O Casino destaca que comprou em 2005 o direito a ter o controle do Pão de Açúcar a partir de 2012 e afirma que ''não abrirá mão deste direito''. A fusão com o Carrefour é vista pelo grupo francês como uma tentativa de Diniz de tentar manter o controle do Pão de Açúcar.
Recusa do Casino
Pela manhã, o Casino afirmou, por meio de nota, que a proposta de unir as operações do Carrefour no Brasil às do Pão de Açúcar é contrária aos interesses da varejista brasileira e dos acionistas.
O conselho de administração do Casino, grupo que divide o controle do Pão de Açúcar com o empresário Abilio Diniz, também considerou que a estimativa de sinergias (economias) provenientes da fusão foram 'fortemente superestimadas', com riscos de execução significativos.
Em reunião nesta terça-feira, o conselho votou de forma unânime contra a operação, apoiada por Diniz, que não participou da votação. Diniz se reuniu com o conselho de administração do Casino nesta terça-feira, em Paris, quando reafirmou seu apoio à transação, segundo o grupo francês.
Na bolsa de valores da França, a recusa foi vista como positiva para o Casino, cujas ações fecharam em alta de 0,14%. Já os papéis do Carrefour, que enfrenta dificuldades, tiveram queda de 2,68%. Na bolsa brasileira, as ações do Grupo Pão de Açúcar também foram afetadas, com as preferenciais fechando em baixa de 1,96%.
BNDES
Com a recusa à operação pelo Casino, o BNDES retirou seu apoio à fusão. Pela proposta inicial apresentada, o BNDESpar, braço de investimento do banco estatal, entraria com R$ 3,91 bilhões no negócio.
Em comunicado, o BNDES disse que ''cancelou o enquadramento da operação solicitada'' em função do ''não atendimento às condições estabelecidas''. ''Como reiterado em diversas oportunidades, o pressuposto da eventual participação da BNDESpar nesta operação era o entendimento entre todas as partes envolvidas'', destacou o comunicado.
De início, o BNDES defendeu a operação, afirmando que o negócio tinha ''alto potencial de criação de valor para todas as partes envolvidas''.
Em seu último comunicado sobre o assunto, no dia 1º de julho, o banco destacou que o apoio ao projeto dependia do ''entendimento amigável entre todos os atores privados''.
Proposta é suspensa
Também no início da noite, o Gama, pertencente ao BTG Pactual, do investidor Andre Esteves, informou que suspendeu temporariamente a proposta de fusão entre as duas varejistas. A proposta fora apresentada ao Carrefour no dia 28 de junho pela Gama.
Em comunicado, o Gama reitera a confiança na proposta, que classifica como ''oportunidade excepcional'' para ambos os grupos, com ''enorme potencial de crescimento'' para o Grupo Pão de Açúcar. Além disso, o grupo destaca que a proposta de fusão apresentada pelo fundo ao Carrefour foi sempre ''amigável, sujeita à aprovação dos acionistas''.
'Não é factível prosseguir', diz empresa de Diniz
Após o recuo do BNDES e a suspensão da proposta, a Península, empresa que centraliza os negócios da família Diniz, reconheceu nesta terça-feira em comunicado que, nas presentes condições, ''não é factível prosseguir'' com a proposta de fusão do Pão de Açúcar com o Carrefour.
''Península está convencida de que o Conselho de Administração do Casino não analisou devidamente todos os aspectos da proposta. A decisão unilateral do Casino é, portanto, profundamente lamentável'', informou o comunicado.
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