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DATA DA PUBLICAÇÃO 19/08/2015 | Economia
Sem acordo, Mercedes reitera cortes
Sem acordo, Mercedes reitera cortes Foto: Nario Barbosa/DGABC
Foto: Nario Barbosa/DGABC
Após o fracasso nas negociações para a adesão ao PPE (Programa de Proteção ao Emprego), a Mercedes-Benz confirma que, a partir do dia 1º, fará demissões na fábrica de São Bernardo. Em reunião com sindicalistas iniciada na segunda-feira e encerrada ontem, representantes da empresa afirmaram que a adoção do mecanismo que permite a redução de salários e jornada de trabalho não seria suficiente para resolver o problema do excedente de mão de obra na planta, avaliado em 2.000 pessoas.

Segundo a direção da montadora, a fábrica está com ociosidade de quase 50%, em razão da queda de 43,1% nas vendas de ônibus e caminhões zero-quilômetro em todo o Brasil entre janeiro e julho de 2015 ante o mesmo período do ano passado. “A empresa está gerenciando o excedente de pessoas desde 2014, assumindo um custo elevado com esta gestão”, diz a Mercedes.

A empresa garante que, além do PPE, são necessárias outras medidas de contenção de custos, como a reposição parcial da inflação no reajuste salarial do próximo ano. Mesma proposta havia sido feita em julho, mas os trabalhadores rejeitaram a oferta após votação. Também estava prevista a redução de 20% na carga horária e de 10% nos vencimentos.

Funcionário da Mercedes e diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre classifica como “intransigente” a postura da montadora ao encerrar as negociações. Mesmo assim, o sindicalista não fala em recuar. “A empresa insiste em recuperar aquela proposta que foi rejeitada. Temos como princípio de que proposta rejeitada não volta. Tem que construir algo novo”, afirma Nobre, que é ex-presidente da entidade.

“Agora, cabe a nós organizar a luta. Vai ter muita mobilização e greve pela frente. Até porque a gente sabe que, para cada demitido na montadora, outros quatro perdem o emprego na cadeia produtiva.”

Nobre diz ter sido informado de que os primeiros telegramas comunicando os empregados sobre os cortes serão enviados ainda nesta semana. “Assim que a primeira demissão for concretizada, vamos iniciar a luta dos trabalhadores.”

Ainda não foi informado o número de vagas que serão eliminadas. Atualmente, a fábrica contra com aproximadamente 7.500 colaboradores. Para tentar diminuir o excedente, a empresa abriu PDV (Programa de Demissões Voluntárias) cujo prazo para adesões foi encerrado na sexta-feira. O número total de inscritos ainda não foi divulgado. Para adequar a produção, todos os funcionários da linha de montagem estão em licença remunerada até sexta-feira.

EMERGENCIAL – O PPE entrou em vigor no mês passado e permite às empresas que comprovem que estão sendo afetadas pela crise econômica a redução da jornada de trabalho em até 30%, com igual percentual de diminuição no valor do salário pago pelo empregador durante a vigência do programa – de no máximo um ano. O governo federal irá cobrir até 15% da quantia suprimida, por meio do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), com limite fixado em R$ 900,84 (65% do maior valor pago pelo seguro-desemprego).

Por ter economia fortemente ligada à indústria, o Grande ABC tem sido bastante afetado pela recessão. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, 27.596 vagas formais foram fechadas no período de 12 meses até junho.

Por Fábio Munhoz - Diário do Grande ABC
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